sexta-feira, 30 de março de 2012

Divagando no laboratorio

Estou aqui, no loaboratorio, esperando as celulas resolverem fazer alguma coisa na sala de cultura. Tenho que ficar olhando pra elas durante 12 horas. O plano era comecar as 8 am (o que significa que eu tenho que acordar as 6h30) e terminar as 8 pm. Ontem eu nao consegui dormir direito por 2 motivos. Um deles eu conto mais adiante e o outro era porque eu estava dolorida da escalada. Geralmente quando eu acordo no dia seguinte ao da escalada, meu primeiro pensamente do dia e’ “DOR...” e vou mancando ate o banheiro. Hoje o primeiro pensamento (apos olhar o relogio e descobrir que era 8h18) foi “PUTA MERDA”. Me arrumei em 5 minutos (record pessoal, incluindo escovar os dentes) e cheguei no laboratorio perto das 9h50 (ja que perdi o onibus porque estava viajando/dormindo na parada). Quem fez as contas ja percebeu que vou ter que ficar aqui de molho ate as 22h esperando as celulas. Certas vezes eu odeio elas.
As unicas celulas que eu nao odeio sao aquelas que eu imortalizei (vulgo “transformei num cancer”). Na verdade, elas sao tao queridas! Elas nao se importam se eu esquecer de trocar o meio de cultura, se elas nao tem mais espaco pra se dividir (elas dividem mesmo assim e comecam a subir umas nas outras) e resistem a praticamente qualquer besteira que eu fizer com elas. Ontem eu estava fazendo uma passagem (que e’ passar as celulas pra um espaco maior, onde elas podem continuar crescendo) e achei que era a decima passagem, mas NAO, era a 13ª! Como elas crescem rapido! O tempo voa e a gente nem percebe. Agora eu sei como minha mae se sente.
Agora desci pra praca de alimentacao e comi um brownie bem gostoso, ja que vou ficar aqui nas proximas 4 horas (sao 6 pm de uma sexta, so tem fantasma no instituto).
Alem de tudo, ainda descobri que estou com 1kg de arroz na mochila. O.o? Sim. Fui no mercado ontem (comprar, entre outras coisas, papel higienico. Adoro...) e pra nao carregar muito peso nos bracos (que sao inuteis depois da escalada) eu coloco algumas coisas dentro da mochila. A vitima de ontem foi um pacote de arroz, que eu esqueci de tirar e na correria de hoje de manha acabou vindo conhecer o meu trabalho.
O motivo numero 2 pelo qual eu nao consegui dormir noite passada foi que recebi outra bolsa de estudos. Pobre e’ foda, ne! Nunca ganha nada, quando ganha sao duas coisas mutuamente exclusivas ao mesmo tempo (isso fez sentido? O.o). A bolsa em questao e’ da Universidade de Bern (Berna, a capital da Suica, porque o blog tambem e’ cultura) pra cursar Ciencias Moleculares da Vida (?). As especializacoes sao praticamente as mesmas da Universidade de Lausanne (nao diga??? Sera que foi por isso que eu me inscrevi?). Agora a coisa ficou seria. Ganhei as duas bolsas pras quais me inscrevi. A Bern da 6 bolsas por ano, a Lausanne da 2. Tabela comparativa que eu fiz mentalmente pra tentar decidir qual cursar:
Universidade de Bern:
*Fica na Capital, cidade otima.
*Tem menos tempo pra aulas e mais pra pesquisa que Lausanne.
*Da pra fazer 2 especializacoes, uma maior e outra menor (major e minor). Na Lausanne e’ so’ uma.
*Conheco uma menina que estudou la (nao tenho certeza da relevancia disso).
Universidade de Lausanne:
*Ja tenho um contato academico la, mesmo que eu talvez nao va fazer minha tese com essa pessoa (trabalhar com neuroenergetica??? Eles certamente inventaram esse termo, isso nao existe u_u).
*Fica em Lausanne (!!!), cidade menor e mais aconchegante.
*Fica perto da fronteira com a Franca e a Italia (#_modo_turista_LIGADO)
*E’ mais dificil conseguir bolsa nessa universidade que na outra (totalmente irrelevante)
*Eles falam Frances. Muito mais facil de aprender que o Alemao Suico, muito diferente do da Alemanha.
*E’ 136a melhor universidade do mundo (Bern esta em 143a o que torna esse topico o “totalmente irrelevante #2”).
*Meu orientador daqui de Cingapura (Suico) disse que achava que eu ia viver melhor em Lausanne, principalmente por causa do idioma: “Crianca, nao pense que voce vai viver com o ingles la.” Palavras dele. To comecando a ficar nervosa).

[Mas o melhor de tudo e' nao ter que manter o curriculo lattes atualizado!]
6h36 pm. O tempo nao passa.
Sabem qual foi a primeira coisa que eu pesquisei na internet quando eu recebi a primeira bolsa? Uma pessoa normal iria pesquisar
è Acomodacao
è Universidade 
è Passagens aereas
è Programa detalhado do qual voce vai participar
è Visto, vacinas, seguro saude
è Meios de transporte
O que eu pesquisei?
è Academias de escalada no bairro
è Quando comecam as ferias.
Porque eu sou um exemplo de aluna. u_u
Entao, eu acho que decidi pela Universidade de Lausanne. Tem mais pros. Simples assim, mas tambem porque:
1)   Eu ja aceitei a bolsa em Lausanne (mais uma vez, irrelevante)
2)   O professor que me deu uma grande forca pra essa bolsa (com uma carta de recomendacao fodastica --- [Pai, é assim ó: foda + fantastico = fodastico]) e’ de Lausanne e quer que eu conheca o lab dele (de neu-ro-e-ner-ge-ti-ca, preciso aprender a falar pra nao ficar feio)
3)  Quero ter o gostinho de recusar a Bolsa de Excelencia da Universidade de Bern (brincadeira... Me doi o coracao! Nao quero mais pensar nisso).
Ai, deos. Que momento. Seria comico se nao fosse tragico.
6h42 pm.
Vou la dar uma olhadas nas minha filhas.
Obrigada pela companhia.
Beijos!
Dica de sobrevivencia (bonus): quando as pessoas de Cingapura fazem um gesto que e’ juntar a ponta dos 5 dedos de uma mao repetidamente, significa que o que quer que seja, custa 5 dolares. Se o gesto for feito com as duas maos, sao 10 dolares. Preste atencao, eles ficam irritados se nao entender.


domingo, 25 de março de 2012

Nada

"Ahh! Que legal! Um post novo! *.*"
"Ei, aquilo é um navio em cima dos prédios? o.O"

Sim, eu acabei de ler seus pensamentos. \o/

Bom, a verdade é que eu não fiz nada nesse final de semana. ABIsolutamente nada. Fiquei em casa, me recuperando do final de semana na Malásia. 
Sábado eu fui nadar de manhã e à tarde fui passear no BIG aqui perto. Eu sempre fui uma daquelas pessoas que acha o máximo passear no supermercado, ver todas as coisas inúteis que dá pra comprar. Tentei resistir ao máximo aos salgadinhos, biscoitos maravilhosos que só os inglês sabem fazer (e exportar pra Cingapura), todos aqueles pães com queijo em cima eeeee (pasmem) cacetinho pão francês!!! (1 dólar cada T.T)
Estou tentando resistir a essas porcarias todas porque estou ganhando uns quilinhos aqui em Cinga-Cinga. Provavelmente por causa das porcarias que as pessoas do lab deixam na mesa pra gente fazer os lanchinhos, a comida 99% gordurosa do restaurante chinês e os cafés. Lembram de quando eu publiquei a fórmula pra fazer o café perfeito aqui ná máquina do lab? Demorei quase um mês pra descobrir a proporção certa de açúcar, leite em pós, café e água. Agora a tia deixou nescau disponível também! Só pra avacalhar comigo! Tenho que voltar aos desenhos de base e reformular meu café pra ele virar mochaccino. É que o nescau tem açúcar (então vou ter que diminuir esse) e deixa o café mais encorpado (vou ter que reduzir o leite. Ou aumentar a água. Mas aí a cafeína vai ficar diluída. Será que dá diferença no efeito energizante? ai deus, não quero pensar nisso). Ninguém merece. 
Por isso, vou reduzir a quantidade de porcarias por dia. Ou tentar. Decidi que vou fazer jejum*. 

