domingo, 29 de janeiro de 2012

Efeito camaleão

Ooooi!

Bom, nesse final de semana nós tivemos aquela festa tipo ano-novo chinês na casa de um casal que escala conosco. Agora, na verdade, eles se revezam porque recém tiveram um filho. O nome inglês dele é Will (Smith) e ele é TÃO fofo! Ele tem só 2 meses, gorduchinho, risonho, sempre com um tufo enorme de cabelo em pé. Ele não tem berço, aqui os bebês dormem em colchonetes no chão com almofadas dos lados. Os pais são meio desnaturados, carregam a criança de qualquer jeito, mas ele parece gostar. Sei lá.
Comemos macarrão (graçasadeus uma comida normal) com um molho bem gostoso (não sei tudo o que tinha, mas certamente eu vi tomate e cebola). Depois comemos uns doces e biscoitos típicos do ano-novo chinês e assistimos a um filme gravado (teoricamente) no Brasil. O que me chamou a atenção foi que tinha um deserto enorme no meio da cidade do Rio de Janeiro, com um trem bala passando no meio. Bem normal. Acho que eu não vi esse quando eu fui pra FeSBE (ou fizeram um upgrade holliwodiano no bondinho de Santa Tereza). As pessoas estavam apavoradas com a quantidade de favelas que tinha no filme e viviam me perguntando se todo mundo morava em lugares assim (eu inclusive). "Gente, existem de fato PRÉDIOS no Brasil, sabiam? E as pessoas geralmente não carregam armas o tempo todo e saem atirando nas pessoas que estão na praia do nada." Ahh, tá (e voltavam pro filme). Acho que eles não acreditam realmente em mim. Vou ter que mostrar umas fotos... Mas é melhor não.
Trocamos laranjas também! Cheguei com 4 laranjas e voltei com 4 laranjas. Muito útil. Só foi o trabalho de carregar as laranjas durante 2 horas. Aparentemente agora eu vou ter sorte pelos próximos 12 meses. Tá valendo.
À noite fui jantar num restaurante iraniano que um cara (iraniano) tinha recomendado. Agora sei que não gosto de comida iraniana. Só gostei das batatas fritas. O arroz não tinha sal (consequentemente, não tinha gosto) e tudo tinha muito tempero (ervas bem fortes). Consegui comer só um dos pratos, que tinha um monte de assafrão e outras coisas amarelas e laranjas. Sobrevivi.
Hoje de manhã acordei e quase morri de susto. Meio dormindo, me olhei no espelho e vi que meus olhos estavam amarelos. A palma das minhas mãos também! A primeira coisa que você pensa nessa situação é: "merda, comi um monte de porcaria, passei um mês experimentando todo tipo de erva tóxica e temperos esquizitos. Certamente essa comida iraniana foi a gota d'água pra desencadear uma falência hepática súbita! Vou morrer, certo.". Já tinha aceitado minha sentença de morte sabendo que eu não ia conseguir chegar no Brasil pra dizer adeus aos meus amigos, voltei ao quarto pra escrever meu testamento. Mas nesse momento eu vi que meu aparelho ortodôntico tinha passado de rosa pra laranja. Uffa! Foi somente o tempero da comida de ontem! Posso continuar vivendo perigosamente. Eu continuo meio laranja, mas estou voltando devagar a minha cor normal. Decidi caminhar um pouco no sol hoje pra pelo menos trocar o laranja pelo vermelho. Não funcionou. E eu até saí sem protetor solar, o que foi um desafio. Sério, você já tentou sair conscientemente de casa pra tomar muito sol sem protetor solar? É horrível! Todos aqueles anos de pessoas dizendo pra passar protetor solar, que o sol causa câncer, não ficar no sol entre 10h e 16h, blá blá blá. Não ajuda o fato de eu ter descoberto que o índice UV de Cingapura é máximo durante o ano todo (na verdade, é mais que o máximo, mas eles não queriam mudar a escala só por causa de um país). Mas eu estava com muita preguiça de me ensebar de protetor e queria mudar minha cor de bergamota mesmo.
Durante a tarde, eu e Laurie fomos pra piscina do bairro (mais uma chance de eu trocar de cor). Não choveu dessa vez! Porém, descobri que não rende muito ir em dupla pra piscina. Nós ficamos boa porte do tempo tendo umas conversas Marisa ([de mulher pra mulher], pra quem não fez a sinapse). Mas tudo bem, assim ficamos quase 2 horas de molho no cloro. Acho que não peguei cor nenhuma...
Ah, achei um quarto! Não sou mais sem-teto! O quarto fica realmente mais perto da Malásia que do meu trabalho:

O quarto é ok. Não tem ar condicionado, mas dormir no fresco é para os fracos. Tem internet e tv a cabo (não que eu tenha tempo pra essas coisas). E custa S$300. Metade do que eu pago agora. O problema é que eu levo 1h pra ir pro trabalho. Mas eu sobrevivi 1,5 ano indo e voltando de São Leopoldo pra UFRGS, isso é fichinha. Quando eu conto o tempo que levo pra chegar no trabalho, as pessoas me perguntam se vale a pena. A conta é simples: eu pago S$650 no hostel, gasto $0,88 (1,76 ida e volta) pra ir pro trabalho (e levo 25 minutos). Considerando que há 22 dias úteis no mês, gasto 22x1,76+650 por mês (S$668) no hostel. Agora eu vou gastar 22x1,76(3,52 ida e volta)+300 = 377. Minha economia financeira é de S$290. Como eu vou levar 1h pra chegar ao trabalho (35 minutos a mais por viagem ou 70 minutos a mais por dia), é só pensar se meu tempo vale mais que S$290 divididos por 22x70 = 0,19 dólares por minuto. Ou seja, se 1 hora do meu dia valesse mais que 11,3 dólares, não valeria a pena. Como eu trabalho 42 horas por semana (teoricamente, porque eu trabalho BEM mais), eu deveria ganhar no mínimo S$1900 se meu tempo valesse S$11,3 por hora. Como eu não passo nem perto disso, sim, vale a pena. Meu tempo certamente não vale os quase S$300 de economia (pelo menos o governo de Cingapura acha que não).
Vai ser bom dar uma aliviada nas finanças mês que vem, já que minha conta corrente está que nem o freezer do laboratório, -80.

Ah, e hoje é meu aniversário! Hoje é o dia do Povo (People's Day, 7º dia do calendário chinês) e todo mundo está de aniversário. Menos as pessoas que não sabem disso. Por isso, vocês podem me dar presentes! Podem deixar lá em casa em horário comercial (vocês tem o endereço, né?). 

Fico no aguardo. 
Beijos e boa semana para todos!
Vou lá comer uma coisa azul pra ver se esse laranja se vai...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um dia normal

(quem só veio aqui pra saber dos sapos, desça pro post anterior)

Atendendo aos pedidos de milhares de pessoas (na verdade de uma, minha mãe, mas não faz diferença), farei um post extra sobre como é minha vida na Cidade do Leão (Cingapura, pra quem não acompanhou).
Eu acordo (geralmente) às 7h porque a claridade fica batendo na janela. Meu dia já começa com decisões de vida ou morte, é realmente emocionante: eu posso ficar rolando na cama até 8h30, quando tenho que levantar pra ir trabalhar, ou posso colocar o tapa-olho que ganhei no avião. Nesse caso, eu só acordo às 13h porque eu costumo fazer lançamento de despertador à distância durante a noite. Ele sempre aparece num lugar diferente e eu não o ouço tocar.

