Oi, gente! \o/
O post de hoje vem diretamente da capital Alemã, Berlin! 15 alunos do mundo todo foram selecionados para a Escola de Verão em Medicina Regenerativa (BSRT Summer School on Innovative Approaches in Regenerative Medicine): somos do Egito, da Índia, do Vietnã, dos Estados Unidos, do Canadá, do México, da Bulgária, da França, da Inglaterra, da Rússia, da Indonésia, da Áustria, da Alemanha e, claro, do Brasil. Uma mistura bem divertida.
A chegada em Berlin, no Aeroporto de Schönefeld, não foi exatamente tranquila. Na real, foi um desafio e tanto encontrar o trem certo para chegar ao centro da cidade. A sinalização sobre como chegar à Estação de Trem era tranquila, mas a estação em si era uma bagunça. Primeiro que não há guichê de informação. Você tem que comprar sua passagem sozinho em totens e a fila era gigantesca. Principalmente porque ninguém sabia pra onde deveria comprar a passagem, qual região de ticket (A, B ou C) deveria ser comprada, e nem se o tal RE10 ou S15 ou U9 eram ônibus, trens, trams, bondes ou sei lá. Eu tinha que pegar o RE, que eu achava ser um trem. Aí vi um desenho sobre o quadro de horários do RE e ele parecia um ônibus. Portanto, subi à superfície tentando procurar a parada de ônibus certa. Tinha várias paradas de ônibus por todos os lados. Depois de um bom tempo procurando a parada certa, desisti e entrei de novo na estação de trem para perguntar pra alguém onde eu podia pegar o RE. Acontece que o RE realmente era um trem. Descobri isso depois de finalmente encontrar a única tela com as plataformas da estação. Detalhe que essa tela estava fora da estação de trem, mais perto do aeroporto que da estação em si.
Bom, comprei meu ticket e acabei ajudando também várias outras pessoas que não sabiam o que fazer. É realmente desorganizado e não há uma alma na estação de trem pra dar informações. Os painéis também são complicados, tudo impresso em alemão e sem indicação de quais trens param em quais plataformas.
Enfim, ticket comprado, plataforma encontrada. Entrei no trem uns 5 min antes da partida, me acomodei e só então percebi que meu ticket deveria ser validado. Claro que ninguém dentro do trem sabia onde validá-lo, então saí pra plataforma à caça de um lugar pra validar o ticket. Graças a deus eu vi um totem parecido com os que existem na Suíça e consegui validar meu ticket e entrar novamente no trem 1 min antes da partida. Tenso.
A viagem até o centro foi tranquila e curta (cerca de 15 min). Cheguei na Ostbahnhof e caminhei uns 15 min até o hostel. Chegando lá, me disseram que meu quarto ainda não estava pronto e que eu deveria esperar até as 16h pra fazer o check-in (eram por volta das 13h). Só que na real eu deveria ter feito check-in no dia anterior e essa diária já estava paga. Uma confusão só. O pessoal do hostel é bem desorganizado. Tive que esperar umas 2h até poder me instalar no quarto.
O post de hoje vem diretamente da capital Alemã, Berlin! 15 alunos do mundo todo foram selecionados para a Escola de Verão em Medicina Regenerativa (BSRT Summer School on Innovative Approaches in Regenerative Medicine): somos do Egito, da Índia, do Vietnã, dos Estados Unidos, do Canadá, do México, da Bulgária, da França, da Inglaterra, da Rússia, da Indonésia, da Áustria, da Alemanha e, claro, do Brasil. Uma mistura bem divertida.
A chegada em Berlin, no Aeroporto de Schönefeld, não foi exatamente tranquila. Na real, foi um desafio e tanto encontrar o trem certo para chegar ao centro da cidade. A sinalização sobre como chegar à Estação de Trem era tranquila, mas a estação em si era uma bagunça. Primeiro que não há guichê de informação. Você tem que comprar sua passagem sozinho em totens e a fila era gigantesca. Principalmente porque ninguém sabia pra onde deveria comprar a passagem, qual região de ticket (A, B ou C) deveria ser comprada, e nem se o tal RE10 ou S15 ou U9 eram ônibus, trens, trams, bondes ou sei lá. Eu tinha que pegar o RE, que eu achava ser um trem. Aí vi um desenho sobre o quadro de horários do RE e ele parecia um ônibus. Portanto, subi à superfície tentando procurar a parada de ônibus certa. Tinha várias paradas de ônibus por todos os lados. Depois de um bom tempo procurando a parada certa, desisti e entrei de novo na estação de trem para perguntar pra alguém onde eu podia pegar o RE. Acontece que o RE realmente era um trem. Descobri isso depois de finalmente encontrar a única tela com as plataformas da estação. Detalhe que essa tela estava fora da estação de trem, mais perto do aeroporto que da estação em si.
Bom, comprei meu ticket e acabei ajudando também várias outras pessoas que não sabiam o que fazer. É realmente desorganizado e não há uma alma na estação de trem pra dar informações. Os painéis também são complicados, tudo impresso em alemão e sem indicação de quais trens param em quais plataformas.
Enfim, ticket comprado, plataforma encontrada. Entrei no trem uns 5 min antes da partida, me acomodei e só então percebi que meu ticket deveria ser validado. Claro que ninguém dentro do trem sabia onde validá-lo, então saí pra plataforma à caça de um lugar pra validar o ticket. Graças a deus eu vi um totem parecido com os que existem na Suíça e consegui validar meu ticket e entrar novamente no trem 1 min antes da partida. Tenso.
