Voltemos.
Então no terceiro dia, domingo, o dono do hostel se ofereceu pra nos levar pra conhecer outras praias em Phuket. Fomos de moto, sem capacete, obviamente.
Primeiro paramos nuns lugares pra "ver a vista" (a expressão mais estúpida que eu conheço. Fato). Depois fomos pra uma praia semi-deserta (só tinha um casal de meia idade tomando banho de sol) ver os peixes com aquelas máscaras de mergulho. Tinha várias estrelas-do-mar também! Tão lindas! Nadamos um monte e pra meio longe da praia. Na volta, quase morri nadando. Quando eu estava quase desistindo, nadando a 100 metros por hora, vi uma mãe-d'água do tamanho de... ah, não sei... dois travesseiros? Do tamanho daquelas caixas de isopor que seu tio bêbado levava pra passar o domingo na praia? Não sei, mas era enorme. Os tentáculos tinham mais de 1 metro! Aí, menina, nunca nadei tão rápido na minha vida. Mais um pouco eu ia pras Olimpíadas.
(Só um parênteses aqui. Está sendo extremamente doloroso escrever esse post. Verdade! Eu consegui enfiar, não sei como, um pedaço de plástico enorme embaixo da minha unha do dedo indicador no laboratório hoje. Gênio.)
Depois dessa praia, fomos pra outra tentar ver peixes encurralados nas pedras pela maré baixa. Não achamos muitos peixes, mais caranguejos. A praia também era linda, água clara, semi-deserta, etc. Almoçamos massa tailandesa (basicamente macarrão feito com arroz e frito depois de cozido. Bem bom.).
Ficamos alí na praia até umas 4 horas, com o dono do hostel e o melhor amigo dele, o Cory, contando piadas, fazendo imitações, etc. Eles são demais!
Em seguida, fomos pra uma reserva ver uns chimpanzés muito simpáticos. O lugar oferece bananas pra gente dar pros animais, mas acho que eles não aguentavam mais ver aquilo. O que eles queriam era que a gente coçasse suas costas. Eles se espremiam com as costas contra a grade e, quando a gente não dava atenção, eles se viraram e te cutucavam. Muito fofos!
No mesmo lugar, tinha elefantes! Ao contrário dos lugares que exploram os animais, aqueles eram bem cuidados, alimentados, penteados, tomavam banho e estavam livres pra caminhar pela reserva. Um deles veio até nós e pediu carinho e bananas! Que experiência incrível! Eles são tão grandes, mas tão dóceis. Deixavam a gente acariciar e mexer com eles.
Então fomos pra um bar no topo da montanha ver o pôr-do-sol MARAVILHOSO! Estava acontecendo um casamento ao mesmo tempo, então apreciamos aquilo também.
Voltamos cansadas, tomamos um banho e descemos pra comer pizza com o pessoal (os dois que passaram o dia com a gente mais um povo do hostel). Jogamos um pouco de cartas e, depois de umas partidas, o pessoal começou um jogo um pouco diferente. Na verdade, era desculpa pra beber. O nome do jogo é Kings. A moral é tirar uma carta e beber por algum motivo diferente. É bem engraçado, na verdade, mas com minha tolerância zero pra esse tipo de coisa, não participei de tudo (desisti tipo meia-noite). Me contaram que as 4am o pessoal foi tomar banho de mar com uma garrafa de bebida. Deve ter sido divertido, mas que perigo!
No dia seguinte, a Cris estava morta. Ela até tentou levantar, mas depois de um evento vomitífero no restaurante ode pretendíamos almoçar, concluí que elas precisava de mais umas horas pra se recuperar. Eu fui pra praia, obviamente! Me entupi de protetor, porque já estava torradinha dos dias anteriores. Quando a tarde estava caindo, resolvi voltar mas vi o povo do hostel vindo pra praia. Sentamos num barzinho no final da praia, acima das pedras. Novamente o pessoal bebeu. A Cris só pediu uma torrada, mas nem isso conseguiu comer. Bah, que horror!
