É, pessoal, começou o
ano novo chinês em Cingapura. Pelo menos esse eu não perdi por estar em trânsito entre continentes. Estamos em 4710, o ano do dragão. O governo
espera que a população tenha muitos bebês esse ano porque nascer no ano do
dragão geralmente é muito bom, as pessoas têm muito sucesso na vida. Claro que
isso não faz sentido nenhum, já que todo mundo vai ter filhos e esses filhos
terão muita competição em qualquer área por toda vida. Enfim.
Bom, começando do
começo, sábado eu fui num churrasco de aniversário da prima da amiga da minha
mãe (visualizou a árvore genealógica?), a Rejane. É tão bom encontrar
brasileiros fora do Brasil, a gente se sente em casa! Conheci um monte de gente
bacana no churrasco, de diferentes partes do mundo (não só do Brasil). Quem fez
o churrasco foi o marido da Rejane, um indiano com um quê de gaúcho. A carne
estava muito macia e tinha PICANHA. Foi a melhor refeição que tive aqui em
Cingapura até agora. Eu estava em abstinência. Pai, te prepara, eu to voltando
e quero um churrasco de verdade! A Rejane ainda garantiu meu almoço do dia
seguinte com as sobras deliciosas dessa janta. Esqueci de dizer, mas ela é de
Pelotas e, fazendo jus à sua cidade, nos ofereceu um doce na sobremesa
simplesmente afrodisíaco. Bombom aberto. Minha mãe costuma fazer uma sobremesa
assim nos meus aniversários (creme de leite condensado, morangos e calda de
chocolate). Muito bom! Obrigada por tudo, Rejane!
Antes disso, no mesmo
dia, eu tinha ido nadar um pouquinho. Entre na piscina, dei 11 braçadas e os
salva-vidas começaram a apitar que nem uns loucos. O céu se fechou do nada e
começaram a cair raios enlouquecidamente. Saímos correndo da piscina. 3 minutos
depois tinha sol de novo. Nem choveu, só trovejou. Nadamos um pouquinho mais e
logo tivemos que sair de novo porque os raios voltaram. Desisti desse negócio
de molha-desmolha e fui me vestir. Quando eu saí do vestiário... menina... tava
caindo o mundo. Chuva torrencial, justificando a quantidade de raios anteriores.
Fala sério. Que azar. Tomei toda aquela coragem contra o sedentarismo, troquei
de roupa, me molhei pra ISSO? Ah, não. Não quero mais. Assim não dá. Tomei o resto
de coragem que me sobrava e fui caminhando de volta pro hostel. Fiquei ensopada
nos primeiros 3 passos e enfrentei os 25 minutos de caminhada com muita garrada
(amaldiçoando deus e o mundo). Eu até tentei me imaginar naquela filme “Cantando
na chuva”, mas as pessoas que me viam passando começaram a achar que eu não era
somente retardada por estar no meio do tornado, mas também esquizofrênica por
estar aparentemente falando sozinha. Mesmo assim, levantei a cabeça, ignorei o
frio e o vento cortante, assim como o fato de que meus sapatos estavam com 5
litros de água cada, e cheguei ao hostel. Todo mundo ficou olhando e eu
fingindo que estava tudo normal e friamente calculado enquanto torcia meu tênis
na varanda. Tomei um banho quente e me entupi de chá, rezando pra não ficar
doente no primeiro mês. Espero que as vitaminas funcionem!
Falando em ficar
doente, minha colega de quarto foi pro hospital nessa semana. Ela pegou uma
infecção depois de ter uma alergia violenta à cera de depilação. Me senti um
pouco culpada por isso, já que fomos nós, brasileiras, que inventamos essa
moda. Mas ela está bem. Vai sobreviver.
Fecha parênteses.
No domingo, fui dar
uma caminhada pelo jardim botânico (de novo, eu adoro aquele lugar). Eu não
paro de descobrir lugares novos lá dentro, um dia ainda vou me perder e meu
corpo vai virar adubo. O jardim é muito legal e tranquilo. Dá pra ouvir músicas
no volume 18, em vez do 26. Incrível!