E pra quem reclama do seu quarto 2x2, conheça o quarto 2x1!
Considerando que eu acordei no horário certo, desço praticamente caindo do meu beliche, cato os chinelos e vou ao banheiro lavar o rosto. Sempre me assusto com a cara das pessoas que estão lá e que acabaram de acordar. Imagina a cara de um chinesinho toda amassada, com o desenho da borda da fronha... totalmente apavorante. Só espero estar tão assustadora quanto os outros.  
Volto meio zumbi pro meu quarto, tomo meu café da manhã (sucrilhos com leite, quando eu me lembrei de comprar sucrilhos e leite) em potes e copos descartáveis (que eu sempre lavo em seguida pra poupar o mundo de todo o lixo reciclável – NOT, na verdade é porque eu não quero ter que comprar outros).
Migro novamente pro banheiro, lavo meus utensílios culinários (bah, dei um upgrade pro copinho de plástico) e escovo os dentes (meus dentistas vão adorar!).
Visto-me com a primeira coisa que encontro, mochila nas costas, fones de ouvido no ouvido à dada a largada!
Caminho uns 8 minutos por um caminho lindo! Muitas árvores e jardins.

Rua em frente ao Hostel


Rua do Hostel

Avenida (Farrer Road)

Meu caminho.


Flores! Sempre tem flores nas passarelas!






Pego o metro.





Desço em 2 estações (4 min) e caminho até o instituto (9 min).









Jogo minha mochila na cadeira, encontro minha caneca e vou à sala ao lado preparar o café perfeito. Vejo meus e-mails e resolvo os pepinos matinais enquanto espero meu mentor chegar. Quando ele chega, só vejo a luz do dia de novo quando é de noite.
Ah, tem a pausa pro almoço. Sempre almoçamos juntos no centro de comida que fica no prédio da frente. Tem comida de todos os lugares do mundo (menos do Brasil). Eu sempre como no restaurante chinês, cansei de experimentar coisas novas e ficar com fome ou problemas estomacais no meio da tarde.

Food Court


No final da tarde (ou no início da noite) eu me vou. Pego o metro, chego no hostel com uma preguiça monstra de tomar banho. Geralmente eu como algo, fico um pouco na net, tomo um banho (muito relutantemente), deito no cama, leio, percebo que são 23h30 e vou dormir.

The End. \o/ 

Sapos da Vida


Oi, gente! Como vão? Eu to bem, obrigada. Agora que a gente já quebrou o gelo, posso começar a narração das aventuras da semana, que foi bem curta graças ao feriado.

Cheguei no trabalho quarta-feira e meu mentor perguntou como tinha sido meu feriadão. Incrivelmente eu estou com problemas pra lembrar de tudo (que bom que tenho o blog). Acho que estou ficando velha, o Alzheimer tá se aprochegando. Ou é o excesso de álcool e a falta de sono. Contei a parte que eu lembrava e concluí dizendo que de fato eu precisava vir pro trabalho pra poder descansar. Perguntei como foi o feriadão dele. Ele respondeu que também vinha pro trabalho descansar, então eu tinha que fazer as tarefas dele (só algumas): repicar as células, fazer meio de cultura, trocar o meio de cultura das outras células, descongelar as amostras, dosar proteína, preparar as amostras pro gel de eletroforese, fazer 8 geis de eletroforese, diluir as proteínas pro ensaio enzimático e, no meio tempo, genotipar os camundongos que nasceram nessa semana. Tranquilo.

Depois desse dia nada atarefado, a Wei Theng ainda me arrastou pra escalada.

Quinta-feira foi o dia em que saímos pra uma janta de despedida + janta de boas-vindas do pessoal da escalada. As boas-vindas foram obviamente pra mim, enquanto as despedidas foram pro Davan, que está indo morar 2 anos na Escócia. Vou sentir falta dele. Era sempre ele que me forçava a fazer as rotas mais difíceis na escalada. Eu normalmente consigo fazer as 5C e algumas 6A, mas ele me botava pra fazer as 6C ou as 7A. Claro que eu não saía do primeiro passo, mas ele sempre me ensinava uma técnica nova.
O jantar era perna de sapo com um molho doce preto. Pra acompanhar tinha purê de arroz (coloca muita água, cozinha horas e depois esmaga). Bah, que medo daquela carne de sapo. É terrível pra comer, escorrega dos palitinhos e da colher, tem um monte de osso e cartilagem. Blé. Me dizeram que tinha gosto de galinha, mas vou contar um segredo pra vocês: sabem o que tem gosto de galinha? GALINHA! Por que essas comparações idiotas? Carne de sapo tem gosto de carne de sapo! Ponto. Não morri de amores pela carne, mas se não tiver mais nada pra comer na face da terra, tudo bem, eu encaro. Mas não me convidem pra comer de novo. Eu até pensei em tentar a técnica de Martini et AL., mas fiquei com vergonha de engolir a carne com um gole gigante de coca-cola. Mesmo assim, fica a dica.




Além da carne de sapo, também pedimos uma sopa. É algo muito interessante essa sopa. Vem um fogareiro pra mesa com uma panela estilo forma de pudim, só com água temperada dentro. Separado, vem diversos vegetais e peixes que você coloca pra cozinhar e vai adicionando mais na medida em que as pessoas vao comendo o que já está cozido. Isso significa que a sopa vai ficando melhor, com diferentes gostos, de acordo com o passar do jantar. No final, devia estar maravilhosa, mas tinha muito peixe lá dentro... (não, eu não gosto de peixe).    

Hoje vou ver um quarto pra alugar. É tão longe que acho que fica mais perto da Malásia que do meu trabalho: programa Pobres sem Fronteiras! Pelo menos é melhor do que ficar sem teto semana que vem.
Amanhã tenho que trabalhar também. Fazia tempo que isso não acontecia. Bons tempos.
Nessa semana meu pai resolveu ter uma dor insuportável no joelho. Minha mãe diz que ele fica em casa de molho o dia todo. Certamente isso é porque ele não quer dançar valsa comigo na formatura. Tudo bem, eu não sei dançar mesmo, muito menos faço questão de pagar um mico geral. Agora pode melhorar, pai!