* = entre as refeições e os lanches, mas jamais excedendo 3 horas. A gente tem que começar de algum jeito, né? \o/ 

Então voltei pra casa, assisti seriados, dei uma volta no quarteirão de noite e fui dormir. Ah, conversei com minha mãe pelo skype também. Vi meu pai, minha cachorra, minha gata, meu irmão dormindo (pra variar) e minha mãe (obviamente). Quem quiser me adicionar no skype, só manda um e-mail que mando meu ID.

Domingo eu acordei mega tarde, almocei, dormi de novo (sono desgraçado! deve ser porque a semana está começando de novo em pouco tempo. O trabalho me condiciona a ter sono. u_u). Assisti seriados (não diga!). Fui nadar, mas não rendeu muito, estava cansada do dia anterior ainda. Cheguei em casa e conheci a nova moradora do quarto ao lado. Prima da dona da casa. Só espero que não use o meu papel higiênico, de resto, tá beleza, brô! (vocês tem ideia do quão terrível e humilhante é carregar os pacotes com 24 rolos de papel higiênico do mercado até em casa (na maioria das vezes esse trajeto inclui um ônibus)? Os rolos tem que duram o máximo possível.) 

E minha colega de quarto comprou um secador de cabelos. Ultra barulhento. A coisa vai ficar feia de manhã. Se ela já fazia a maior zona pra passar base na cara e pentear os cabelos, imagina agora com um fazedor de tornado?! Foi-se o meu soninho depois das 6h da manhã. Definitivamente.

E choveu. Ponto. Foi isso. Emocionante, né?

O chefão foi viajar nessa semana, mas mesmo assim, vai ser uma semana ocupadíssima (e vou ganhar um xingão do Kasim amanhã porque não troquei o meio de cultura das células... Estou tão animada por isso... Lembrei sexta de noite. Mas o que eu podia fazer? não ia até lá só pra isso. Eu sei que tenho um supervisor responsável que vai ver quando o meio de cultura passar de vermelho pra rosa pink e começar a criar um cogumelo dentro. u_u). Tá que era a cultura mais importante do momento, mas eu tinha tanta coisa pra fazer! Não dá pra lembrar de tudo! 
Depois eu conto se sobrevivi.

Beijos e boa semana! Coragem, pessoas!


quarta-feira, 21 de março de 2012

Mestrado o.O

Sabe aquele dia em que um e-mail transforma sua vida?
Estava eu, bem bela, acordando pra ir pro laboratório terminar uns experimentos, quando percebi que estava 10 minutos adiantada. Decidi ligar o PC pra ver se tinha alguma alma no skype. Pra quê, né?! Só fez eu me atrasar quase 1 hora! Causa: e-mail bombástico na caixa de entrada.

Primeiro eu vi que tinha um e-mail da universidade da Suíça, mas ignorei totalmente. Motivo: os resultados dos escolhidos só iriam sair em maio, as inscrições declinadas seriam avisadas antes. Por isso, aceitei meu destino e fui ler os e-mails da Stefânia, da Paula, da Alessandra, besterias enviadas pelo meu irmão, etc. Quando eu não tinha mais como evitar e-mail que fica piscando na tela, abri. Eis que era uma ótima notícia! Ganhei a bolsa de mestrado da Universidade! Eles deram, esse ano, 5 bolsas, sendo 2 de mestrado e 3 de doutorado! Não sei quantos inscritos foram esse ano, mas ano passado foram 1200. Então vocês imaginam minha alegria!!!
Primeira reação: "esse e-mail não é pra mim, foi mandando errado" *checa o nome no formulário*
Segunda reação: o.o
Terceira reação: "puta que pariu!" (devido às circunstâncias me dou o direito de colocar um palavrão no blog)
Quarta reação: levantar da cadeira (arremessando-a ao longe) e gritar de felicidade!
Quinta reação: perceber que a quarta reação foi estranha.
Sexta reação: pegar o telefone e ligar pra casa, no Brasil, no meio da noite. 
Sétima reação: "merda, to sem crédito!" ... " foda-se" *começa ligação a cobrar*
Mãe atende: "alo? quem é?"
Eu: sou eu, a Pati! 
Mãe: o.o?
Eu: a Patrícia! De Cingapura! 
Mãe: O.O 
Conto o que aconteceu. Meu pai gritando no fundo, sai correndo pra pegar o telefone na extensão e conversamos e gritamos de um jeito ininteligível por uns 30 minutos. Muito bizarro. Eles ficaram felizes por eu ter ligado (não sei se o sentimento vai se repetir quando eles receberem a conta do telefone, mas enfim) e, claro, felizes pela bolsa. Mas também sei que ficaram tristes por perceberem que vou embora por mais alguns semestres (e como fica o coração quando a gente compra a passagem de volta pra 2015?).

Depois dessa ligação, percebi que estava mega atrasada. Tudo parecia diferente pra mim naquele dia. Estava um dia feio, mas pra mim era lindo! Peguei o ônibus como uma sardinha e não me importei, me distraí no metro e acabei indo pro lado errado XD Mas não dá nada. 
O dia no trabalho foi normal, só contei pro Kasim no final do dia. Ele sorriu (!!!) e me deu parabéns! (Em seguida "tá, deu de mandar e-mails. Agora vai trocar o meio das células").

Sim, porque eu mandei e-mails de agradecimento pros professores que me apoiaram e escreveram cartas de recomendação mentirosas a meu respeito u_u

Nesse momento estou me entupindo de chocolate (não é Suíço, é bagaceiro mesmo - foi o que deu pra comprar, gente!) e curtindo a felicidade.  

Amigos, muito obrigada por serem meus amigos. Muito obrigada por acreditarem em mim. Muito obrigada por apontarem minhas qualidades e por me ajudarem a amenizar meu (muitos) defeitos. Obrigada por jamais deixarem que eu me sinta sozinha, mesmo em Cingapura.
Obrigada por tudo.

Agora vamos todos esquiar e escalar os Alpes Suíços! A Stefânia e a Alessandra estão organizando a excursão "From Sand to Snow". Reservas através da Martini & Forner - Trével Eigenci. Os primeiros mil ganham um chaveiro com a foto do Kasim, meu supervisor.

Beijos!!!


segunda-feira, 19 de março de 2012

Malásia

Sabe aquele momento na vida em que você percebe que lavou um número ímpar de meias? Estou nessa. Uma meia minha sumiu. Provavelmente engolida pela máquina de lavar. Pelo menos ou não tingi todas as roupas de rosa dessa vez (acontece quando você lava uma bolsa vermelha com camisas brancas, aparentemente). Mas isso não foi na Malásia. Foco, Patrícia.

