terça-feira, 28 de maio de 2013

Uma vida mais Zen

Oi, gente!
Hoje eu vim aqui pra contar pra vocês como o blog/site IlhaZen influenciou positivamente a minha vida nos últimos meses. Pra quem ainda não checou, o blog em questão é uma coletânea de dicas e ideias para viver melhor. E quem melhor pra colocar à prova as dicas do site se não eu, o surto em pessoa?

Algumas das coisas mais importantes que eu aprendi e que consegui colocar definitivamente na minha rotina:
1. Acordar cedo. Eu estava ultimamente em uma fase preguiçosa, em que acordava às 8h15, ia pro laboratório às 9h e acabava sem sono pra dormir bem à noite. Hoje eu acordo às 7h15-7h30. Nos finais de semana, eu me recordei de como eu acordava às 7h nos sábados e domingos para estudar ou fazer alguma tarefa da escola. Lembrei-me de como aquilo era bom e como deixava menos traumático acordar às 6h30 na segunda-feira. Portanto, hoje tento acordar entre 8h e 8h30 nos finais de semana também. Na real, é muito mais fácil do que parece. Você acorda sozinho, é só não ficar se enrolando na cama.

2. Dormir cedo. Eu tenho dificuldades para dormir, principalmente se tive um dia muito agitado no laboratório ou se tenho uma prova/apresentação se aproximando. Às vezes, mesmo sem motivo nenhum, eu não consigo dormir. Minha mente vai a mil por hora e é geralmente por volta da 1h da manhã que eu tenho as melhores ideais da minha vida. Claro que depois eu não consigo dormir pelo resto da noite, já que meu cérebro fica colocando todos os detalhes do meu novo plano em ordem. A solução que eu achei com a ajuda do site foi (a) me "desligar" das telas (computador, telefone, etc) no mínimo 1h antes do horário em que eu quero pegar no sono; (b) fazer uma leve meditação ou relaxamento antes de dormir ou quando percebo que a insônia está chegando (se minha mente está muito inquieta, faço um alongamento geral ouvindo uma música calma); (c) ouvir música para dormir não funciona comigo, então nos dias que meus vizinhos resolvem "festiar", eu tento respirar profundamente, manter a calma, não deixar que minha frequência cardíaca suba demais e não ficar pensando em todas as formas que eu usaria para matar essas pessoas que fazem festas numa quarta-feira às 2h da manhã. Se nada disso der certo, levanto, tomo um copo de leite e fico resolvendo sudoku até me emputecer com o negócio. Isso geralmente me dá sono.

3. Como eu escrevi no item acima, meditar e relaxar antes de dormir foi outra grande mudança. Também estou tentando me focar mais ativamente no presente quando estou no laboratório. Quem nunca fez uma besteira porque estava há milhas de km distante pensando na morte na bezerra? Pois depois que eu estraguei um mega experimento por causa disso, resolvi mudar. É difícil no começo, mas acaba ficando muito interessante e você percebe que faz muitas coisas sem perceber: o modo como você abre os tubos, a delicadeza dos seus dedos quando você pega uma amostra direto da centrífuga, a precisão com que você pipeta uma solução... É realmente interessante. Recomendo-lhe tentar! Até agora, meus erros idiotas no laboratório reduziram muito. Não que eles não existam mais, mas geralmente eu percebo que fiz merda a tempo de corrigir.      

4. Focar. Não procrastinar. Fazer uma lista das tarefas a serem realizadas no dia e ir riscando uma por uma. Como eu preciso do computador aberto o tempo todo por causa das aulas online, eu acabava viajando muito na hora de estudar. Pra evitar isso, eu usei o FocalFilter, onde eu podia bloquear sites como o facebook e o youtube. Em casa, eu também usava a técnica Pomodoro para estudar. Ela consiste em ter um timer e colocá-lo para despertar a cada 25 min. Você tem que ficar focado nesses 25 min (não é difícil, se você quiser desistir, olha o timer e percebe que faltam só 10 min ou algo assim e isso lhe dá força pra continuar). Depois você tem direito a 5 min de qualquer coisa que você quiser, como alongamento, um lanchinho, banheiro, etc. Em seguida, mais 25 min. Assim, indo em blocos de 30 min fica muito mais fácil estudar. Como eu tenho um timer, eu baixei o FocusBooster, um aplicativo grátis que faz exatamente o ciclo 25/5 min. Nos dias mais próximos dos exames, quando eu tinha que realmente estudar 10h por dia, eu usava a técnica um pouco diferente. Eu fazia ciclos de 45/15 minutos. Isso me dava 15 min pra assistir 1/3 de um seriado que eu gostasse. Aí eu parava e continuava no próximo intervalo. A necessidade de saber o que acontece em seguida no seriado também me ajudava a estudar e me focar logo para que a próxima parte chegasse de uma vez. Finalmente, se eu terminasse minhas tarefas do dia (e se não também, ninguém é de ferro) eu me deixava comer Nutella e assistir quantos seriados eu quisesse. \o/ 
Descubra qual recompensa funciona melhor pra você!