Hoje de manhã eu estava fuxicando nas gavetas atrás da minha mesa. Tem os cadernos e anotações dos alunos anteriores. Grande erro. A primeira coisa que eu notei foi a quantidade de cadernos e coisas que cada um deles fez/anotou. Meudeusdocéu. Tinham uns que ficaram cerca de 3 meses e encheram 4 cadernos com experimentos. É isso que me aguarda. Será que eles realmente tinham vida social? Eles tinham vida? Meu mentor parece legal, mas vai que é só pra ganhar confiança, depois ele ameaça os alunos com uma pipeta de plástico e faz eles trabalharem semanas sem nenhuma folga??? E eu juro que tinha uns pingos de sangue num dos cadernos... Meu mentor jura que é de camundongo. Vou pegar um pedaço e genotipar pra ver se é de um animal knockout ou não. Pensando bem, melhor não. Vai que o sangue é realmente humano e knockout? Não quero pensar nisso. Acho que vou ter pesadelos com meu mentor. Na verdade, eu acho que já tenho. Toda vez que eu estou fazendo cultura de células ou qualquer coisa que inclua movimentar líquidos, ele aparece do nada (sério, ele surge do meu lado) e grita “DON’T MAKE BUBBLES!” [Não faça bolhas]. Aparentemente é mais uma da série “tome coca-cola de canudinho”, porque simplesmente não faz sentido nenhum. Depois você centrifuga e explode as bolhas (ou simplesmente ignora as bolhas) e tudo dá certo! Ontem ele foi escrever o protocolo no meu caderno (acho que ele não acredita muito na minha capacidade de aquisição de conhecimento, mas é melhor assim). Quando eu olhei o caderno, uma parte me chamou atenção em particular:



Claro que eu comecei a rir e todo mundo ficou olhando, mas é muito típico dele.
Sabem, eu tinha um monte de coisas pra escrever. Fiz até uma lista, mas eu esqueci a lista no laboratório... não me matem.
O povo agora tá saindo do hostel pra ir na Festa do Óculos de Sol. Sim, eles estão de óculos de sol. Sim, é de noite. Não, eles não enxergam nada. Acho que esse é o ponto da festa.
Tenho que sair pra comprar umas bergamotas pra presentear as pessoas amanhã. Eu tenho que levar 4 bergamotas e trocar por outras 4 bergamotas de outra pessoa. No final, eu anda tenho que trazer as bergamotas pra casa e comer. E se eu não tiver a fim de comer bergamotas? Por que não posso levar uma maçã? Não faz sentido nenhum, de novo. Estou descobrindo que fazer coisas sem sentido durante anos, sem ninguém saber porquê nem ninguém se importar porquê, chama-se "cultura". \o/ Muito divertido.

Fui!

Beijos!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Feriadão


Posso dizer uma coisa que vai fazer todo mundo me odiar? Graçasadeus acabou o feriadão. Sério, eu não agüento mais. Estou muito cansada de passear. Eu preciso ir pro trabalho, só lá eu consigo um pouco de paz.

Depois da festa de domingo, que deixou todo mundo sequelado, eu achei que a segunda-feira ia ser tranqüila. Realmente foi mais tranqüila. Pude dormir até tarde, ouvir músicas, ficar vagando sem rumo na internet, atualizar o blog (já era segunda quando eu atualizei, o Google não entendeu que eu mudei o fuso horário) etc. O que aconteceu à noite foi totalmente culpa minha, eu que pilhei as pessoas pra fazer alguma coisa. Fomos até Marina Bay assistir um show de lasers, luz e som. Era sobre a história da água (embora eu não tenha visto nada parecido com o assunto durante o show). Foi simplesmente espetacular! Nós sentamos na beira do rio, como todo mundo e ficamos esperando algo acontecer (nenhum de nós tinha ido nesse show antes, só acontece uma vez por ano). De repente, música, acompanhada de umas luzes. Então, uma parede de água subiu e as imagens do filme começaram a ser projetadas ali! Ao mesmo tempo, uma fina camada de água era jogada sobre os visitantes para saudá-los (não, eu não podia ficar um dia sem tomar um banho não-intencional) e várias imagens também eram projetadas nessa névoa. Era um filme em 3D sem óculos! E quando a parede de água baixava, podíamos ver com muita clareza as luzes incríveis da cidade atrás. Pra finalizar, apareceu uma versão asiática muito linda do “What a Wonderful World”. Tá louco. E as pessoas assistindo BBB em casa.

Depois de jantarmos num shopping muito chique (tinha uma loja da Ferrari. Nunca fiquei tão perto de uma – isso que tinha um enorme vidro entre nós *.*), fomos prestigiar as enfeites de Ano Novo Chinês no palco flutuante da cidade (onde foi a abertura das Olimpíadas). Cores, sons, dragões, etc. Tudo bem óbvio, mas bonito. Minha noite estava normal até que uma família apareceu me pedindo pra tirar uma foto. Logo me prontifiquei a pegar suas câmeras e tirar uma foto da família, mas parece que eles queriam tirar uma foto onde eu estava. Muito educadamente, saí do caminho e fui mais adiante. Diante da insistência da família, percebi que eles queriam tirar uma foto COMIGO. Hã? É. Eu também demorei a entender. Eles tiraram várias fotos. No jardim botânico também aconteceu algo assim. Quem me conhece sabe como eu costumo sair pra caminhar. O short e a camiseta mais mulambeiros que eu achar no armário, cabelo todo errado, rosto brilhando de protetor solar e suor. Eu tinha caminhado por uma hora, estava morrendo. E o casal veio tirar uma foto no banco onde eu estava estirada pra descansar. Eu dei espaço, mas eles me queriam na foto. Medo. Parece que tirar foto de pessoas estranhas é normal aqui. Hoje tiraram uma foto com o Daniel na praia, mas obviamente porque ele é MUITO branco (australiano) e o cara era um indiano bem tostadinho (e muito simpático).

Depois das fotos bizarras, continuamos andando aleatoriamente pela cidade. Vimos umas pessoas fazendo festas nas pontes sobre o rio e umas festas mais normais. Sentamos na ponte de Clark Quay e admiramos a quantidade de travestis por ali. Continuamos andando e admirando a cidade a noite até umas 2 am. Aí cansamos mesmo e fomos pro hostel.

Hoje, fomos pra praia. Estava nublado, mas pelo menos não choveu! Os guris jogaram futebol por um bom tempo, alternando com banhos de mar. Umas pessoas da Coréia, Vietnã e do Japão do hostel se juntaram a nós. Foi bem divertido. Caminhamos um monte pra chegar na ilha (os pobres não queriam gastar $3 pra ir de metro) e estava cheio. Tivemos que desviar de um monte de indianos. Eles viajam em bandos: fato 1. Os homens indianos andam de mãos dados: fato 2. Isso atrapalha as ultrapassagens, e eles estavam andando a 2 km por mês pela quantidade de fotos que tiravam de cada pedra. Depois ainda caminhamos na praia. To podre.

Agora a Laurie, que passou o dia no hostel dormindo (apesar de eu ter convidado ela pra praia), me mandou uma mensagem me convidando pra ir no Avalon (aquele clube de semana passada). Eu vou responder “Vai catar coquinho!”, mas não sei como se escreve em inglês. Coloquei no Google Tradutor e apareceu “I politely decline your invitation”. Praticamente a mesma coisa.

Vou dormir e vocês ficam aí comentando.
Fui. Beijos!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo


É, pessoal, começou o ano novo chinês em Cingapura. Pelo menos esse eu não perdi por estar em trânsito entre continentes. Estamos em 4710, o ano do dragão. O governo espera que a população tenha muitos bebês esse ano porque nascer no ano do dragão geralmente é muito bom, as pessoas têm muito sucesso na vida. Claro que isso não faz sentido nenhum, já que todo mundo vai ter filhos e esses filhos terão muita competição em qualquer área por toda vida. Enfim.