Bom, nesse final de semana nós fomos pra Malásia (nããããooo?! Sério? Achei que o nome do post fosse brincadeira...) e eu só lembro da gente estar comendo. Sério, nós comemos o tempo todo (enquanto não estávamos escalando). Mas só comida boa! Macarrão 4 queijos no forno, bife grelhado no restaurante japonês (o cara fez os bifes na nossa frente, muito tri!), café da manhã com ovos, pãozinho fresco, geléia de coco... isso sem falar nas lojas de doces totalmente alucinantes! E cada vez que você comprava, ganhava um vale-sorvete. E todos aqueles fast-foods pela metade do preço (1 dólar de Cingapura = 2,4 dólares da Malásia). Eu quase tive um treco. Hoje decidi que ia começar uma dieta mais saudável. Comi uma cenoura crua assistindo seriado. E quebrei um bráquete. Acho que é um sinal. Vou parar de comer verduras. u_u 

Começando do começo, acordei de madrugada no sábado pra pegar o busão pra Malásia. O ônibus era super 5-estrelas! Tinha só 3 poltronas por fileira, dava pra reclinar totalmente o banco, tinha apoio pros pés e pras pernas, travesseiro, cobertor, televisão com vários filmes e eles serviram almoço a bordo! Que beleza! Foram 6 horas de viagem muito confortáveis. Paramos na fronteira de Cingapura antes de cruzar a ponte pra Malásia. Raio-x, revista no ônibus, carimbos no passaporte. Depois paramos na Malásia de novo e pra fazer tudo isso de novo. Gente paranóica. 

Chegando ao hotel, anexo a um dos maiores shoppings da Malásia, eu e Wei Theng ficando passeando pelo hall enquanto os outros faziam check-in. O hotel também era quase 5 estrelas, muito lindo, com castiçais chiques, tapetes vermelhos e corrimãos que eu não duvido que fossem folheados a ouro. Escolhemos esse hotel porque era o mais perto da academia de escalada (nada a ver com o shopping). Por isso, eu e Wei Theng não pegamos um quarto só pra nós. Depois que o povo fez check-in, o casal que estava conosco ficou num quarto e eu e Wei Theng nos esgueiramos pra dentro do outro, usando a escada de incêndio. Coisa de pobre, né? E o medo de ser preso? Prisões em Cingapura devem ser confortáveis, na Malásia tenho minhas dúvidas. A cama do quarto era gigante! Dava pra nós 4 dormir lá tranquilo! O banheiro era maior que o meu quarto no Brasil e o quarto uma vista maravilhosa da cidade, tv a cabo (assistimos HBO antes de dormir \o/), iluminação com efeitos especiais. Enfim, nos sentimos reis e rainhas (exceto na hora de sair do hotel, quando tínhamos que dar uma de 007 pra atravessar os corredores). 

Almoçamos no restaurante japonês e fomos às compras! Passamos mais de uma hora na loja de doces, maravilhados com tudo. Sim, eu comprei chocolates. 

Depois fomos procurar roupas, sapatos e... shampoos. 

Não achei nenhuma calça legal, pra variar, porque todas são muito curtas! Como se a média de altura da população fosse 1,55m... u_u... hum, espera... enfim. 

A noite fizemos guerra de travesseiros no quarto, e eu catei as almofadas pras poltronas do nosso quarto e do quarto do casal e fiz uma cama king size pra mim! Ficou tão bom! 
Também fizemos desfile com os roupãos do hotel. Deixa quieto.


Em ordem, de cá pra lá (termo técnico u_u):
-Restaurante japonês, -loja engraçada cujo nome é "Quero ir pra casa" (eu tive que tirar uma foto ali),
-entrada do hotel, -Wei Theng treinando pra se camuflar no quarto do hotel se a camareira entrar,
-comida de novo, -eu tomando 1 litro de suco de limão depois da escalada e Wei Theng com a coisa tóxica não-identificada, -e (finalmente), a plaquinha que veio com a minha comida, indicando que não tinha pimenta (está escrito "não tão bravo". Ninguém merece o chefe fazendo piada com as pessoas....).


No dia seguinte, escalada!!!
A maior academia de escalada da Ásia! Mais de 180 rotas em mais de 90 cordas (geralmente temos em torno de 30 rotas em 15 cordas nas outras academias. Dá fila.). E tinha ar condicionado + uma vista maravilhosa! Perfeito!
Escalamos por 5 horas seguidas, sem pausas pra lanchinho, pra banheiro, nem nada. Só dava pra se jogar no carpete macio e incrivelmente super-limpo da academia, e ficar batendo papo enquanto as mãos paravam de sangrar. 

Escalando!


Na sequencia, banho merecido e almoço de despedida (restaurante Delicious, vocês já podem imaginar como estava a comida).

Fomos mancando de tão cansados em direção ao ônibus (não sem desviar um pouquinho em direção à loja de doces). Dormimos as 6h de viagem, só acordando nas barreiras de i/emigração.

Lojinha de doces com cobertura Heshey's em embalagens de  3 litros.


O que eu achei da Malásia? A parte que eu vi (shopping), estava legal. Nada a reclamar. Mas nas paradas que o ônibus fez você vê realmente a população não-rica do país. Sinceramente, não sou muito fã do povo não. Eles usam aqueles chinelos havainas falsificados (Avaianas), que dão um chulé de fazer gambá passar vergonha, muitos deles comem com as mãos (enquanto limpam o nariz. Sim.), não parecem muito chegados num banhos e estão sempre com as roupas sujas. As crianças são incontroláveis e os pais acham isso muito lindo e normal, não fazem nada. Consequentemente, também são adultos mal-educados sempre prontos pra te dar o troco errado. Sem falar nos banheiros. São aqueles em que a patente é embutida no chão. Meninas, quem já reclamou que queria ser homem pra poder fazer xixi em pé, aviso que não é legal. E não tem papel nos banheiros, só um chuveirinho. Então você vai caminhando pelo banheiro e tem que ficar pulando pra desviar dos jatos de água das pessoas sem mira. É um horror.

Não, eu não moraria na Malásia. Jamais. 

Beijos!


sexta-feira, 16 de março de 2012

Pai!


É, você mesmo.
Se me permite, esse post do blog será sobre você e para você.
Fazendo uma recapitulação da minha vida, nesses longos 21 anos de história, percebi que você estava ao meu lado nos momentos mais importantes da vida minha vida.

Lembrei-me de alguns momentos específicos que ficarão para sempre na minha memória e que gostaria de compartilhar com você aqui. Eu me lembro de quando...
-... estávamos na praia em 1994 e você tentava me ensinar a andar de bicicleta sem rodinha na garagem.
-... você conseguia fazer um balanço com uma corda e um tronco na árvore mais alta do mundo.
-... você consertava as cabeças das minhas bonecas que viviam caindo.
-... das nossas raras idas ao cinema.
-Lembro que você chegava tarde em casa, fazia arroz e ovo frito pra sua janta, eu sentava no seu colo e comia quase tudo (mesmo depois de eu mesma já ter jantado). Acho que isso ainda acontece, na verdade, nós sempre acabamos roubando um pouco da sua janta. Mas estamos contribuindo pra você ficar em forma!
-... você assustava meus amigos nas festas do dia das bruxas.
-... nós íamos na Kronrad pegar pizza e voltávamos comendo as bolinhas de queijo.
-... eu sempre chegava atrasada no colégio quando você me levava.
-... a gente jogava xadrez na casa velha, numa partida que durou mais de uma semana e no final você me deixou ganhar (sim, eu sei).
-... você cantava pra eu dormir depois do almoço (e dormia antes de mim, assim eu podia escapar e ver TV).
-... eu podia me refugiar em você quando a mãe ficava braba.
-... nossas viagens em família, com muita diversão e alguns briguinhas.
-... quando eu torci o pé (em 1997) e você me levou pro hospital. Como eu morri de medo de ter que levar uma injeção!
-... quando você me levou e me trouxe de volta no mesmo dia quando me inscrevi na UFSM. Loucura total.
-...você estava comigo quando eu me inscrevi na UFRGS, viu meus primeiros momentos de bixo e, depois de 4 anos, estava lá pra me ver com o canudo na mão e com o maior prêmio que uma universidade pode dar para um aluno.

