segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo


É, pessoal, começou o ano novo chinês em Cingapura. Pelo menos esse eu não perdi por estar em trânsito entre continentes. Estamos em 4710, o ano do dragão. O governo espera que a população tenha muitos bebês esse ano porque nascer no ano do dragão geralmente é muito bom, as pessoas têm muito sucesso na vida. Claro que isso não faz sentido nenhum, já que todo mundo vai ter filhos e esses filhos terão muita competição em qualquer área por toda vida. Enfim.

Bom, começando do começo, sábado eu fui num churrasco de aniversário da prima da amiga da minha mãe (visualizou a árvore genealógica?), a Rejane. É tão bom encontrar brasileiros fora do Brasil, a gente se sente em casa! Conheci um monte de gente bacana no churrasco, de diferentes partes do mundo (não só do Brasil). Quem fez o churrasco foi o marido da Rejane, um indiano com um quê de gaúcho. A carne estava muito macia e tinha PICANHA. Foi a melhor refeição que tive aqui em Cingapura até agora. Eu estava em abstinência. Pai, te prepara, eu to voltando e quero um churrasco de verdade! A Rejane ainda garantiu meu almoço do dia seguinte com as sobras deliciosas dessa janta. Esqueci de dizer, mas ela é de Pelotas e, fazendo jus à sua cidade, nos ofereceu um doce na sobremesa simplesmente afrodisíaco. Bombom aberto. Minha mãe costuma fazer uma sobremesa assim nos meus aniversários (creme de leite condensado, morangos e calda de chocolate). Muito bom! Obrigada por tudo, Rejane!

Antes disso, no mesmo dia, eu tinha ido nadar um pouquinho. Entre na piscina, dei 11 braçadas e os salva-vidas começaram a apitar que nem uns loucos. O céu se fechou do nada e começaram a cair raios enlouquecidamente. Saímos correndo da piscina. 3 minutos depois tinha sol de novo. Nem choveu, só trovejou. Nadamos um pouquinho mais e logo tivemos que sair de novo porque os raios voltaram. Desisti desse negócio de molha-desmolha e fui me vestir. Quando eu saí do vestiário... menina... tava caindo o mundo. Chuva torrencial, justificando a quantidade de raios anteriores. Fala sério. Que azar. Tomei toda aquela coragem contra o sedentarismo, troquei de roupa, me molhei pra ISSO? Ah, não. Não quero mais. Assim não dá. Tomei o resto de coragem que me sobrava e fui caminhando de volta pro hostel. Fiquei ensopada nos primeiros 3 passos e enfrentei os 25 minutos de caminhada com muita garrada (amaldiçoando deus e o mundo). Eu até tentei me imaginar naquela filme “Cantando na chuva”, mas as pessoas que me viam passando começaram a achar que eu não era somente retardada por estar no meio do tornado, mas também esquizofrênica por estar aparentemente falando sozinha. Mesmo assim, levantei a cabeça, ignorei o frio e o vento cortante, assim como o fato de que meus sapatos estavam com 5 litros de água cada, e cheguei ao hostel. Todo mundo ficou olhando e eu fingindo que estava tudo normal e friamente calculado enquanto torcia meu tênis na varanda. Tomei um banho quente e me entupi de chá, rezando pra não ficar doente no primeiro mês. Espero que as vitaminas funcionem!

Falando em ficar doente, minha colega de quarto foi pro hospital nessa semana. Ela pegou uma infecção depois de ter uma alergia violenta à cera de depilação. Me senti um pouco culpada por isso, já que fomos nós, brasileiras, que inventamos essa moda. Mas ela está bem. Vai sobreviver.

Fecha parênteses.

No domingo, fui dar uma caminhada pelo jardim botânico (de novo, eu adoro aquele lugar). Eu não paro de descobrir lugares novos lá dentro, um dia ainda vou me perder e meu corpo vai virar adubo. O jardim é muito legal e tranquilo. Dá pra ouvir músicas no volume 18, em vez do 26. Incrível!
À noite, eu estava de pantufinha rosa, pijama xadrez, deitada na cama lendo um livro, só querendo uma noite normal, pra variar. Aí a Laurie, menina da Holanda, me convidou pra ir pra Sentosa (praia), encontrar os meninos que tinham ido lá de tarde. Olho pela janela: céu preto, encoberto, dizendo “sai. To louco pra molhar alguém!”.

De repente, num momento muito fora de mim mesma, eu aceitei o convite. Chegamos (eu, Laurie, Yuki – colega de quarto, e o polonês – vulgo polaco) ensopados no metro. Meu tênis já tava fazendo splash a cada pisada. Na ilha, nos perdemos, obviamente. Pelo menos parou de chover. O motorista do ônibus nos fez descer na parada errada. Pelo menos vimos muitas luzes e decorações legais, como o lago dos sonhos e o globo da Universal Studios Singapore!




 Quando finalmente encontramos as pessoas, fomos jantar no McDonalds, compramos cervejas e sentamos na praia esperando as festas ficarem animadas. Eu odeio cerveja: fato. Mas a cerveja de Cingapura, peloamordedeus. É horrível! Azeda e aguada. Nem os guris conseguiriam se embebedar com aquilo.
Mas tivemos momentos muito legais na praia. Sentamos na areia com a festa às nossas costa, luzes coloridas, fumaça e música à uns 20 metros, nos encostamos nas palmeiras, alguns deitaram com suas mochilas, e ficamos vendo o mar e as pessoas se divertindo lá dentro (às 23h). Perto da meia-noite ainda não tinha quase ninguém na festa, então resolvemos ir assim mesmo. A música estava muito boa e festa ao ar livre é sempre demais, já que você não fica espremido nem morrendo de calor, ainda mais com aquela brizinha do mar.



De repente, começou a chover. Que droga! Assim não dá pra ser feliz! E o que você faz quando chove muito forte?
(  ) vai dançar num lugar coberto antes de ficar ensopado.
(  ) se joga na piscina.
Incrivelmente todo mundo acabou dentro da piscina (menos eu e mais da metade da festa que não estava bêbada o suficiente). As pessoas até tentaram me convencer a entrar, o Marco inclusive tentou me carregar, mas eu gritei, as pessoas começaram a olhar e ele ficou com medo de ser preso. Gente, eu tento instinto de auto-preservação. Eu já entrei na piscina à noite e na chuva. É igual a entrar com sol e roupas apropriadas. O problema é que as pessoas não percebem que depois elas vão ter que ficar no vento, totalmente geladas, e esperar horas pra poder voltar pra casa e tomar um banho quente.
Eu fiquei na parte coberta da festa, vendo os indianos dançar que nem uns loucos e bebendo uns drinks bacanas. Na hora de ir embora, tivemos que caminhar muito pra chegar até a civilização pra pegar um taxi. Não tinha ninguém na ilha, já que era ano-novo chinês e as pessoas ficam com suas famílias. Só tinha os deserdados lá. Chegando ao continente (ou à ilha maior, já que Cingapura não é realmente um grande pedaço de terra), as pessoas estavam azuis de frio. Faz parte.
Ai, cansei de escrever. Enfim, o fim de semana foi muito divertido. Agora tenho mais 2 dias pra descansar antes de voltar ao batente (segunda e terça é feriado!!!).

Beijos!
Pati

3 comentários:

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