Bom, começando do começo, sábado eu fui num churrasco de aniversário da prima da amiga da minha mãe (visualizou a árvore genealógica?), a Rejane. É tão bom encontrar brasileiros fora do Brasil, a gente se sente em casa! Conheci um monte de gente bacana no churrasco, de diferentes partes do mundo (não só do Brasil). Quem fez o churrasco foi o marido da Rejane, um indiano com um quê de gaúcho. A carne estava muito macia e tinha PICANHA. Foi a melhor refeição que tive aqui em Cingapura até agora. Eu estava em abstinência. Pai, te prepara, eu to voltando e quero um churrasco de verdade! A Rejane ainda garantiu meu almoço do dia seguinte com as sobras deliciosas dessa janta. Esqueci de dizer, mas ela é de Pelotas e, fazendo jus à sua cidade, nos ofereceu um doce na sobremesa simplesmente afrodisíaco. Bombom aberto. Minha mãe costuma fazer uma sobremesa assim nos meus aniversários (creme de leite condensado, morangos e calda de chocolate). Muito bom! Obrigada por tudo, Rejane!

Antes disso, no mesmo dia, eu tinha ido nadar um pouquinho. Entre na piscina, dei 11 braçadas e os salva-vidas começaram a apitar que nem uns loucos. O céu se fechou do nada e começaram a cair raios enlouquecidamente. Saímos correndo da piscina. 3 minutos depois tinha sol de novo. Nem choveu, só trovejou. Nadamos um pouquinho mais e logo tivemos que sair de novo porque os raios voltaram. Desisti desse negócio de molha-desmolha e fui me vestir. Quando eu saí do vestiário... menina... tava caindo o mundo. Chuva torrencial, justificando a quantidade de raios anteriores. Fala sério. Que azar. Tomei toda aquela coragem contra o sedentarismo, troquei de roupa, me molhei pra ISSO? Ah, não. Não quero mais. Assim não dá. Tomei o resto de coragem que me sobrava e fui caminhando de volta pro hostel. Fiquei ensopada nos primeiros 3 passos e enfrentei os 25 minutos de caminhada com muita garrada (amaldiçoando deus e o mundo). Eu até tentei me imaginar naquela filme “Cantando na chuva”, mas as pessoas que me viam passando começaram a achar que eu não era somente retardada por estar no meio do tornado, mas também esquizofrênica por estar aparentemente falando sozinha. Mesmo assim, levantei a cabeça, ignorei o frio e o vento cortante, assim como o fato de que meus sapatos estavam com 5 litros de água cada, e cheguei ao hostel. Todo mundo ficou olhando e eu fingindo que estava tudo normal e friamente calculado enquanto torcia meu tênis na varanda. Tomei um banho quente e me entupi de chá, rezando pra não ficar doente no primeiro mês. Espero que as vitaminas funcionem!

Falando em ficar doente, minha colega de quarto foi pro hospital nessa semana. Ela pegou uma infecção depois de ter uma alergia violenta à cera de depilação. Me senti um pouco culpada por isso, já que fomos nós, brasileiras, que inventamos essa moda. Mas ela está bem. Vai sobreviver.

Fecha parênteses.

No domingo, fui dar uma caminhada pelo jardim botânico (de novo, eu adoro aquele lugar). Eu não paro de descobrir lugares novos lá dentro, um dia ainda vou me perder e meu corpo vai virar adubo. O jardim é muito legal e tranquilo. Dá pra ouvir músicas no volume 18, em vez do 26. Incrível!
À noite, eu estava de pantufinha rosa, pijama xadrez, deitada na cama lendo um livro, só querendo uma noite normal, pra variar. Aí a Laurie, menina da Holanda, me convidou pra ir pra Sentosa (praia), encontrar os meninos que tinham ido lá de tarde. Olho pela janela: céu preto, encoberto, dizendo “sai. To louco pra molhar alguém!”.

De repente, num momento muito fora de mim mesma, eu aceitei o convite. Chegamos (eu, Laurie, Yuki – colega de quarto, e o polonês – vulgo polaco) ensopados no metro. Meu tênis já tava fazendo splash a cada pisada. Na ilha, nos perdemos, obviamente. Pelo menos parou de chover. O motorista do ônibus nos fez descer na parada errada. Pelo menos vimos muitas luzes e decorações legais, como o lago dos sonhos e o globo da Universal Studios Singapore!




 Quando finalmente encontramos as pessoas, fomos jantar no McDonalds, compramos cervejas e sentamos na praia esperando as festas ficarem animadas. Eu odeio cerveja: fato. Mas a cerveja de Cingapura, peloamordedeus. É horrível! Azeda e aguada. Nem os guris conseguiriam se embebedar com aquilo.
Mas tivemos momentos muito legais na praia. Sentamos na areia com a festa às nossas costa, luzes coloridas, fumaça e música à uns 20 metros, nos encostamos nas palmeiras, alguns deitaram com suas mochilas, e ficamos vendo o mar e as pessoas se divertindo lá dentro (às 23h). Perto da meia-noite ainda não tinha quase ninguém na festa, então resolvemos ir assim mesmo. A música estava muito boa e festa ao ar livre é sempre demais, já que você não fica espremido nem morrendo de calor, ainda mais com aquela brizinha do mar.



De repente, começou a chover. Que droga! Assim não dá pra ser feliz! E o que você faz quando chove muito forte?
(  ) vai dançar num lugar coberto antes de ficar ensopado.
(  ) se joga na piscina.
Incrivelmente todo mundo acabou dentro da piscina (menos eu e mais da metade da festa que não estava bêbada o suficiente). As pessoas até tentaram me convencer a entrar, o Marco inclusive tentou me carregar, mas eu gritei, as pessoas começaram a olhar e ele ficou com medo de ser preso. Gente, eu tento instinto de auto-preservação. Eu já entrei na piscina à noite e na chuva. É igual a entrar com sol e roupas apropriadas. O problema é que as pessoas não percebem que depois elas vão ter que ficar no vento, totalmente geladas, e esperar horas pra poder voltar pra casa e tomar um banho quente.
Eu fiquei na parte coberta da festa, vendo os indianos dançar que nem uns loucos e bebendo uns drinks bacanas. Na hora de ir embora, tivemos que caminhar muito pra chegar até a civilização pra pegar um taxi. Não tinha ninguém na ilha, já que era ano-novo chinês e as pessoas ficam com suas famílias. Só tinha os deserdados lá. Chegando ao continente (ou à ilha maior, já que Cingapura não é realmente um grande pedaço de terra), as pessoas estavam azuis de frio. Faz parte.
Ai, cansei de escrever. Enfim, o fim de semana foi muito divertido. Agora tenho mais 2 dias pra descansar antes de voltar ao batente (segunda e terça é feriado!!!).

Beijos!
Pati

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Passeando com a família


Muito prático. 

Finalmente acabou a semana!


Como assim??? Depois de ficar no lab ate tarde (entenda-se depois das 21h, horario local) por 3 dias seguidos, meu mentor diz eu posso ir embora cedo hoje, ja que e’ sexta e eu me esforcei um monte essa semana. So que nesse momento comecou a cair o mundo la fora! Serio, parece aquelas chuvas que  destroem a China e outros paises asiaticos! E’ muito azar. Estou ilhada aqui no lab, meu mentor foi viajar hoje de manha e eu nao tenho absolutamente NADA pra fazer. Para, chuva!