Claro que tenho muito mais lembranças e você deve ter as suas, mas o que quero dizer é que estava lá, ao meu lado, se não fisicamente, em espírito. Esse é o primeiro aniversário em que não vou poder estar aí e te dar um abraço apertado, um beijo no rosto e dizer que te amo. Isso me entristece, mas eu sei e espero que você também saiba que isso é pro meu bem e é também, culpa sua. Essa coragem de largar tudo e seguir meus sonhos veio certamente da sua parte da família. Que pai de família tem a coragem pra largar um emprego estável e abrir seu próprio negócio em um ramo completamente diferente, sem saber se vai dar certo ou não, pra tentar ser feliz e seguir seus sonhos? Não é pros fracos, não. Se eu estou longe agora, é porque também estou em busca dos meus sonhos e levo você como inspiração.

Pai, como eu disse, você estava lá em todos os momentos importantes da minha vida, nos bons, mas também nos ruins. Muitas vezes, pai, o que um filho precisa não é de um pai que diga “vai dar tudo certo”, mas de um pai que tenha coragem de dizer “eu estarei aqui quando tudo der errado”.  Você estava lá quando eu fiz tudo dar errado. Você estava lá pra me ajudar a recomeçar, a levantar a cabeça e a não desistir. E fique com a certeza de que nada disso foi culpa sua. Lembre-se de que as pessoas fazem escolhas ruins, mas isso não faz delas pessoas ruins.
E hoje, com o seu exemplo, com o seu apoio e com força de vontade, eu segui em frente (mais exatamente à leste, em direção à Ásia), procurando sempre melhorar a minha vida e das pessoas ao meu redor (mesmo que seja contribuindo pra um momento de distração e descontração através desse blog). Obrigada por confiar em mim, mesmo que eu não mereça toda essa confiança. Obrigada por me receber sempre de braços abertos, por me ajudar sempre que pode (e quando não pode também).

O futuro é incerto pra mim. Não sei mais quantos aniversários vou passar longe de casa, quantas páscoas e Natais vou perder. Para mim, entretanto, o importante é saber que sempre haverá um lugar pra mim aí em casa, no 2º quarto do corredor (ou na caminha com a Clér). Mas a escolha foi e sempre será minha, e espero que você entenda que na minha cabeça “o adversário mais irredutível que sempre encontrava diante de si era ele mesmo” (G. Faletti).
Pai, eu ainda quero dividir muitas conquistas contigo. Um título de mestre? Talvez um de doutora? Outra viagem? Então, por favor, cuide-se. Você sabe do que estou falando, não se faça de bobo. Se não for por você, faça por mim. Se não, faça pelo Matheus, ou então por essa esposa maravilhosa que quer dançar a valsa das bodas de ouro com você, ou até pelos netos que virão (por parte do Matheus), os quais também merecem conhecer a pessoa incrível que você é, um exemplo de honestidade, integridade e caráter.

Aí vão mais algumas razões que fazem você um ótimo pai:

Me ensina as coisas boas da vida.


Faz o melhor churrasco do mundo.

Sabe aproveitar a vida com um rei.

É um exemplo de marido.

Pai, eu tenho muito orgulho de ser sua filha.

Te amo, te adoro e não posso viver sem ti.
Feliz Aniversário!



quinta-feira, 15 de março de 2012

Inscrições abertas

Oi, gente!

Então, esse bichinho aí em cima é um embrião com 13,5 dias de vida (?) (a igreja vai me caçar agora).
O que fazemos é operá-lo pra tirar o coração, os pulmões, o fígado, os rins e o intestino.
Bem legal! Na primeira vez eu não achei que fosse possível.

Ontem teve treino de escalada DE NOVO. Tudo dói, mas o que foi, foi e o que não foi, não será. Vamos descansar e esperar pro fiasco na Malásia. Vamos ficar lá 2 dias, um deles só escalando. Perguntei o que faríamos no outro. As meninas responderam prontamente: "COMPRAS!". Tá, mas o que tem de bom e barato pra comprar lá? "Hum... calçados e produtos de higiene." Ah, tá... mas... Espera, produtos de higiene? Nós vamos pra outro país comprar SHAMPOO??? Meu, esse povo não bate bem. Sério, deve ser um problema genético na população.

Enquanto a viagem não chega, vamos pro laboratório, né! Eu não sei mais pra onde ir no meu projeto, tenho muitas ideias, mas não tenho como testá-las no momento. Então decidi fazer um western blot.
Kasim: mas tu quer blotar pra quê, sua louca? (tradução: qual proteína tu quer ver, querida?)
Eu: hummm... todas essas. (lista rola até o chão)
Kasim: O.O! faz o que tu quiser, mas acho que não tem proteína suficiente. Tem que repetir o experimento antes. Vai lá descongelar as células.
Aí eu pensei em todo o trabalho de cultivar as células por quase uma semana, tratar por 4 dias, processar, dosar proteína... muita mão.
Eu: não, Kasim, acho que dá pra fazer.
Kasim: mas tu vai precisar de uns 10 géis pra fazer isso tudo de western blot. Dá pra fazer uns 2 géis com que temos, no máximo 3. E tem uns anticorpos acabando...
Pensei um pouco: acho que dá. Espere e verás. XD
Kasim não se pronunciou. Ele sabe que não adianta dizer não pra mim, ainda mais num laboratório cheio de brinquedos legais como esse!

Corri 3 géis espremendo o resto de proteína do tubo, transferi e literalmente picotei a membrana em diversas partes pra pegar as proteínas certas. Assim consigo blotar pra 5 proteínas em cada membrana (sim, loucura total. Geralmente a gente blota só duas). Enrolei cada membrana em plástico e incubei com 500 uL de solução de bloqueio com os anticorpos super-diluídos. A Wei Theng estava do meu lado e perguntou: "Mas que tu tá fazendo com as membranas??? O.O" Totalmente apavorada. Aí eu expliquei e ela: "hum, tá, né". No final de incubar as membranas com os diferentes anticorpos eu já não sabia mais o que era o que. Que bom que anotei tudo.

Daqui a pouco chegou o Kasim. "Me disseram que tu tá fazendo coisa de brasileiro aqui na bancada...".
Eu: "o nome é Gambiarra." u_u
Ele olhou o negócio, arregalou os olhos, mas não falou nada. Só se foi.

Eis como ficou minha membrana picotada:


Meu deus. Até eu me apavoro agora. Quem passava parava pra ver o-quê-que-era-aquilo. Tem umas membranas tão pequenas que são um verdadeiro milagre. Mas o pior de tudo é que funcionou!!! Todo mundo veio me perguntar se tinha realmente funcionado e queriam saber como eu fiz. Acho que vou começar o curso:

"Gambiarras no laboratório", por Patrícia N. - Ensinando como não-se-faz desde 1990. As inscrições estão abertas! \o/

A primeira aula foi sobre como os brasileiros orientam o trânsito em Cingapura:

 

Realmente muito claro. Não tem como errar. Se você ainda tem dúvidas, pode usar o botão ali ao lado (instalado pelo japoneses): 

Foto cortesia de Felipe Correa da Silva.