5. Alimentação e disciplina: têm tudo a ver. Morar na Suíça e ser chocólatra é um desafio. O chocolate aqui é bom e barato. Mas eu também sei que chocolate demais faz mal. Claro que um pedaço por dia não vai te matar, mas eu tenho consciência de que se eu abrir um chocolate, eu não vou comer somente um pedacinho, eu vou comer tudo. Portanto, eu limitei meu acesso ao chocolate somente aos finais de semana, com raras exceções. É difícil, eu sei. A solução que encontrei foi também não comprar esse tipo de besteira. Refrigerante? Comprei UMA garrafa de 1.5 litro de coca-cola em 9 meses. Tá bom, né? 


6. Rotina. Vida de laboratório é a vida mais sem rotina do mundo. Você nunca sabe se vai poder sair às 5h ou só as 8h da noite. Portanto, ter uma rotina foi sempre um desafio pra mim, principalmente à noite. A solução que eu encontrei for fazer um experimento. Por 4 semanas eu anotei o horário que eu saía do laboratório, já que o de entrada quase nunca muda. Nessa vida aleatória, realmente existe um padrão mais ou menos decente de saída do laboratório. Percebi que eu saio mais cedo nas segundas e quintas-feiras (por volta das 5h30-6h). Terça e quinta são os piores dias. Fico até por volta das 7h. Quarta varia, mas geralmente saio às 6h-6h30. Então, criei uma rotina baseada no horário que eu saio mais tarde, às 7h (raros dias eu saio ainda mais tarde, tipo 8h ou 9h, mas isso é só 1 ou 2 vezes por mês). Das 7h-8h eu decidi que posso relaxar na frente do PC: checar e-mails, blogs, entrar no facebook e no skype. Geralmente acabo olhando um vídeo nesse horário e aproveito pra jantar alguma coisa. Das 8h-9h eu estudo, leio papers, vejo se tenho algum compromisso de aula pra tomar conta, planejo meu almoço do dia seguinte (se vou fazer um sanduíche ou se devo cozinhar algo), arrumo minhas coisas, etc. Das 9h-10h eu fico na cama e geralmente assisto um seriado de 45 min. Os outros 15 min são para ler ou para jogar sudoku (no papel, não online). Finalmente, vou dormir. Por volta das 11h eu geralmente estou dormindo. Notem que, por causa da minha rotina um pouco apertada (e eu não abro mão do meu seriado antes de dormir nem de vagar por sites aleatórios das 7h às 8h) eu resolvi abandonar o banho antes de dormir. Agora eu tomo banho pela manhã e isso realmente me refresca, me acorda, me perfuma e me energiza pro dia todo. Nunca fui adepta do banho matinal, mas admito que estou gostando dos resultados. :) 
Se eu sair do laboratório mais cedo, aproveito para ir no mercado ou dar uma corrida no final da tarde. O resto fica igual. 

7. Parar de me pre-ocupar. Eu sou uma pessoa extremamente ansiosa. Nos últimos 6 meses ou algo assim, estou fazendo um esforço ativo (e é realmente muito esforço) pra não me preocupar antecipadamente com as coisas que podem dar errado ou não. Principalmente agora, que o mestrado está se encaminhando para um final feliz, eu tenho uns surtos de ansiedade sobre meu doutorado. Nesses momentos, geralmente inoportunos, procuro anotar minhas dúvidas e preocupações e pesquisar soluções com calma nos finais de semana. Se estou me preocupando com algo do tipo um contra-tempo que pode eventualmente aparecer nos meus planos, eu tento me desapegar desses pensamentos, mesmo que eles em geral só queiram me ajudar a achar uma solução para o possível problema. Decidi que não adianta ter todo um plano de contingência bolado na cabeça se no final não houver necessidade de usá-lo. Hoje, eu tento não pensar em coisas que me deixam ansiosa. Eu deixo a bomba estourar pra começar a me preocupar com os danos. É bem difícil², mas vale a pena. Tenho sempre me desviar desses pensamentos e pensar em coisas boas no lugar. :)

Então, gente, eu quis mostrar pra vocês que é possível viver menos estressado e melhor. Quem quiser tentar, tenha certeza de que só virão benefícios. São pequenas mudanças que fazem uma grande diferença.