Acho que vou la brincar com gelo seco. De novo.



So pra constar: sabem por que eu tive que ficar no lab ate as 22h30 durante 3 dias? Porque eu e meu mentor iamos dividir os turnos, mas ele simplesmente tinha esquecido que no dia do turno dele era seu aniversario! Serio, que pessoa perturbada! Alguem ligou pra felicita-lo e ele ficou uns 5 minutos sem entender o que estava acontecendo. Tenho medo de ficar assim quando eu chegar no meu terceiro pos-doc...
Ah, antes que eu me esqueca: 1 capsula de longo forte + 3,5 colheres de leite em po + 3 colheres de acucar = cafe perfeito. Vou escrever um protocolo e deixar na database do lab pros proximos estagiarios.
Ontem nos fomos escalar!!! Eeeee! Tao divertido! Eu subi umas trilhas mais dificeis. Semana passada eu tinha feito 3 com classificacao 5C e uma 5C+. Ontem eu fiz tres 5C, uma 5C+ e tres 6A! Estou melhorando! Mas mesmo assim meus dedos doem muito (e’ dificil agarrar os suportes) e meu bracos tambem. Hoje tive que pedir a ajudar da Vanessa pra abrir um pote com tampa rosca porque eu nao tinha forca nas maos  =X
Cheguei no hostel a meia-noite e tive que levantar as 6h. To morrendo aqui. Pra nao dormir to tirando umas fotos bizarras e escrevendo esse post. Meu musculos estao doendo, mal posso me mexer, mas a Wei Theng (colega do lab que escala tambem) parece super normal! Como ela consegue??? Ela me disse que tambem fica dolorida, mas eu nao acredito. Ela so diz isso pra eu nao me sentir tao mal.
Hoje tivemos um almoco com os representantes do Contact Singapore (uma agencia do governo) e... (pausa para receber outro convite de casamento)... comemos umas coisas bem diferentes. Na verdade, era tudo meio sem sal ou super picante. E so tinha umas carnes de peixe estranhas. Pelo menos a sobremesa era mais normal: tinha um pouco de coco, gelo raspado e feijao. Sim, o feijao aqui e’ doce. Mas eu continuo com fome...
Sobremesa: feijão, fruta não-identificada e uma coisa verde que eu tive medo de perguntar o que era.

Hum... bom...



Agora voltando aquele parenteses ali. Meu colega de lab acabou de me entregar seu convite de casamento. Esse vai ser aqui em Cingapura mesmo. Estou convidada pra um em Marco na India tambem. E terca-feira outro colega, o Shawm, ficou noivo. Que pressao!
Sobre minha relacao com meu mentor, esta na mesma, mas agora ele me oferece refrigerante depois do almoco (porque ele nao consegue beber tudo pelo que eu percebi) com a condicao de que eu tome de canudinho (refri estraga os dentes e usar canudinho minimiza o dano porque o liquido nao toca em todos os dentes o.O). Entao quando eu volto do almoco ele pega uma taca de vinho (o primeiro copo/caneca que ele encontra), coloca um canudinho e um pouco de coca-cola pra mim. Muito gentil.
Ontem eu refiz uma penca de PCR que nao tinham dado certo. Ai meu mentor olhou os resultados de novo e nao gostou (eles continuavam estranhos). Ele achou que o primer (reagente pra fazer a reacao de genotipagem, mae) podia nao estar muito bom. O que ele fez? Pediu outro! Assim, do nada! So mandou um e-mail com uma sequencia nova e era isso. Ta, tudo bem. Nao sei como e’ no Brasil, mas duvido que os alunos podem simplesmente comprar coisas pela internet e mandar a conta pro instituto depois. Pra minha surpresa maior ainda, o primer chegou aqui no lab hoje de manha! Menos de 24 horas! Quanto tempo demorar no Brasil? Semanas? Meses? Ainda estou chocada. Assim e’ facil fazer ciencia!
Tabelinha comparativa:
-Quem fazer a parte menos emocionante da pesquisa:
BR (Brasil): ICs (alunos de iniciacao cientifica)
SG (Cingapura): Pos-docs e Ph.Ds.

-Quem fazer a parte mais emocionante da pesquisa:
BR (Brasil): As pessoas que deveriam fazer toda a pesquisa (mestrandos, doutorandos, etc)
SG (Cingapura): Pos-docs e Ph.Ds.

-Quem faz o trabalho pesado e sujo:
BR (Brasil): ICs
SG (Cingapura): tecnicos.

-Como se prepara o material para cultura de celulas:
BR: deixa tudo de molho durante a noite, esfrega, lava 6 vezes, deixa 24h pra secar na estufa, empacota, autoclava, guarda, entope de alcool e usa.
SG: pega o material descartavel e esteril da gaveta. Usa.

-Como se trabalha no fluxo laminar (capela pra nao contaminar as celulas):
BR: com todo cuidado. Nao se mexe nem respira muito pra nao contaminar. Passa alcool nas maos ate elas comecarem a arder. Entope tudo de alcool. Liga a luz UV antes de depois de usar por 30 minutos ou mais.
SG: vai de qualquer jeito, so usa umas luvas limpas (nao aquela que voce usou pra matar o rato). Se lembrar, liga a UV uma vez por mes.

-Uso do parafilme (filme isolante pra evitar contaminacao de reagentes):
BR: passa em tudo! Se dar pra enrolal em volta do cracha, melhor!
SG: eles tem rolos e rolos, mas nao sei se sabem pra que serve. Na verdade, eles usam pra evitar que os liquidos vazem se um reagente cair, eventualmente.

-Nivel de contaminacao das culturas:
BR: altissimo. Pelo menos uma vez por mes voce encontra umas coisas estranhas no meio das suas celulas.
SG: acho que o pessoal nunca viu uma bacteria perto de uma celula. “Como assim? Quer dizer que as vezes as bacterias estao DENTRO da placa de voces??? Nao e’ possivel!” (Kasim, 12/01/2012). Sim, amigo, e’ possivel e comum. Provavelmente eles nao tem bacterias em Cingapura. E’ a unica explicacao que eu encontrei ate agora. Eles realmente fazem barbaridades na sala de cultura. De deixar qualquer brasileiro arrepiado.

-Alunos de iniciacao cientifica:
BR: mao-de-obra barata??? MANDA MAIS!
SG: “que??? Alunos tipo Ensino Medio no laboratorio? NEM PENSAR!  Nem de graca, nem pagando. Eles vao destruir o lab! E ainda tem essas aulas que eles tem que frequentar! Como alguem pode fazer pesquisa desse jeito?”

-Pre-requisito pra fazer parte do laboratorio:
BR: estar vivo.
SG: graducao, especializacao e mestrado. So aceitamos alunos de Pos-Doc e, no maximo, um ou outro Ph.D.

-O valor das bolsas:
BR: voce morre de fome.
SG: voce pode comprar um apartamento e um carro no fim dos estudos.

-Comprando reagentes:
BR: faz 3 orcamentos, passa pro chefe do lab, que passa pro departamento, que passa pro instituto, que passa pra reitoria, que passa pro governo, que passa pra Dilma. Ai volta tudo com a decisao de “vai, compra esse barato e bagaceiro ai”. Voce compra. Demora 2 meses pra chegar no Brasil. Outros 3 meses pra alfandega liberar.
SG: pede num dia por e-mail. Chega no outro.