Bom, gente, vou parar de fazer vocês perderem tempo com essas bobagens. Beijos! Fui!



terça-feira, 13 de março de 2012

Continue a escalar

Oi, gente!
Nós fomos escalar nesse domingo, como parte do treinamento pra Malásia.
Escalamos muitas horas (acho que vou das 11h às 16h, ou algo assim). Não sinto mais meus dedos.
Nós escalamos no maior parque de escalada de Cingapura, que é parte do clube do exército. Eu geralmente começo as escaladas com rotas mais fácies, 5C. Nesse lugar não tem nenhuma rota 5, a mais fácil é a 6A, uma que eu sofro pra fazer na outra academia. Como aqui não tinha escolha, comecei com essa mesmo, mas uma um pouco mais difícil, a 6A+ (já que a mais fácil estava ocupada). Pra que, né? Quase morri na primeira rota. A parede é muito inclinada, com diversos obstáculos e ela não tem fim. É o dobro das normais. Isso que começamos com as paredes mais baixas ("começar" é modo de dizer, já que sempre ficamos só na menor).
Além das paredes mais "baixas", essa academia também tem uma maior, 4 vezes o tamanho normal. Quando eu vi ela pela primeira vez (ainda na estação de metro, de tão alta que ela é) eu disse "Quero ir *.*" Mas aí a Wei Theng me disse que ninguém vai naquela parede, já que é muito difícil. Eles deixam pros profissionais. Bem, depois do meu aquecimento, resolvi que ia tentar fazer aquela parede. Fugi de fininho com um colega de escalada que concordou em me ajudar e fomos! Chegando perto, vi que a parede era realmente MUITO alta. Deu um medinho no começo, mas já que eu estava alí, né... vamos ver no que dá. Fui subindo, sem olhar pra baixo, cuidando onde eu pisava e onde eu colocava as mãos. Descobri da pior maneira possível que, como a parede é muito alta, o pessoal não faz muita manutenção nela. Como eu descobri? Pisando num suporte que simplesmente girou e desmoronou. Fiquei alí, pendurada pelas mãos, rezando pros meus músculos não me abandonarem naquele momento. Eles se comportaram direitinho e logo consegui me reposicionar, algo que nunca teria conseguido 2 meses atrás. Estou ficando forte! Nesse momento eu parei pra respirar e pensar na minha recente experiência quase morte. Aproveitei pra admirar a vista e ver que estava quase no meio da parede. Olhei pra baixo. CARAMBA!!! MUITO ALTO! Me agarrei instintivamente mais perto da parede, praticamente encostando a barriga na mesma. Meu amigo lá em baixo gritava palavras pra me encorajar, e eu tive que reunir toda minha loucura interior pra tirar o pé de um dos apoios e seguir em frente. Meus braços doíam, meus pés não aguentavam mais aquele sapato (2 número menor que meu tamanho normal, mas é assim que se faz na escalada), o suor ia escorrendo da minha testa, do meu pescoço, das minhas costas. As mãos suadas já não me davam mais confiança, o cabelo começava a grudar na cara e de repente aqui pareceu realmente insanidade. No último terço da jornada, quando eu já tinha gasto toda minha energia e estava há mais de 20 minutos sem conseguir respirar direito por falta de fôlego (acho que era o ar rarefeito u_u) eu pensei seriamente em desistir. Achei um apoio confortável pra descansar um pouco e me preparei psicologicamente pra deixar a parede gigante me vencer.  A última parte era a mais inclinada, com partes onde você precisa usar somente as mãos pra avançar. Eu não ia conseguir. Olhei pra baixo pra avisar meu colega de que iria descer quando vi todo o grupo de escalada já embaixo, num bolinho, todos juntos assistindo minha façanha. Quando viram minha menção de descer, começaram a gritar palavras de encorajamento e se negando a me deixar descer antes de eu terminar se já tinha ido tão longe. Tirei energia não sei de onde, olhei pra cima, em direção ao topo da montanha e engrenei de novo. Precisei parar diversas vezes nessa parte final, estava realmente exausta e só estava piorando. O sol das 13h queimando meu lombo. Finalmente faltavam somente alguns metros e eu CONSEGUI! Virei pra a vista de boa parte de Cingapura e ouvi os gritos e aplausos das pessoas lá em baixo, que mais pareciam formiguinhas. Desci e tive meu momento de glória!
Depois, boa parte das pessoas ficaram inspiradas pelo meu feito e decidiram fazer aquela rota também. Se uma amadora que escala há 2 meses consegue, eles que escalam há 7 anos vão tirar de letra. Foi muito legal! Eles foram muito bem (e mais rápidos)!
Depois tomamos um banho gelado merecido e fomos almoçar (às 17h). O que foi ótimo já que nossa glicemia estava quase negativa.
No dia seguinte não conseguia caminhar, muito menos pipetar. Não consegui abrir uma garrafa de água! Sério, que absurdo.
Pelo menos eu estou:
1) mais forte
2) menos não-preparada pros desafios da Malásia (que deus me ajude)
3) bronzeada (com aquela marca de camisa de caminhoneiro).

Olha eu ali!


Bem, encerrando o assunto, tem algumas pessoas me pedindo pra contar sobre o meu trabalho. Aparentemente existe um boato de que não estou trabalhando, só estou de férias. Parcialmente verdade.
Prometo colocar uma foto do que eu faço no trabalho até o final da semana na capa do blog. Se vocês vomitarem não é culpa minha.

O que basicamente faço é genotipagem (PCR), western blot que não funcionam, marcar células com coisas coloridas e tirar fotos depois e, o melhor de tudo, operar o coração de embriões de camundongo com 13,5 dias de gestação (essa foto que vou botar! hahaha). Sim, é pequeno. E o Kasim ainda quer que eu disseque a coronária! Vai catar coquinho!

Beijos!

PS: Feliz Aniversário, Isa! Para sempre no meu coração!

sábado, 10 de março de 2012

Sky Diving

Gente, está chovendo horrores aqui! Tudo pra terminar bem a semana. Sábado o dia todo com chuva ¬¬

Pois é, eu tinha parado de contar das minhas aventuras sábado passado, faz uma semana inteira! Sábado a tarde eu fui nadar. Estava com cara de chuva, então eu resolvi não passar protetor solar. Grande erro. Abriu um solão enquanto eu estava na piscina e, quando eu saí, o tempo continuou com cara de chuva e eu fiquei com cara de queimado. Fiquei toda vermelha no rosto (só no rosto, porque é o único lugar em que eu SEMPRE passo protetor solar, então o resto do meu corpo já estava mais bronzeadinho. Agora está tudo igual pelo menos...). 

Depois de nadar eu fui visitar o Tree Top Walk de Cingapura, uma ponte enorme sobre uma reserva natural construída pelo HSBC. A história é que o HSBC comprou parte da área pra construir um club e um parque bem legal pros sócios e pro público em geral. Depois de comprar, o governo de Cingapura disse que aquela era uma área pública e de preservação ambiental. O HSBC poderia construir o que quisesse lá, mas sem derrubar uma árvore. Imaginem o problema: o treco é uma reserva. Só o que tem são árvores! Enquanto o resto do mundo iria:
1) processar o governo (mas aqui isso pega mal, você pode ir preso por processar o governo, comunista!)
2) dizer "Dane-se, vou adotar um jardim e colocar uma propaganda minha lá".

os CEOs megalomaníacos das empresas cingapurenses (mesmo do HSBC) disseram "Tudo bem, então vamos construir o nosso parque em cima das árvores".
Resto do mundo: o.O ?

E foi o que eles fizeram. 