Um semana bem Zen pra vocês!
Beijos!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Como é uma entrevista em Cambridge

Oi, pessoal!
Quem acompanhou nas redes sociais sabe que eu me inscrevi para uma bolsa de doutorado 2013-2017 no centro de pesquisa em câncer da Universidade de Cambridge (parte do Cambridge Research UK). Na classificação por currículo fiquei entre os 5 melhores e ganhei uma viagem com tudo pago para Cambridge. Claro que eu não sou boba e estendi o final de semana para conhecer um pouco de Londres com minhas amigas Cèline e Laura. Foi ótimo! Londres realmente é uma cidade linda!

University of Cambridge *-*

Minha entrevista foi dia 13 de maio, uma segunda-feira, ou seja, logo depois de uma semana inteira com 14 provas finais da universidade.Eu estava morta no final de semana, e foi só então, no meio de passeios turísticos, compras e etc, que eu comecei a preparar minha apresentação para a seleção de doutorado. A bem dizer, eu fiz e ensaiei a apresentação domingo de manhã e no trem a caminho de Cambridge (informação de utilidade pública: 45 min de viagem, 22 libras).

Bom, eu estava nervosa, como vocês podem imaginar. Minha entrevista começava às 9h30, então saímos de casa por volta das 7h, pegamos o metro e o trem às 7h45. Chegamos no instituto por volta das 9h10. Bem a tempo.

Todas as entrevistas no instituto têm uma estrutura pré-programada. Minha agenda era assim:
9h30-10h: entrevista com a diretora do programa de pós-graduação de Cambridge.
10h-10h30: entrevista com orientador de um grupo de pesquisa aleatório de Cambridge.
10h30-11h: entrevista com outro orientador.
11h-11h30: entrevista com um terceiro orientador aleatório.
11h30-12h30: apresentação de 20 min para o laboratório em que me inscrevi. Logo após a apresentação, os orientadores se retiram e os alunos do laboratório têm uma conversa informal sobre o teu trabalho.
12h30-13h: entrevista com o orientador onde você se inscreveu.
13h-14h: reuniões individuais com cada membro do laboratório, afinal, é com eles que você vai trabalhar lado a lado todos os dias.

Minha primeira entrevista foi tranquila. São perguntas padrões sobre o teu passado, presente e futuro. Coisas do tipo "qual a tua motivação?", "por que você quer estudar aqui", etc. Me saí super-bem nessa parte.
As entrevistas com os outros orientadores são bem importantes. Eles têm voto de peso na sua aceitação ou recusa. Eles basicamente vão perguntar sobre o que você quer ser em 15 ou 20 anos (como se eu soubesse o que vou fazer semana que vem ¬¬), mas eles também estão interessados em saber se você reage bem sobre pressão: eles podem te perguntar algo sobre a pesquisa deles (que eu não tinha a menor ideia) ou sobre algum tópico aleatório em pesquisa. Isso é pra avaliar também sua capacidade de adaptação, conhecimento geral sobre ciência e rapidez em fazer associações complexas entre o tópico de pesquisa deles e o seu projeto atual ou anterior em pesquisa. Também me saí muito bem nessa parte. Como eu trabalhei com desenvolvimento de mutantes condicionais anteriormente e tenho um background forte em genética, não tive problemas em propor estratégias diferentes para os projetos.

Em seguida foi minha apresentação. Estar de frente com o grupo e com a orientadora que oferecia a bolsa foi assustador. Minha apresentação de 20 min terminou em 11. Eu falei rápido, mas eles também já conheciam uma técnica principal do meu estudo, então não perdi tempo explicando, mas claro que eu podia ter ido mais devagar. A conversa sobre a apresentação com os alunos do lab foi tranquila também. Não houve muitas perguntas, já que eles não trabalham com ciclo celular diretamente.

