quinta-feira, 15 de março de 2012

Inscrições abertas

Oi, gente!

Então, esse bichinho aí em cima é um embrião com 13,5 dias de vida (?) (a igreja vai me caçar agora).
O que fazemos é operá-lo pra tirar o coração, os pulmões, o fígado, os rins e o intestino.
Bem legal! Na primeira vez eu não achei que fosse possível.

Ontem teve treino de escalada DE NOVO. Tudo dói, mas o que foi, foi e o que não foi, não será. Vamos descansar e esperar pro fiasco na Malásia. Vamos ficar lá 2 dias, um deles só escalando. Perguntei o que faríamos no outro. As meninas responderam prontamente: "COMPRAS!". Tá, mas o que tem de bom e barato pra comprar lá? "Hum... calçados e produtos de higiene." Ah, tá... mas... Espera, produtos de higiene? Nós vamos pra outro país comprar SHAMPOO??? Meu, esse povo não bate bem. Sério, deve ser um problema genético na população.

Enquanto a viagem não chega, vamos pro laboratório, né! Eu não sei mais pra onde ir no meu projeto, tenho muitas ideias, mas não tenho como testá-las no momento. Então decidi fazer um western blot.
Kasim: mas tu quer blotar pra quê, sua louca? (tradução: qual proteína tu quer ver, querida?)
Eu: hummm... todas essas. (lista rola até o chão)
Kasim: O.O! faz o que tu quiser, mas acho que não tem proteína suficiente. Tem que repetir o experimento antes. Vai lá descongelar as células.
Aí eu pensei em todo o trabalho de cultivar as células por quase uma semana, tratar por 4 dias, processar, dosar proteína... muita mão.
Eu: não, Kasim, acho que dá pra fazer.
Kasim: mas tu vai precisar de uns 10 géis pra fazer isso tudo de western blot. Dá pra fazer uns 2 géis com que temos, no máximo 3. E tem uns anticorpos acabando...
Pensei um pouco: acho que dá. Espere e verás. XD
Kasim não se pronunciou. Ele sabe que não adianta dizer não pra mim, ainda mais num laboratório cheio de brinquedos legais como esse!

Corri 3 géis espremendo o resto de proteína do tubo, transferi e literalmente picotei a membrana em diversas partes pra pegar as proteínas certas. Assim consigo blotar pra 5 proteínas em cada membrana (sim, loucura total. Geralmente a gente blota só duas). Enrolei cada membrana em plástico e incubei com 500 uL de solução de bloqueio com os anticorpos super-diluídos. A Wei Theng estava do meu lado e perguntou: "Mas que tu tá fazendo com as membranas??? O.O" Totalmente apavorada. Aí eu expliquei e ela: "hum, tá, né". No final de incubar as membranas com os diferentes anticorpos eu já não sabia mais o que era o que. Que bom que anotei tudo.

Daqui a pouco chegou o Kasim. "Me disseram que tu tá fazendo coisa de brasileiro aqui na bancada...".
Eu: "o nome é Gambiarra." u_u
Ele olhou o negócio, arregalou os olhos, mas não falou nada. Só se foi.

Eis como ficou minha membrana picotada:


Meu deus. Até eu me apavoro agora. Quem passava parava pra ver o-quê-que-era-aquilo. Tem umas membranas tão pequenas que são um verdadeiro milagre. Mas o pior de tudo é que funcionou!!! Todo mundo veio me perguntar se tinha realmente funcionado e queriam saber como eu fiz. Acho que vou começar o curso:

"Gambiarras no laboratório", por Patrícia N. - Ensinando como não-se-faz desde 1990. As inscrições estão abertas! \o/

A primeira aula foi sobre como os brasileiros orientam o trânsito em Cingapura:

 

Realmente muito claro. Não tem como errar. Se você ainda tem dúvidas, pode usar o botão ali ao lado (instalado pelo japoneses): 

Foto cortesia de Felipe Correa da Silva.

Bom, gente, vou parar de fazer vocês perderem tempo com essas bobagens. Beijos! Fui!



2 comentários:

  1. eles estão por fora de como é feita a nossa ciência tupiniquim!!!

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    Respostas
    1. Hahaha! Realmente!

      Obrigada pelo comentário meninas!
      Beijos!

      Excluir

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