  
Claro que nem todo o parque fica acima de tudo, tem uns caminhos que levam até essa parte aérea, mas eles também são muito legais, cheios de cores, cheiros e sensações.



No final, levei 1 hora pra chegar na parte aérea e mais 1 hora pra terminar de ver (quase) tudo do parque. Depois só mais 1h pra voltar à civilização. Bem legal, mas muito quente! O dia estava um forno, mas a floresta tropical amenizava um pouco o calor. Antes que me perguntem, sim eu fui sozinha. O povo estava todo online discutindo no facebook se iam, se não iam, se iam de ônibus, se iam de metro e já eram quase 15h30. Aí eu disse "Dane-se. Estou indo. Quem quiser ir, me encontra no portão às 4h". E fui. No final, eles ficaram discutindo horas e desistiram. Foram jantar no McDonalds... Mas no parque eu logo encontrei uma inglesa superperdida na trilha (tem que ter muito instinto pra saber pra onde ir u_u Sério. É difícil mesmo. Eu sempre procurava pegadas no chão pra saber qual caminho tinha que seguir nas encruzilhadas - ficou mais fácil porque tinha chovido de manhã!). Fomos conversando (num inglês - não cinglês - que eu conseguia entender!). Ela era a típica inglesa: estava de calças e mangas compridas, chapéu gigante e máquina fotográfica pendurada no pescoço. Ela era uma tiazona, uns 40 e muitos, não é casada ("Dá muito trabalho") e resolveu tirar férias de 6 meses e conhecer o mundo sozinha (tipo de coisa que eu teria coragem de fazer). Ela me lembra aquelas pessoas isoladas que moram num porão com 20 gatos e conversam com as flores. Sim, ela tem um gato, mas incrivelmente divide um apartamento em Londres com a irmã também. Muito divertido!  Adorei o passeio!

Domingo foi dia de fazer meu curso de certificação para escalada. Eu fiquei sócia da academia, comprei um par de sapatos de escala ultracaros porque são feitos com a borracha do pneus de formula 1 o.o Também comprei equipamentos pra belay (que é ficar no chão enquanto a outra pessoa escala e segurar a corda de modo que ela consiga subir, mas que se ela cair você consegue evitar que ela morra esmagada no chão). Gastei Investi uma penca de dólares, mas vai compensar o fato de eu não ter que alugar equipamento toda semana. O curso foi legal, mas foram 8 horas de aulas teóricas e práticas num domingo XD. Pelo menos agora tenho a certificação do Ministério de alguma-coisa dizendo que eu posso fazer o belay dos meus amigos sem eles correrem o risco de morrer porque eu não sei usar os equipamentos direito. O que é ótimo já que semana que vem vamos escalar na Malásia e eles exigem essa certificação pra entrar nos parques de escalada lá. 

(Bah, tá chovendo aqui pra dentro!!! Primeira vez que vou fechar uma janela em Cingapura)

Falando em escalada na Malásia, como nós vamos lá pra escalar 4 a 6 horas seguidas, estamos fazendo um treinamento intensivo pra poder suportar o tranco. Estamos escalando aos domingos numa outra academia aqui de Cingapura, com a maior parede do país (ainda assim muito menor que a da Malásia). Amanhã tem treino, vamos escalar 4 horas sem parar no sol/chuva. Mal posso esperar!!! (e vocês vão dizer "Louca". Não tenho argumentos pra me defender u_u).

A semana de trabalho foi alucinante. Muito pra fazer e pouco tempo pra pensar. Algumas coisas finalmente deram certo, outros continuam a me perturbar, como um Western Blot (pra ver se a célula tem uma proteína específica e quanto ela tem dessa proteína, mãe!) que teima em rir da minha cara: "Haha! Sem bandas hoje também!". Meu chefe me chamou pra conversar quarta-feira no escritório dele. Foi assim:
Philipp: Preciso de algumas explicações.
Eu fiquei nervosa: ok...
Philipp: Me conta como é que tu consegue fazer um ensaio que somente um pos-doc meu conseguiu depois de 3 anos (isso em 2004) nos Estados Unidos, mas que ele nunca mais conseguiu repetir, com tamanha perfeição em 2 dias, mas não consegue me mostrar um único resultado de Western Blot? 
Eu: Hum... realmente não sei. Não sei o que te responder e também não sei se isso foi um elogio ou não...
Philipp riu e continuou: Tudo bem que você não consegue explicar. Eu só não entendo como você faz isso!
Eu: Nem eu   o.o
Philipp ficou pensando um pouco: É só isso por enquanto. (eu ia saindo quando ele me chamou) Ah, e devolve o anticorpo de Western Blot que tu e o Kasim roubaram do laboratório ao lado, por favor.
Eu: roubamos? o.O  Kasim disse que era emprestado...
Philipp: Só é emprestado quando as pessoas sabem que você pegou antes de você pegar. Se elas descobrem depois, não é emprestado.

Bem, eu só segui ordens, não sabia de nada. Mas foi engraçado. Devolvi o anticorpo e pedi desculpas ao lab do lado por meu supervisor ter roubado o anticorpo. Eles disseram que tudo bem, eles nem usam mais mesmo e nem sabiam que tinha sumido (foi o prof. Philipp que descobriu a tramóia, na real). E eles tem litros de anticorpo, não é que nem no Brasil que as pessoas espremem o tubo pra pegar o último meio nano-litro.
Mas o anticorpo não funcionou mesmo. Se alguém souber POR FAVOR, como eu faço pra detectar uma proteína de baixíssima expressão que fica ligada ao DNA, por gentileza, me mande um e-mail (patriciarenck@gmail.com ou meu hotmail mesmo). Já tentei altas concentrações de anticorpo (1:200) e superconcentrar o gel (40 ug por poço). Estou ficando sem saída. Seria usar mais detergente? Help-me, plis! 

Quinta fui convidada pra jantar com meu chefe e um professor alemão que tem laboratório na Espanha. Não sei por que eu, mas tudo bem. Talvez as pessoas achem que estou morrendo de fome e me levam pra restaurantes chiques pra eu comer alguma proteína que não seja do leite... O professor é bem legal, muito simpático. Jantamos num restaurante japonês. Felizmente pedimos carne de verdade. Colocaram uma grelha perto da mesma pra fazer "churrasco" grelhando pequenos pedaços de carne. Tinha peixe também, mas eu os ignorei. Depois fomos tomar vinho australiano na casa do chefe, que mora ali perto. Muito bom, mas estou descobrindo que ficar muito tempo sem comer carne faz com que você tenha problemas pra digeri-la depois. Enfim.
No dia seguinte fui com o chefe e com o Kasim almoçar num restaurante turco (Kasim é da Turquia). A-DO-REI a comida! Pedi um peito de frango grelhado, que veio com tempero que lembra o brasileiro, com alecrim, orégano, óleo de oliva, etc, mais um pão muito gostoso pra acompanhar. E chá de maçã. Delicioso.

