domingo, 29 de janeiro de 2012

Efeito camaleão

Ooooi!

Bom, nesse final de semana nós tivemos aquela festa tipo ano-novo chinês na casa de um casal que escala conosco. Agora, na verdade, eles se revezam porque recém tiveram um filho. O nome inglês dele é Will (Smith) e ele é TÃO fofo! Ele tem só 2 meses, gorduchinho, risonho, sempre com um tufo enorme de cabelo em pé. Ele não tem berço, aqui os bebês dormem em colchonetes no chão com almofadas dos lados. Os pais são meio desnaturados, carregam a criança de qualquer jeito, mas ele parece gostar. Sei lá.
Comemos macarrão (graçasadeus uma comida normal) com um molho bem gostoso (não sei tudo o que tinha, mas certamente eu vi tomate e cebola). Depois comemos uns doces e biscoitos típicos do ano-novo chinês e assistimos a um filme gravado (teoricamente) no Brasil. O que me chamou a atenção foi que tinha um deserto enorme no meio da cidade do Rio de Janeiro, com um trem bala passando no meio. Bem normal. Acho que eu não vi esse quando eu fui pra FeSBE (ou fizeram um upgrade holliwodiano no bondinho de Santa Tereza). As pessoas estavam apavoradas com a quantidade de favelas que tinha no filme e viviam me perguntando se todo mundo morava em lugares assim (eu inclusive). "Gente, existem de fato PRÉDIOS no Brasil, sabiam? E as pessoas geralmente não carregam armas o tempo todo e saem atirando nas pessoas que estão na praia do nada." Ahh, tá (e voltavam pro filme). Acho que eles não acreditam realmente em mim. Vou ter que mostrar umas fotos... Mas é melhor não.
Trocamos laranjas também! Cheguei com 4 laranjas e voltei com 4 laranjas. Muito útil. Só foi o trabalho de carregar as laranjas durante 2 horas. Aparentemente agora eu vou ter sorte pelos próximos 12 meses. Tá valendo.
À noite fui jantar num restaurante iraniano que um cara (iraniano) tinha recomendado. Agora sei que não gosto de comida iraniana. Só gostei das batatas fritas. O arroz não tinha sal (consequentemente, não tinha gosto) e tudo tinha muito tempero (ervas bem fortes). Consegui comer só um dos pratos, que tinha um monte de assafrão e outras coisas amarelas e laranjas. Sobrevivi.
Hoje de manhã acordei e quase morri de susto. Meio dormindo, me olhei no espelho e vi que meus olhos estavam amarelos. A palma das minhas mãos também! A primeira coisa que você pensa nessa situação é: "merda, comi um monte de porcaria, passei um mês experimentando todo tipo de erva tóxica e temperos esquizitos. Certamente essa comida iraniana foi a gota d'água pra desencadear uma falência hepática súbita! Vou morrer, certo.". Já tinha aceitado minha sentença de morte sabendo que eu não ia conseguir chegar no Brasil pra dizer adeus aos meus amigos, voltei ao quarto pra escrever meu testamento. Mas nesse momento eu vi que meu aparelho ortodôntico tinha passado de rosa pra laranja. Uffa! Foi somente o tempero da comida de ontem! Posso continuar vivendo perigosamente. Eu continuo meio laranja, mas estou voltando devagar a minha cor normal. Decidi caminhar um pouco no sol hoje pra pelo menos trocar o laranja pelo vermelho. Não funcionou. E eu até saí sem protetor solar, o que foi um desafio. Sério, você já tentou sair conscientemente de casa pra tomar muito sol sem protetor solar? É horrível! Todos aqueles anos de pessoas dizendo pra passar protetor solar, que o sol causa câncer, não ficar no sol entre 10h e 16h, blá blá blá. Não ajuda o fato de eu ter descoberto que o índice UV de Cingapura é máximo durante o ano todo (na verdade, é mais que o máximo, mas eles não queriam mudar a escala só por causa de um país). Mas eu estava com muita preguiça de me ensebar de protetor e queria mudar minha cor de bergamota mesmo.
Durante a tarde, eu e Laurie fomos pra piscina do bairro (mais uma chance de eu trocar de cor). Não choveu dessa vez! Porém, descobri que não rende muito ir em dupla pra piscina. Nós ficamos boa porte do tempo tendo umas conversas Marisa ([de mulher pra mulher], pra quem não fez a sinapse). Mas tudo bem, assim ficamos quase 2 horas de molho no cloro. Acho que não peguei cor nenhuma...
Ah, achei um quarto! Não sou mais sem-teto! O quarto fica realmente mais perto da Malásia que do meu trabalho:

O quarto é ok. Não tem ar condicionado, mas dormir no fresco é para os fracos. Tem internet e tv a cabo (não que eu tenha tempo pra essas coisas). E custa S$300. Metade do que eu pago agora. O problema é que eu levo 1h pra ir pro trabalho. Mas eu sobrevivi 1,5 ano indo e voltando de São Leopoldo pra UFRGS, isso é fichinha. Quando eu conto o tempo que levo pra chegar no trabalho, as pessoas me perguntam se vale a pena. A conta é simples: eu pago S$650 no hostel, gasto $0,88 (1,76 ida e volta) pra ir pro trabalho (e levo 25 minutos). Considerando que há 22 dias úteis no mês, gasto 22x1,76+650 por mês (S$668) no hostel. Agora eu vou gastar 22x1,76(3,52 ida e volta)+300 = 377. Minha economia financeira é de S$290. Como eu vou levar 1h pra chegar ao trabalho (35 minutos a mais por viagem ou 70 minutos a mais por dia), é só pensar se meu tempo vale mais que S$290 divididos por 22x70 = 0,19 dólares por minuto. Ou seja, se 1 hora do meu dia valesse mais que 11,3 dólares, não valeria a pena. Como eu trabalho 42 horas por semana (teoricamente, porque eu trabalho BEM mais), eu deveria ganhar no mínimo S$1900 se meu tempo valesse S$11,3 por hora. Como eu não passo nem perto disso, sim, vale a pena. Meu tempo certamente não vale os quase S$300 de economia (pelo menos o governo de Cingapura acha que não).
Vai ser bom dar uma aliviada nas finanças mês que vem, já que minha conta corrente está que nem o freezer do laboratório, -80.

Ah, e hoje é meu aniversário! Hoje é o dia do Povo (People's Day, 7º dia do calendário chinês) e todo mundo está de aniversário. Menos as pessoas que não sabem disso. Por isso, vocês podem me dar presentes! Podem deixar lá em casa em horário comercial (vocês tem o endereço, né?). 

Fico no aguardo. 
Beijos e boa semana para todos!
Vou lá comer uma coisa azul pra ver se esse laranja se vai...

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