A entrevista com a orientadora principal foi tensa. Depois da minha apresentação, percebi que não havia me preparado para essa entrevista especificamente. Dito e feito: ela me perguntou e me pediu pra desenhar várias estruturas do centrossomo e do cinetócoro, estruturas necessárias para a divisão celular. Tive que resgatar memórias do inicio da minha graduação. Consegui enrolar, mas podia ter sido muito melhor. Eu já sabia que é importante se preparar antes de uma entrevista dessas. Pra conseguir meu mestrado, por exemplo, eu estudei os papers mais recentes do meu grupo de pesquisa atual. Portanto, pessoal: sempre se prepare para entrevistas acadêmicas. Estude. Pense previamente no que você vai responder até para as perguntas mais óbvias, como "quais são seus ponto fortes/fracos?", "do que você tem mais medo na carreira acadêmica?", "qual seu plano caso não consiga uma bolsa de doutorado/pós-doutorado?". Portanto, meu "pior" desempenho foi justamente em uma das partes mais importantes. Já era esperado. Eu realmente não tive tempo de estudar biologia celular entre uma prova e outra.

Finalmente, eu conversei individualmente com cada aluno e pós-doc do lab. Eles me contaram sobre seus projetos e também conversamos sobre coisas banais para descobrir se "nossos Santos batem". Eu particularmente gostei dessa parte. São pessoas muito queridas, animadas e empolgadas com o que fazem. Acho que também consegui deixar uma boa impressão.

The end. Agora era voltar para a cidade, pegar o avião de volta a Genebra e esperar pelo resultado.

Mais ou menos 10 dias depois o esperado e-mail chegou. Isso geralmente demora muito mais, por volta de 3 ou 4 semanas, mas como era um edital especial, o resultado saiu antes. Eis a pontuação final, onde eu fiquei em 2º lugar de um total de mais de 400 candidatos (mas somente 5 chamados para entrevista):

L.H.: 99.86
P.R.N.: 99.74 (eu)
L.A-C.: 98.02
O.T.: 97.46
J.S.: 97.10

Como vocês podem ver, nenhum dos candidatos veio até Cambridge pra perder. As notas finais foram todas extremamente altas e certamente qualquer um deles teria se dado bem no laboratório e no programa.
Não, eu não passei, já que havia somente uma vaga. Mas sim, eu me sinto vitoriosa. Cheguei longe e fiquei muito perto de passar mesmo sem ter me preparado para a entrevista. Certamente na próxima vez, seja na EPFL, seja em Cambridge, eu vou me sair 10 vezes melhor, ficarei menos nervosa e preparar-me-ei para o que der e vier.

O mais importante dessa história: eu estudei em São Leopoldo, mas não no colégio mais famoso por colocar alunos na universidade, fiz graduação na UFRGS sem publicar 10 papers, sem ganhar grandes prêmios de pesquisa e sem ter que atropelar ninguém pelo caminho. Hoje estudo em uma universidade muito boa, mas que não está entre as top 10. Continuo sem ter publicado nenhum livro ou artigo significante. Mesmo assim, tenho bastante confiança de que, quando minha hora de terminar o mestrado e entrar para o doutorado chegar, eu vou conseguir. Só depende de mim. Só depende de você. Se você quiser, você também consegue. Seja honesto, ético e justo com seus colegas. Foque no seu trabalho sem desejar infortúnios ao seu concorrente. Sorria e seja grato pelo que você já conquistou, pelos seus amigos e pela sua família. O resto é o consequência. A vida se  encaixa nos seus sonhos. Não faça com que seus sonhos se encaixem na sua realidade.  

Para finalizar:

Obrigada a todos aqueles que me ajudaram a vir tão longe, em especial à minha querida prima Priscila Brust Renck e às minhas amadas conselheiras de pós-graduação Alessandra Martini e Stefânia Forner!




domingo, 5 de maio de 2013

O "Ciências COM Fronteiras" ataca novamente

INDIGNAÇÃO. Esse é meu sentimento após a divulgação do resultado da chamada do Ciências Sem Fronteiras (CsF) para a Coréia do Sul.

Pra quem pegou o bonde andando, meu irmão se inscreveu nessa chamada, correu para conseguir documentos e fazer o teste de proficiência, e sobreviveu à burocracia que só os sistemas brasileiros conseguem instaurar. Não só ele, mas também dezenas de outros alunos que foram rejeitados sem qualquer explicação.

Poucos dias antes da liberação dos resultados, ele recebeu um e-mail dizendo que não tinha satisfeito os critérios de proficiência em língua inglesa para estudar na Coréia e que poderia trocar sua candidatura para a Austrália ou para os EUA. Sinceramente, eu achei que o e-mail tivesse sido um engano e não dei muita atenção. Além do mais, ele queria mesmo era ir pra Coréia.