No fim da tarde, eu e Wei Theng fugimos do trabalho mais cedo pra fazer Sky Diving, daquele grupon que eu comprei. Chegamos cedo e ainda conseguimos ver um pouco da praia com sol. Na hora da nossa sessão de voo, vimos uns videos de segurança, e depois passamos por uma simulação muito legal do processo de pular de paraquedas. Ficamos dentro de um avião de mentira, vimos aqueles vídeos engraçados de segurança do avião (como colocar seu cinto e etc), mas meio avacalhados pra ficar engraçado. Depois conhecemos nosso instrutor, que nos mostrou as posições de voo e tivemos que aprender os sinais pra gente se comunicar no ar, pois obviamente não dá pra falar caindo a 300 km/h. Simulamos a posição de voo e fomos pra área de colocar os equipamentos e de se preparar psicologicamente. O legal é que em todo lugar que a gente ia tinha uns ventos difusos vindos sei lá de onde e o som do nosso "avião". Show de bola. Vestimos a roupa, colocamos óculos, protetores auriculares e o capacete. Última checagem e vambora! A Wei Theng foi a primeira a entrar no túnel de ar, depois foi minha vez! Nossa, a sensação é incrível! O instrutor fica ali pra te ajudar a se estrabilizar e ganhar confiança. Quem pensa que voar é só cair está muito enganado! Tem que fazer força pra manter o corpo num arco, com a barriga pra baixo, as pernas na posição certa, apesar do vento forte, e os braços no ângulo exato, senão você fica indo pra cima, pra baixo, pra frente, pra trás, ou só se debatendo aleatoriamente. Meu primeiro voo foi só pra eu entender como o corpo funciona sem gravidade, o que dá e que não dá pra fazer. Saí do túnel e nem conseguia caminhar direito, tão estranha a sensação de gravidade de novo. Rosto vermelho, cabelo que era uma confusão, mãos tremendo... pura adrenalina! No segundo voo, assim que o instrutor me soltou resolvi fazer uns experimentos, pra horror dele. Tudo friamente calculado, consegui dar umas giradas mexendo os braços, e fiz com que meu corpo subisse bem rápido pro topo do túnel (o instrutor teve um treco e pulou pra me agarrar, mas eu já estava voltando pra altitude normal) e descesse em seguida. Bah, que legal! Sensação de liberdade e autocontrole incríveis! Se eu pudesse, faria toda semana! Agora eu entendo como as pessoas fazem nos filmes pra pular de um avião 2 minutos depois da outra pessoa e ainda assim conseguem pegá-la antes que ela no chão sem paraquedas e morra. E também faz sentido eles conseguirem mais ou menos direcionar pra onde estão caindo, já que não é cair, é voar! Além disso, voar exige muita força. Meus músculos estão doendo até agora por tentar me manter estável no voo. 
Ganhamos um DVD do nosso voo, mas ainda não consegui olhar (não tenho leitor no meu netbook). Por enquanto, ficam os vídeos do iFly e as fotos no chão:





Nós na praia, nós esperando pra voar, nosso voo no horário (segundo o painel) e nosso certificado de treinamento!
Pra terminar bem a noite, jantamos no McDonalds (onde eu pedi pra trocar meu refrigerante por leite. Funciona mesmo essa coisa aqui o.O Da próxima vez vou pedir pra trocar minhas batatas por milho. Sim, é possível) e passamos na loja Candy Empire (Império dos Doces, vocês iam surtar. Eu surtei, tinha de tudo *.*) e compramos chocolates e outros doces estranhos de diversas partes do mundo (todos muito bons). 

Finalmente, hoje fui almoçar com a Rejane, prima da esposa de um amigo do grupo de casais da Igreja do meus pais... eu acho. Fomos num restaurante tailandês muito estranho. Funciona assim. Você chega e o restaurante está fechado (só abre as 13h), mas já tem gente sentada lá dentro escolhendo o que vai pedir. Espera na fila pra sentar, mesmo que haja diversas mesas disponíveis. Senta, ganha um lápis e um cardápio onde você marca o que quer. Espera o restaurante abrir. Quando a placa de "Fechado" some do caixa, as pessoas saem de suas mesas e vão correndo formar uma fila quilométrica pra fazer o pedido e pagar ao mesmo tempo no caixa. Nesse momento, já tem uma fila gigante de pessoas fora do restaurante esperando pra sentar (agora não tem mais mesas vagas). Pedido feito, a comida vem relativamente rápido, mas como todo restaurante na Ásia, a comida vem em partes. E não recebemos primeiro a salada, depois o acompanhamento, depois o prato principal. Vem o que ficar pronto primeiro. A comida estava muito boa, comemos galinha assada, galinha frita, macarrão com uns temperos exóticos e arroz também carregado de tempero, parecia algum tempero que deixa um gosto de defumado, não sei o que é. Pra beber, chá com leite condensado ^.^ No começo eu gostei do chá, mas depois eu vi que tinha gosto de um chá que eu não sou muito fã, não. Pra encerrar, comemos sorvete! Só aqui se paga 4 dólares por bola de sorvete, mas é muito bom. Não existem aqueles sabores normais, tipo chocolate e morango, eles tem cheesecake de amora, torta de morangos, tiramisu, pudim de groselha, lattè com coco, etc. Eu peguei o "Favorito da Vovó", um de chocolate com pedaços de paçoquinha e biscoitos molinhos. Delícia! Valeu cada centavo (porque eu tive que catar todas as moedas pra pagar u_u Não que eu não tivesse dinheiro, mas eu odeio moedas. Tenho uma necessidade patológica de me livrar delas).

Aí fomos no escritório do marido da Rejane, o Ashwin (ai deus, é assim que se escreve? Nome indiano. Enfim). Ele dá aula num MBA no prédio da biblioteca Nacional. Muito chique. Enquanto esperávamos e admirávamos a vista, a Rejane me contou umas histórias sobre alguns prédios ali perto. Um deles teve que construir estátuas enormes no topo do prédio, de homens segurando umas bolas gigantes só porque o prédio ao lado tinha a forma de um triângulo, e isso interfere na energia dos negócios (Feng-Shui, sabem?). 
O mesmo aconteceu com o Merlion (símbolo do país. Veja na foto). Eles está, na verdade, olhando pro lado errado da cidade, deveria olhar pro sudoeste. Então colocaram umas coisas na cabeça dele pra melhorar a energia. Logo depois ele foi atingido por um raio e teve que ser consertado... 
Segundo ela, o povo de Cingapura só não é pior que os indianos e os chineses. Quando ela estava na Índia com o marido, uma menina de 7 anos teve que casar com um cachorro porque ela terminou de perder os dentes de leite superiores antes do inferiores. Isso dá azar, então ela casa com o cachorro pra transferir a energia negativa pro cão. Faz todo sentido. u_u

Merlion e a vista do escritório do Ashwin (antes de começar a chover).


Incrivelmente, o escritório dele e parte da universidade ficam no 13º andar pro prédio e nenhuma catástrofe aconteceu ainda. Na verdade eu esperava não encontrar o 13º andar nos botões do elevador, mas para minha surpresa... 

Jogo dos 3 erros. Achou? Olhe com atenção.


Achou? Não? Olha mais um pouquinho e mostre que você fez a pré-escola e sabe contar.


É, meu amigo. Não tem os andares 4, 6 e 12. Energia ruim porque são... múltiplos de 2? Vai saber. 
Ficamos por aqui hoje. Como esse post foi enorme, espero comentários dignos.
E pra quem usa a desculpa de que não tem uma conta de e-mail no google pra comentar no blog ou, incrivelmente, perderam a senha em menos de 24h (né, pai!), podem usar a conta:
agora.eu.comento@gmail.com
Senha: comentario
Só precisam fazer login na hora de comentar. Escolham "conta do google" e sigam os passos. Mais tranquilo que perna de sapo.


Além disso, quem quiser pode adicionar seu e-mail aí em cima, à direita, que vocês vão receber as atualizações por e-mail! 

Beijos e bom final de semana pra quem acorda nesse momento (meu sábado já acabou... mimimi). 


sábado, 3 de março de 2012

Girl's Night

Oi! Como vai o calor aí? Aqui está ficando difícil de dormir a noite. Estamos entrando no verão, mas não me perguntem, não sei como as estações funcionam aqui. Aliás, eu nem sei por que fazem previsão do tempo aqui. É sempre igual!