-Bancada e uso de material comum:
BR: as pessoas se matam um 17 cm de bancada e pelo unico rack disponivel.
SG: cada um tem 1,5 metro de bancada e seu proprio conjunto de... tudo.(“O que sao materiais comuns?”. Shawn, 19/01/2012).

-Lixo e dejetos contaminantes:
BR: pia abaixo. Na melhor das hipoteses as pessoas guardam em galoes que ficam estocados por 78 anos embaixo da bancada.
SG: galões rotulados e organizados em ordem alfabetica em cada lab sao recolhidos mensalmente por uma empresa de manejo de dejetos supervisionada pelo governo.

-Impacto das revistas na qual os trabalhos sao publicados:
BR: acima de 1 ta bom.
SG: “nao, aquela tem impacto muito baixo(19,8)! Manda pra essa aqui...” (Orientador pra Kasim 13/01/12).

-Limpeza e reuso de materiais:
BR: lava coisas de vidro, plasticos, tudos, eppendorfs, ate’ ponteiras. Se desse o pessoal ia lavar as luvas.
SG: a palavra REUTILIZAR nao existe no vocabulario local.

-Pessoas que vao como autores do paper:
BR: “tu esqueceu de botar a tua vizinha!”
SG: “por que esse cara ta como autor?! Ele so analisou 539 amostras! Tem que fazer por merecer!”.

E’ por ai.
Pessoal, vou indo. Dane-se a chuva.

Beijos!


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A melhor festa da minha vida


Oi, leitores!
Aposto que voces ficaram curiosos com o titulo do post, por isso vou deixar o topico pro final ( sim, so porque eu sou uma pessoa muito má. Não tem nada a ver com eu querer deixar o post em ordem cronologica).
Antes de mais nada, parabens a lady Leila Fonini e seu principe Felipe por terem passado pro mestrado da Biotecnologia da UFRGS e pra faculdade de medicina da FEDERAL de Pelotas, respectivamente! Tenho certeza de que o esforco foi enorme, mas recompensador. Por outro lado, pra mim tem um gostinho de “eu ja sabia”, o que de modo algum diminiu minha felicidade por voces!

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Agora vamos ao que nao interessa. Depois da jantinha leve com o chefe, o sabado de manha foi de descanso e muita preguiça. Acordei, li, dormi de novo, li mais um pouco. Às 11h eu tomei vergonha na cara e levantei pra almoçar alguma coisa. Depois passei um tempo vagando sem rumo pela internet. O calor estava mortal.
Os meninos foram passear numa exposição de tecnologia, mas como eu nao tinha nem interesse nem dinheiro disponível pra esse tipo de coisa, deixei passar. Mais tarde peguei meu biquini e fui nadar no centro comunitário do bairro. Todo tipo de atividade estava acontecendo por ali, inclusive ginastica olímpica! Ah, que saudades. Mas meu tempo ja passou, agora sou um adulto responsável que não pode ficar brincando na cama elástica…
A piscina estava cheia, inclusive estava tendo aula de natação infantil em algumas raias. Mas ainda assim a piscina era enorme e tinha espaco suficiente pra todos nadarem. Depois de pagar a fortuna de $1,30, comecei a nadar. A piscina vai ficando mais funda a cada não sei quantos metros, mas nos ultimos 15 a coisa fica tensa. É realmente MUITO fundo porque é a parte onde existem os trampolins. Morria de medo toda vez que passava ali (não olha pra baixo - não olha pra baixo - não olha pra baixo…). Certamente se eu chegasse ao fundo levaria 2 horas pra subir de volta. Não, eu não pulei do trampolin. Mas eu queria. Só não fui porque tinha muita gente pra ficar assistindo ao vexame.  A vista da piscina também é excelente, pois ela fica no meio do jardim botânico e ao ar livre (claro, com uns muros e etc, mas voce ainda pode ver se um dinossauro passar ali perto).
Depois do que pareciam horas (45 minutos) eu achei que já tinha nadado uns 2000 metros (o que eu costumava nadar no Brasil), afinal a piscina é enorme e deve ter tipo 100 metros de comprimento. Aí resolvi perguntar pro cara ao lado qual era o real comprimento. Grande erro. A piscina tinha somente 50 metros. Bateu uma depressão monstra, estou nadando muito mal. Acho que se eu ficasse boiando por 45 minutos eu iria acabar mais longe. Mas tudo bem, vou deixar passar dessa vez porque:
a)    Eu ainda estava morrendo por causa da escalada.
b)      Certamente a acquadinâmica (acabei de inventar esse termo) do biquini e’ muito pior que a do maiô.
c)       A diferenca de pressão atmosférica entre o Brasil e Cingapura afetou minha performance.
d)      Faz mais de 1 ano que eu nao nado ou faco qualquer atividade fisica que nao seja pipetar.
Ok, me vesti e voltei pro hostel pra tomar banho (a agua do banheiro da piscina e’ muito gelada). No caminho, encontrei um amigo do hostel (que nasceu na Franca, cresceu no Egito, fez faculdade na Inglaterra e faz mestrado em Cingapura. Por que? Nem ele sabe). Ele tambem tinha acabado de nadir e estava perdido no jardim botanico (apesar de morar aqui ha 3 meses o.o). Levei-o de volta à civilização e fiz minha boa ação do ano.
No fim da tarde encontramos um povao do hostel e fomos jantar antes de ir pra festa. A janta foi num centro cultural temático tradicional bizarro onde os comerciantes fecham as ruas com mesas e cozinham em fogões improvisados a oar livre. Espero não ter câncer de estomago depois dessas aventuras culinárias. A janta custou relativamente caro. Comemos espetinho de carne (juro que parece carne de gato) com um molho doce muito enjoativo. Tambem tinha uns espetinhos de galinha, com mais pele que carne. Muito nojento. Se eu nao estivesse morrendo de fome eu vomitava. Depois de cada um comer cerca de 8 espetinhos (o equivalente a 50 gramas de carne), estavamos morrendo de fome. Procuramos um fastfood proximo, mas nao achamos. O que nos restou foi a festa.
Entramos apos falar uma senha magica que surgiu no facebook e nao precisamos pagar os $50 de entrada. Ganhamos um carinbo hi-tech invisivel no braco (uhum, sei… mais funciona por ser psicologico). Mas ele realmente brilhava com luz negra.
O lugar da festa era incrivel. Ficava sobre a agua do rio na marina, sendo que o teto e as paredes eram de vidro. Assim, dava pra ver toda a cidade iluminada e seu reflexo na agua *.*
Tinha varios teloes de LED que mostravam figuras sincronizadas com a musica, assim como diversas luzes estrategicamente posicionadas pra nunca baterem no rosto de um convidado e nao ficar cegando as pessoas.
Os asiaticos dançam que nem uns robos, mas melhora um pouco depois da bebida. Tambem teve uma guria que simplesmente invadiu nossa roda e ficou pulando muito enlouquecida no meio por uns 10 minutos. Que bom que drogas são proibidas aqui, senao as pessoas iam se pendurar no teto.
Pobre que entra em festa de rico não se diverte. Essa foi a máxima da noite. A gente nao conseguia comprar um mísero drink, pois eles custam S20 cada (com MUITO gelo e pouquissimo alcool). Tambem cometemos o erro se sentar numa mesa por ali. O consume minimo era de algo em torno de $1000 e cada garrafa de vodka (a mais bagaceira) era $260. Algumas custavam mais de $500. No meio da festa todas as mesas estavam ocupadas com caras gordos e carecas mexendo em seus iPhones e ignorando completamente suas acompanhantes loiras com mini-saias e peitos importados da Franca.
Totalmente exaustos, famintos e sóbrios, deixamos a festa e fizemos o que os pobres fazem de melhor: comer no McDonalds. Nao que a festa nao estava divertida, mas comer batatas fritas enroladas (parecem cachinhos) e tomar coca-cola as 5 da manhã com os amigos apos tomar um banho de chuva durante a busca por um fastfood 24h nao tem preco…