Com a liberação dos resultados, porém, o nome dele não estava na lista. 48h depois ele recebeu um e-mail dizendo que a candidatura dele nem foi considerada porque ele não possuía o conhecimento de Inglês necessários. PIADA, né! As únicas explicações que eu achei para o fato foram: (1) ele realmente não possuía a proficiência em inglês necessária, ou (2) o teste de proficiência dele não foi aceito.

A explicação (1) é totalmente ABSURDA. Ele fez 7 anos de curso de inglês e depois morou no Canadá! Além disso, ele tirou uma nota altíssima no teste, se encaixando na categoria C2, a mais alta. 
Se (2) a razão para a recusa da candidatura fosse que ele não apresentou o teste de proficiência válido, eu sugiro que o pessoal da comissão julgadora LEIA A MERDA DO EDITAL 121/2012 (mais especificamente o item 3.1, parágrafo 5) que diz que o TOEIC é completamente válido para a seleção. 

Ok. Eles confundiram a coisa toda, né. Mas não tem problema, vamos recorrer dos resultados, como sugere a página do CsF e as próprias normas do CNPq e da CAPES. A orientação do CsF era para esperar um link por e-mail contendo instruções sobre como recorrer dos resultados em um prazo de até 5 dias úteis. Os 5 dias vieram e se foram e nada do e-mail sobre como recorrer. O único e-mail recebido foi um e-mail de rejeição, dizendo que o CNPq teria prazer em responder a futuras solicitações em outras chamadas. Nada mais. 

Nosso último recurso foi tentar ligar e conversar diretamente com a comissão julgadora do CsF. Acontece que os contatos do CNPq e da CAPES são incontatáveis. Ligamos várias vezes, em diferentes dias e horários para diversos contatos envolvidos no CsF e ninguém atendeu um telefona sequer. Na verdade, só o setor financeiro atendeu uma das nossas chamadas, e somente uma vez. A instrução que nos deram foi responder ao e-mail "NO_REPLY" que recebemos do CNPq. É mole? Claro que nós respondemos. E é claro que não obtivemos retorno.

Pra que colocar um contato que não pode ser contatado como um contato?
Pra que exigir um teste de proficiência se ele não é aceito?

A propósito, não é só o meu irmão que está nessa situação. Todas as pessoas com quem eu conversei que enviaram o TOEIC como comprovante de proficiência (e com notas altíssimas) foram rejeitadas pelo mesmo motivo. Pra quê?

Agora eu penso, imagina os bolsistas que estão fora do país. Se nós não conseguimos contato pra resolver um problema relativamente simples, imagina se dá um problema com um aluno de graduação no exterior e ele não consegue contatar ninguém? E se ele precisar de assistência? E se o CsF esquecer de pagar as taxas de Universidade ou a bolsa dele? Foi o que aconteceu em Londres ano passado. Os alunos deixaram de recebem mais de 6 mil reais da bolsa de estudos e ficaram totalmente sem dinheiro. Eles tentaram contatar o CsF sem sucesso. A solução para serem ouvidos foi irem à publico. Não consegui mais encontrar o texto original da aluna que denunciou a situação. Certamente o governo já abafou... A única página que ainda traz o assunto com nomes é essa. Horas depois da divulgação do texto da bolsista, o CsF lançou um comunicado se mostrando ofendido e dizendo que jamais deixaria os alunos sem auxílio, contato ou assistência, ou em maus lençóis. Mas deixou. Tanto que a Universidade em Londres (UEL) precisou emprestar mais de R$ 1500 para os bolsistas poderem almoçar na cafeteria. Eu mesma estou esperando resposta do CNPq/CAPES em relação a dois e-mail que eu mandei em Dezembro de 2012 e outro em Janeiro desse ano. Nada. Usando os formulários online para fazer perguntas dá na mesma. Eu ganhei um número de protocolo que até já espirou sem obter resposta alguma. Hoje, se eu quiser saber algo específico sobre o CsF, a única forma de eu conseguir uma resposta é mandando essas perguntas para os parceiros internacionais do CsF ou até diretamente para os representantes nas universidades conveniadas (fica a dica).

Um absurdo. 

Portanto, deixo aqui o meu abraço e um grande VSF pra todos aqueles que descoordenam o CsF.

Boa sorte, candidatos e bolsistas!