Enfim.
Essa semana eu finalmente consegui pegar meu primeiro pagamento! Tive que ir em 3 bancos até eles me dizerem que, por ser uma conta corporativa, eu tenho que ir lá no fim do mundo fazer o saque. Pelo menos agora eu pude pagar meu quarto por mais um mês.

Semana passada tive uma conversa séria com minha colega de quarto. Ela tem horários estranhos, acorda 2h antes de mim e vai dormir 1h depois, não sei como ela sobrevive. Vai ver dorme no trabalho. Só que ela faz muito barulho pra se arrumar e acaba me acordando também! Quando ela finalmente vai embora de manhã, tenho 15 min antes do meu despertador tocar. Aí eu conversei com ela e tal e ela disse que ela já está esforçando ao MÁXIMO e que a culpa é minha porque eu tenho o sono leve. Só que como a pessoa faz pra não acordar e a outra chega no quarto à meia-noite e liga a luz pra tirar a maquiagem e usar o secador de cabelo até a 1h da manhã? Não dá né! Perguntei pra ela como a colega de quarto antiga fazia pra sobreviver. Ela disse que ela se acostumou (leia-se parou de reclamar). Bom, como não tem jeito, a solução é dormir nos finais de semana e tentar não me estressar nos outros 5 dias.

Essa semana eu virei sócia do clube de escalada! Agora eu tenho desconto na entrada e nos equipamentos (só que o meu número de sapato acabou semana passada ¬¬). Bem bom.

 Também fui numa aula dos alunos de doutorado da faculdade de Medicina. Muita tensa a aula. O assunto foi super complexo, mas ao mesmo tempo alguns alunos fizeram perguntas bem básicas, até pra mim. Foi muito legal, aprendi algumas coisas, mas o professor deu um ensaio de 40 páginas pra semana que vem sobre controle epigenético de ciclo celular. Já larguei a cadeira. Não sou obrigada a fazer mesmo, não vou ficar me matando. Estou de férias. :-)

Essa semana o meu mentor largou uma de novo. Eu estava com um cronômetro no bolso marcando o tempo do experimento. Sentei ao lado dele pra usar meu PC e ele estava concentrado no próprio computador. Depois de um tempo eu cruzei a perna e o cronômetro fez um bipe, pois mudou pra função relógio. Nesse momento ele me lançou um olhar mortal:
Kasim: o que você está fazendo?
Eu: incubando o ensaio cometa.
Kasim: não foi isso que eu perguntei.
Eu: ah, o bipe! Foi só o cronômetro. (peguei e troquei de novo pra cronômetro, fazendo um bipe de novo).
Kasim: é é é. Dá pra não ficar fazendo BIPE do meu lado? u_u Obrigado. 
E voltou a olhar pro PC. Eu fiquei tipo: táaaa... o.o

Meu, sério. Eu achei muito engraçada a situação. Excêntrico total! Acho que ele só estava querendo me encher o saco mesmo.
No dia anterior ele saiu com outra, que já estava no meu Facebook, mas vou postar aqui pros mortais, né, pai:

Da série "Pérolas do meu mentor":

Eu: Você sempre escreve detalhadamente as diluições em série ou você acha que eu sou particularmente estúpida?
Kasim: os outros eram estúpidos também.
Eu: ah, tá. Me sinto melhor agora!
Kasim: não deveria. u_u

Depois se eu tentar me matar, vocês já sabem de quem é a culpa.

Além disso, eu estou conseguindo um fenômeno estranho no laboratório. Aqui todo mundo trabalha sozinho, tem seus próprios reagentes, bancadas, kits, etc. Estão todos sempre muito isolados e eu não estou acostumada com isso. Não consigo evitar de chegar no laboratório e dar "oi" pra todo mundo, sorrir pras pessoas quando cruzo com elas nos corredores ou nas salas de cultura, perguntar como elas estão ou se precisam de ajuda. No início as pessoas acham estranho, respondiam bom-dia meio encabuladas ou automaticamente, ficam com um sorriso tímido quando eu cruza com elas. Agora elas mesmas já chegam no laboratório e vão me dar oi, ou respondem meus cumprimentos mais calorosamente, perguntam como estou, etc. Até as vezes fazemos caretas uns pros outros quando nos cruzamos nos corredores e saímos rindo. Está muito engraçado! Quarta meu orientador, que sempre passa por mim pra tomar café e ganha um sorriso simpático de minha parte, passou por mim, parou, e perguntou:
Philipp: Por você está sorrindo? o.O
Eu: Por que eu não deveria? o.O
Philipp: Hum... pode ser. (e voltou pra sala)
No outro dia ele veio falar comigo: Eu pensei no que você disse ontem e percebi que você está certa. Você mora longe pra caramba aqui em Cingapura, enfrenta 2h de metro por dia, está longe da sua família e seus experimentos estão só dando errado ultimamente, mas ainda assim você está quase sempre alegre. Acho que a gente realmente não deveria "precisar" ter motivos pra sorrir mesmo...
Aí eu fiquei meio chocada e falei: Bom, esse é um modo de ver as coisas. Por outro lado, minha família e meus amigos estão todos bem, tenho pessoas que se importam comigo aqui em Cingapura, o tempo que eu levo pra chegar no trabalho dá pra eu ler exatamente 1 capítulo do meu livro, me sinto bem e... eu estou em Cingapura! Talvez a gente realmente não precise de motivos pra sorrir, mas eu tenho muitos. Você não acha? o.o
Ele só me olhou com os olhos arregalados, disse "impressionante" e foi embora.
Tá que ele me pegou num dia bom, nem sempre eu penso isso. Só sei que foi assim.

Ah, essa semana decidi variar minha dieta. Estou incluindo nutella e salgadinhos. Muito bom. Desisti de comer carne nas praças de alimentação daqui. Sempre me arrependo. Sempre acho um pedaço de pata, uma cartilagem enorme, ou só vem pele e gordura. Agora sou vegetariana na hora do almoço. Estou comendo arroz com legumes (infelizmente com muita gordura) e termina com um milk-shake de manga. As pessoas vivem dizendo que eu como mal e tal, mas realmente prefiro comer meus cereais com frutas e leite do que aquelas comidas com carne gordurenta e legumes cheios de banha e tão cozidos que todas as vitaminas foram embora. E parem de me encher. Fui a única pessoa que ainda não ficou doente esse ano no meu círculo de convivência, então shhhh.

Bah, ontem foi a Girl's night (Noite das Meninas) do laboratório, ideia minha, da Vyttia e da Vanessa. Arrastamos a Wei Theng e a Lakshmi pra jantar (a Sangueeta está na Índia e a Suhui tinha um jantar com alguém). Fomos comer sorvete como aquecimento e depois jantamos na Bella Pasta! Finalmente uma comida boa! Mas eu meio que passei mal depois, meu estômago não está mais acostumado com comida de qualidade, muito menos com carne.


Ah, mas estava TÃO BOM. 

A escalada dessa semana também foi demais! Escalamos na parte de fora do prédio, onde você tem que carregar a corda até a parte de cima, pois não tem uma pré-fixada lá. Claro que eu deixei as pessoas experientes fazer isso, porque eu ia morrer certo. Eu só fui depois, mas a parede é muito alta. Quando eu achei que estava chegando no topo, estava na metade. Muito cansativo, mas valeu a pena!

É isso por hoje gente!

Beijos!

PS: gente do facebook, não liguem se eu der Feliz Aniversário pra vocês um dia antes. O facebook não sabe que estou no fuso horário diferente...