À noite, eu estava de
pantufinha rosa, pijama xadrez, deitada na cama lendo um livro, só querendo uma
noite normal, pra variar. Aí a Laurie, menina da Holanda, me convidou pra ir
pra Sentosa (praia), encontrar os meninos que tinham ido lá de tarde. Olho pela
janela: céu preto, encoberto, dizendo “sai. To louco pra molhar alguém!”.
De repente, num
momento muito fora de mim mesma, eu aceitei o convite. Chegamos (eu, Laurie,
Yuki – colega de quarto, e o polonês – vulgo polaco) ensopados no metro. Meu
tênis já tava fazendo splash a cada pisada. Na ilha, nos perdemos, obviamente.
Pelo menos parou de chover. O motorista do ônibus nos fez descer na parada
errada. Pelo menos vimos muitas luzes e decorações legais, como o lago dos sonhos e o globo da Universal Studios Singapore!
Quando finalmente encontramos as pessoas, fomos jantar no McDonalds, compramos cervejas e sentamos na praia esperando as festas ficarem animadas. Eu odeio cerveja: fato. Mas a cerveja de Cingapura, peloamordedeus. É horrível! Azeda e aguada. Nem os guris conseguiriam se embebedar com aquilo.
Quando finalmente encontramos as pessoas, fomos jantar no McDonalds, compramos cervejas e sentamos na praia esperando as festas ficarem animadas. Eu odeio cerveja: fato. Mas a cerveja de Cingapura, peloamordedeus. É horrível! Azeda e aguada. Nem os guris conseguiriam se embebedar com aquilo.
Mas tivemos momentos
muito legais na praia. Sentamos na areia com a festa às nossas costa, luzes
coloridas, fumaça e música à uns 20 metros, nos encostamos nas palmeiras,
alguns deitaram com suas mochilas, e ficamos vendo o mar e as pessoas se
divertindo lá dentro (às 23h). Perto da meia-noite ainda não tinha quase
ninguém na festa, então resolvemos ir assim mesmo. A música estava muito boa e
festa ao ar livre é sempre demais, já que você não fica espremido nem morrendo
de calor, ainda mais com aquela brizinha do mar.
De repente, começou a
chover. Que droga! Assim não dá pra ser feliz! E o que você faz quando chove
muito forte?
( ) vai dançar num lugar coberto antes de ficar
ensopado.
( ) se joga na piscina.
Incrivelmente todo
mundo acabou dentro da piscina (menos eu e mais da metade da festa que não
estava bêbada o suficiente). As pessoas até tentaram me convencer a entrar, o
Marco inclusive tentou me carregar, mas eu gritei, as pessoas começaram a olhar
e ele ficou com medo de ser preso. Gente, eu tento instinto de auto-preservação.
Eu já entrei na piscina à noite e na chuva. É igual a entrar com sol e roupas
apropriadas. O problema é que as pessoas não percebem que depois elas vão ter
que ficar no vento, totalmente geladas, e esperar horas pra poder voltar pra
casa e tomar um banho quente.
Eu fiquei na parte
coberta da festa, vendo os indianos dançar que nem uns loucos e bebendo uns
drinks bacanas. Na hora de ir embora, tivemos que caminhar muito pra chegar até
a civilização pra pegar um taxi. Não tinha ninguém na ilha, já que era ano-novo
chinês e as pessoas ficam com suas famílias. Só tinha os deserdados lá.
Chegando ao continente (ou à ilha maior, já que Cingapura não é realmente um
grande pedaço de terra), as pessoas estavam azuis de frio. Faz parte.
Ai, cansei de
escrever. Enfim, o fim de semana foi muito divertido. Agora tenho mais 2 dias
pra descansar antes de voltar ao batente (segunda e terça é feriado!!!).
Beijos!
Pati
Findi agitado como gosta. Vai sentir falta dessa galera qdo eles se forem.
ResponderExcluirEu arranjo outra galera!
Excluirconsegui postar hehe
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