À noite nos reunimos no lobby do hostel pra comer pizza de novo e assistir filmes. Programa mais light.
O dia seguinte seria nosso último na Tailândia. Já não queria mais voltar. O povo é muito legal, acolhedor, gentil. A equipe do hostel era demais! Só de pensar no laboratório de novo... não que eu não goste, mas vida de férias é outra coisa.
Nesse último dia fomos visitar uma estátua gigante do Buda no topo de um morro (parece que a estátua está há anos em construção, mas tudo bem. Se estiver pronta os turistas não doam dinheiro, né?). Depois fomos a outros templos budistas. Não me interesso muito por essas coisas, pra mim foi um passeio dispensável, mas tinha umas construções bem chiques e bonitinhas.
À tarde, praia! Dessa vez aluguei uma prancha e surfei. Não que o mar estivesse uma maravilha, mas agora posso dizer que surfei na Tailândia. \o/
Também fizemos uma massagem de 1h no corpo todo. Muito bom, relaxante, só um pouco desconfortável ter que ficar praticamente pelada no lugar. Muito estranho no começo. Mas valeu a pena.
À noite, rumamos para o aeroporto, onde compramos donuts deliciosos pra comer enquanto esperávamos o voo. Não que eu estivesse com fome, já que uma guria do hostel nos serviu uma macarronada caseira antes de partirmos (de graça!), mas eles estavam sorrindo pra mim...
Literalmente. |
Pra compensar nosso voo horrível de ida, voltamos na poltrona da saída de emergência, com espaço super-extra pras pernas e poltrona reclinável!
Oh, beleza!
No dia seguinte, de volta à realidade, parecia que meu corpo se negava a re-engrenar. Na real, eu passei mal por causa de alguma coisa que eu comi no último dia lá (aposto que foram esses colegas sorridentes aí em cima). Eu até tentei ir trabalhar, cheguei até a parada ônibus. Quando tudo começou a girar, percebi que precisava de um tempo. Eu queria ir pro lab porque ia ter uma visita muito importante naquele dia. Mas enfim. Voltei e dormi mais umas 8 horas seguidas. Quando acordei, percebi que não tinha avisado ninguém oficialmente que estava doente, só postei pro povo do lab no facebook. O Kasim surtou total. Segundo a Wei Theng, ele perguntou pra todas as almas no instituto se alguém sabia de mim. Ele achou que eu tivesse sido sequestrada... Tá, né. Depois de descobrir que eu estava doente, o surto aliviou um pouco, mas ele continuou preocupado que eu tivesse comido uns grilhos na Tailândia e fosse morrer de intoxicação alimentar. No fundo, mas bem no fundo, ele talvez se importe comigo. Apesar de parecer um sacrifício pra ele, uma dor na alma ter que me ensinar tudo todos os dias (eu entendo. Depois do 6 estudantes tu não aguenta mais explicar pra que serve o DNA) e meus experimentos ainda darem inexplicavelmente errados, temos nossos momentos.
Ainda hoje ele viu que eu estava revisando um paper, olhou por cima do meu ombro e disse: "Como assim??? Eu tenho 16 anos de pesquisa e nunca revisei um paper na vida! Agora vem esses estudantes que mal saíram das fraldas e saem revisando tudo que vêem pela frente! O que você tem que eu não tenho??!" (tri indignado). Ele não queria uma resposta, mas eu perco o emprego sem perder a piada: "Cabelo? o.o". Ele tentou não rir, mas não deu pra disfarçar direito. Acho que agora ele está meio que se vingando de mim (ou pela piada ou por eu ter feito ele rir, coisa que não acontece). Nunca fiz tanto PCR na vida. Mesmo assim o placar está:
Patrícia: 1.
Kasim: 84.
Fui!
hhuahauhauhahua
ResponderExcluirEu diria que experimentos "inacreditavelmente dão certo"... dar errado é rotina....