Estou quase acertando a combinacao perfeita de leite em po, açúcar e café aqui no lab. Mas uns 4 dias e eu divulgo a receita.
Depois da nossa festa falha no sabado, o domingo foi de descanso. Ou pelo menos assim eu esperava. Pronta pra passar o dia de pijama comendo cookies e assistindo videos engracados no youtube, eu era uma pessoa muito feliz. Mas ai os meninos me convidaram pra ir pra praia. Tá, vamos lá, né, fazer o que? Depois de passar protetor solar FPS 90 (passei 3 vezes o FPS 30 u_u) e se vestir como um turista digno (camisa floreada, chinelos e maquina fotografica), estávamos prontos. Pegamos 3 trens e chegamos na ilha que é o Playground favorito da Asia. Tem muita coisa divertida pra fazer la, como surfe artificial, voar (sim, fazer skydiving), escalada, trapézio, montanhas-russas, castelos, filmes em 4D, passeios piratas, e todos os studios da Universal, incluindo Shrek, Madagascar, Pica-Pau, etc.
Nós, que não tínhamos $120 pra cada uma dessas atividades, nos contentamos com as praia paradísiacas com agua radioativa (serio, sem falar a poluicao, ja que ha mais de 37 portos em menos de 50 km de distância).
A praia é linda! Tem coqueiros, a agua parece limpa, calma, sem ondas, quente… Muito legal. Sem falar nas pequenas ilhas que voce por alçancar nadando (mesmo eu nessa perfeita condição fisica). 
Eu estava maravilhada com a praia e os rapazes com o jogo de futebol mais ao lado. Nao deu 10 minutos eles se convidaram pra jogar contra os japinhas. Homens…
Depois de alguns intervalos pra banho de mar e hidratacao, o jogo terminou 8 a 4 (pros brasileiros, claro). Os japoneses ficaram orgulhosos de terem jogado contra gente do pais do futebol.
Pra terminar bem a tarde, comemos um pedaço de melancia cada (80 centavos).
De volta ao hostel, falei pelo Skype com a minha mae sobre um assunto muito urgente: como baixar musicas do youtube. Nao consegui ajudar muito, pois as paginas de download sao bloqueadas aqui. Enquanto isso, tambem ajudei uns chineses a mexer no facebook. Eles estao maravilhados e “curtindo” tudo enlouquecidamente.
Apesar de eu estar mais cansada segunda-feira do que sexta, acho que pelo menos perdi meu bronzeado de luz UV de laboratorio e aquela estilosa marca de meia no tornozelo (troquei pela de chinelo havianas).

Beijos!

sábado, 14 de janeiro de 2012

Jantar com o Chefe

Oi, gente!
Tudo bem por aí? Aqui está um calor infernal...

Ontem a noite eu tive um jantar com o chefe, meu mentor e sua namorada. Sim, ele tem uma namorada. Como? Não sei. Coisas acontecem.
Antes de mais nada, eu tive uma reunião com o chefe pra decidir onde nós iríamos. Sim.
Como eu não conheço nada daqui eu disse "nada de frutos do mar, nem comida picante". Mas eu dei a entender que queria conhecer restaurantes com comida europeia. Então ele nos levou a um verdadeiro (segundo ele) restaurante italiano. Nossa, estava MUITO bom! Pedimos 5 tipos de queijo (eu só tinha ouvido falar do Brie alí, mas adorei todos), biscoitos salgados feitos à mão, diversos tipos de pães com azeite de oliva de verdade pra acompanhar, bolinhas de queijo e de batata com presunto fritos, salames e parma (de verdade). Tudo isso regado com vinho rosé de 1953. Também tinha umas saladas temperadas com queijo parmesão, mas obviamente ninguém prestou atenção. Credo! Estava muito bom!
Pela primeira vez vi meu mentor sorrir. Ele tem dentes! E até parece uma pessoa normal. O orientador vive tirando com a cara dele porque ele é da Turquia, um país que não tem nada, nem governo, nem um idioma real. Segundo ele, Cingapura é um dos lugares mais longe onde os turcos podem se esconder. Ele também me perguntou se não havia turcos no Brasil. Provavelmente, mas nunca conheci nenhum.
Depois dessa orgia gastronômica (que durou das 18h às 21h), fomos pra casa do chefe. Vizinhança muito tranquila, casas todas iguais, de 2 andares, quintais ajeitados, portões de menos de 1 metro abertos o tempo todo. Incrível! Sentamos na varanda, ouvindo música e comemos diversos tipos de chocolates suíços. Todos eram indescritivelmente bons e, segundo o chefe, custavam mais do que uma loja inteira de chocolates em Cingapura. Eu acredito que sim. Meu mentor, por outro lado, disse que os suíços não necessariamente fazem bons chocolates, só conseguem vendê-los por um preço bizarramente elevado. Verdade.
Também tomamos vinho australiano. Descobri que não sou muito fã desses. Pelo menos posso dizer que já provei vinho australiano!
Uma coisa que de fato chocou meus instintos brasileiros foi o vizinho da frente. Primeiro, ele deixa as bicicletas no quintal, sem nenhuma corrente e com o portão escancarado. Depois, ele chegou bem tarde da noite, parou o carro junto à calçada, saiu do carro (BMW super power), deixou a porta aberta com o carro ligado (e a chave dentro), pegou o filho dormindo no banco de trás e deixou a filha dormindo lá dentro (com as portas abertas), entrou em casa, colocou a criança pra dormir e só então veio buscar a outra e fechar o carro. Meu deus. Se fosse no Brasil, o nome da criança seria João Hélio e ela estaria esfolada no asfalto enquanto o carro já estaria no Paraguai hoje.
Então tá, vou pegar alguma coisa pra comer e ir pra praia ou pra piscina hoje à tarde. Woo-hoo!

Beijos,
Pati.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Radical

Ola!
Foi mal pela falta de noticias, mas e' que estive muito ocupada. Ontem eu e uma colega do lab, a Wei Theng, fomos escalar! Ela participa de um grupo de escalda em uma academia. O pessoal e' bem divertido e companheiro (nao se pode nunca escalar sozinho, ne'). No comeco eu estava com um pouco de medo. A parede era bem alta e tinha partes muito inclinadas. Mas tudo bem, tomei coragem, aluguei os equipamentos e fui. E' muito divertido! Depois da primeira escalada meus bracos ja estavam latejando, mas consegui escalar mais 3 vezes. Claro que nas trilhas mais faceis (que mesmo assim nao eram tao faceis, eu tinha que dar uns pulos suicidas as vezes. gracas a deus sempre tinha alguem segurando minha corda). Eu realmente adorei esse negocio! A Wei Theng so nao tinha me contado o que acontece depois da escalada. Hoje não consigo nem pipetar direito. Meu mentor disse que a Wei Theng e' uma pessima influencia pra mim, ja que nao tenho forcas pra quase nada hoje. Tambem pode contar o fato de que, apos escalar por 2h30, nossa equipe foi ate um bar pra dar uma re-hidratada. Cheguei no hostel tipo 1 AM, podre. Minha colega de quarto deve me odiar. Tomei um banho e tentei dormir, mas a adrenalina era tanta que demorei muito pra pegar no sono. Estou realmente acabada hoje. Pelo menos ja e' quinta-feira. Eu acho que viciei nesse negocio de escalada. Apesar de todos os musculos do meu corpo estarem doendo agora (ate alguns que eu nao sabia que  existiam), eu quero ir de novo *.*
Vou matar a Wei Theng por me viciar num esporte extremamente caro e que eu provavelmente nao vou 
mais conseguir fazer no Brasil. Se alguem souber de algum lugar em POA que tem grupos de 
escalada, avisem-me. 
Foto bônus!




Visualizaram o resultado da empreitada? Fecha parênteses.
Amanha tenho um jantar de boas-vindas com o chefe. Espero que a gente nao va num lugar onde 
temos que comer com os palitinhos, so vou passar vergonha. 
Semana passada eu mandei minhas roupas pra lavanderia. Depois que eu mandei, minha colega de quarto me disse que nao era uma boa ideia. Ela me mostrou varias roupas que voltaram em pedaços, com outras cores, ou manchas. Eu fiquei tipo "aimeudeus", mas elas voltaram bem. Dei sorte. Eu estava cogitando nao mandar mais as roupas pra la, mas eu nao tenho como lavar camisetas e calcas no chuveiro com sabonete Lux Luxo, ne'. Entao hoje eu mandei minhas roupas de novo e ficarei na torcida para que voltem intactas. E sabem o que mais eu percebi? Que o simbolo da lavanderia e' praticamente igual ao da Iniciativa Dharma daquele seriado LOST. Esta tudo explicado agora. Eles mandam as roupas pra ilha e os naufragos sao escrivados para lava-las. Por isso voltam de qualquer jeito. mas, esperem... e se essa ilha em que eu estou e' a ilha de LOST. 
Oh my god, vou verificar no googlemaps [nota mental]. 
Ontem meu mentor tambem me deixou fazer a cultura de celulas embrionarias knockout pra praticamente tudo. Eles fazem de qualquer jeito, nao sei como nao contamina as culturas. Se fosse no Brasil ia ter dengue e ate Ebola na estufa. 
Continuo tambem muito impressionada pela quantidade de coisas que eles jogam fora. Todo tipo de placa, tubo, ponteira, enfim, qualquer plastico vai pro lixo depois de usado. Eles nao lavam nada. Se eles reciclassem o lixo de um mes dava pra fazer a decoracao do Natal Luz de Gramado por uns 15 anos.
Ser isso por hoje, personas.
Beijos! 


Pati





Tsumani


oi!
Estou aqui no lab (por isso o teclado sem assentos), sao quase 10h e meu mentor nao chegou. Pude tomar um cafe pelo menos. Ontem saimos do lab quase 20h porque as 19h ele resolveu fazer mais um experimento. To me sentindo na UFRGS agora. So dava no's no instituto. Hoje pela manha fui no ministério do trabalho pegar meu visto. Agora nao sou mais ilegal! E agora a embaixada não pode mais me socorrer e me deportar se eu cometer um crime. Hum, isso e' ruim... Por outro lado, agora tenho um green card super hight tech! Minha foto e' um holograma! Muito divertido.
Ontem ganhei meu passe temporario pra entrar no instituto. assim o pessoal nao tem mais que descer na recepção e me trazer de maozinha ate o lab. Com o passe, tambem ganhei um jaleco pra usar aqui, 2 cadernos, milhares de canetas, lapis e marca-texto, assim como uma pasta-arquivo. Puxa, não esperava isso. Agora minha escrivaninha esta lotada de coisas. Ontem a noite eu também ia nadar, mas acreditem se quiser, estava um pouco frio aqui. Serio. O.o Ta, eu arreguei mesmo porque eu tava cansada. Devia estar uns 30 graus. (e' frio pros padrões daqui u_u).
Agora voce deve estar se perguntado porque o titulo do topico e' tsunami. Vou explicar. Hoje de manha eu entrei no banheiro do hostel e quase morri afogada. Tinha umas 4 mulheres la dentro, cada uma com 2 mangueiras super poderosas, jogando agua e sabao no chao, paredes, pias, teto e qualquer pessoa que passasse pelo caminho delas. Que loucura aquilo. O banheiro ficou totalmente enxarcado. Tive que buscar uma canoa pra escovar os dentes. Pelo menos o banheiro ficou mais ou menos limpo. Nesse momento já deve ter voltado ao normal de novo. Pena que essa limpeza deve acontecer somente 1 vez por ano.
Falando em frio, semana passada eu desci na recepcao e pedi outro cobertor. Ai a mulher da recepção ficou tio "ham? OUTRO cobertor?", tipo assim, aqui faz 35 graus a noite! Tenho certeza de que foi a primeira vez que alguém ouviu isso em qualquer hostel de Cingapura. Mas deixe-me explicar. Minha colega de quarto dorme no andar de baixo do beliche, e faz realmente muito calor la. Então ela coloca o ar condicionado na posição "polar". So que o bendito fica bem acima da minha cama. Dai eu passo frio a noite e ela calor! Solução: outro cobertor e todo fica feliz. Agora estou dormindo legal! \o/
Gostaria de aproveitar e mandar um beijao pra minha mais antiga melhor amiga, a Isadora "Cardozo com Z e Dias com S". Falando com ela no facebook ha uns dias, ela me fez uma pergunta muito pertinente. Levou chimarrão pra Cingapura? E a resposta foi: bem, e' proibido falar a palavra bomba aqui em Cingapura, e qualquer um que entrar com mais de 7 ou 10 gramas de qualquer droga e' condenado a pena de morte. Eu não levei chimarrao porque acho que ia ficar dificil eu explicar na alfandega que estou levando uma bomba pra colocar na erva. Foi so por isso. Admito também que nunca fui maniaca por chimarrao, mas de vez eu quando eu gosto de um bom chimas. Eu sempre tomo quando algum adulto responsável ferve a agua e prepara a erva.
O encontro individual com o professor ontem foi tranquilo. Eu so disse: nao fiz porra nenhuma e ele disse que tudo bem. Mas que eu devia perguntar pro meu mentor exatamente o que eu estou fazendo pra ele, não fazer tudo meio nas cegas. So que e' meio dificil fazer com que ele responda qualquer coisa. Mesmo assim, duvido que eu ia entender boa parte do que ele me explicar. Vamos ver no que vai dar...
Bah, o radinho ta bombando aqui no lab. Vou la dancar com o povo na bancada.
Beijos!