A viagem até o centro foi tranquila e curta (cerca de 15 min). Cheguei na Ostbahnhof e caminhei uns 15 min até o hostel. Chegando lá, me disseram que meu quarto ainda não estava pronto e que eu deveria esperar até as 16h pra fazer o check-in (eram por volta das 13h). Só que na real eu deveria ter feito check-in no dia anterior e essa diária já estava paga. Uma confusão só. O pessoal do hostel é bem desorganizado. Tive que esperar umas 2h até poder me instalar no quarto.
O dia estava terrível, frio e chuvoso, então resolvi não fazer nada turístico. À noite, conheci minha colega de quarto, a Kelly. Ela é canadense e tem aquele espírito alegre, gentil e sincero que só os canadenses conseguem ter.
No dia seguinte: primeiro dia de curso. Tivemos palestras com umas pessoas fodásticas de manhã e à tarde fomos para as partes práticas. Nesse dia fomos ao hospital universitário participar de uma cirurgia de peito aberto pra colocar um by-pass e injetar células tronco no coração de um paciente. Admito que fiquei com um pouco de medo no começo. Não sabia qual seria a minha reação ao ver uma pessoa aberta na mesa. Será que eu ia ter um treco? Mas não! Eu me comportei super bem e pude até segurar o coração. \o/ Foi muito emocionante!
Outras aulas práticas até agora incluíram transformar nossas células tronco periféricas (do sangue) em ossos (muito divertido também), preparar e corar esqueletos de fetos de camundongos, e uma aula sobre como isolar e classificar embriões de galinha de acordo com o estágio do desenvolvimento embrionário. Foi realmente complicado. Eles são muito minúsculos.
Claro que nós também temos passeios culturais. Os mais legais até o momento foram o parlamento e um bunker. O bunker era um dos 3 mil abrigos para os civis durante a segunda guerra mundial. Como o local não tinha ventilação, podia abrigar cerca de 20 pessoas por sala. Porém, sobreviventes da época disseram que havia sempre 4-5X mais pessoas que o permitido. O lugar era meio claustrofóbico. Uma colega do curso teve que sair logo no começo do passeio. Também é meio apavorante porque fica abaixo de 5 linhas do metro. Cada vez que passa um trem o lugar todo treme. Algumas curiosidades do lugar:
-em cada sala você vai encontrar 3 velas. Elas devem ser acesas e uma deve ficar no chão, outra sobre o banco onde as pessoas estão sentadas e outra na altura do ombro de uma pessoa em pé. Isso serve para monitorar os níveis de oxigênio nas salas. Se a vela no chão apagar, bebês e crianças pequenas devem ser postas no colo. Se a vela do banco apagar, todos devem ficar de pé. Se a vela mais alta apagar, comece a rezar, meu amigo: você vai tirar uma soneca bem longa.
-Depois que Berlin foi bombardeada pela primeira vez, as pessoas começaram a carregar malas por todos os lados. Você nunca sabia quando poderia ser o próximo ataque e se sua casa continuaria lá com seus pertences. Havia 3 itens que todo alemão carregava nessa malinha: 1) documentos. Eles eram seu passaporte para dentro dos bunkers. Só alemães podem se abrigar neles. 2) Joias, ouro, cigarros ou qualquer coisa que possa valer alguma coisa como moeda de troca caso você precise de algo. 3) Fotos de família, principalmente pra perguntar pra outras pessoas se elas viram alguém desaparecido da família.
-Mães com filhos tinham prioridade nos bunkers e alguns deles eram exclusivos para mulheres e seus filhos. Na guerra, o papel dos homens era lutar e o das mulheres era fazer novos soldados. As mulheres ganhavam medalhas de acordo com o número de filhos homens que possuíam. 4 filhos era medalha de bronze. 6 are de prata, 8 era de ouro e se você fizesse 10 filhos homens/soldados, Hitler seria o padrinho das crianças. Nesse caso, a família deveria morar num bunker o tempo todo.
-As mulheres foram ensinadas a reciclar tijolos depois dos bombardeios. Esses tijolos eram limpos e usados na reconstrução da cidade. Aqueles que não podiam ser reutilizados foram empilhados no que é hoje a maior montanha de Berlin. No início da guerra essa montanha tinha 35 metros. No final, ela teria 140 metros de altura.
-A construção dos bunkers foi uma forma de tranquilizar a população, mas na real pouquíssimos deles eram resistentes às bombas.
-Até hoje foram encontradas 135 bombas que não explodiram em Berlin. Ainda há por volta de 1900 bombas no solo na cidade. Portanto, tenha cuidado ao caminhar por aqui.
-O parlamento foi construído em 1884, ocupado durante a segunda guerra e reformado nos anos 1970. Nessa reforma, as pichações dos solados russos que ocuparam o local e as marcas de tiros foram deixadas em todas as paredes. Isso serve para lembrar políticos e líderes mundiais que passam por esses corredores todos os anos para não cometerem os mesmos desastrosos erros do passado.
Pichações de soldados russos. |
O símbolo do parlamento alemão é a águia, que tudo vê e tudo controla. |
A constituição. |
-Foi construída uma nova cúpula de vidro sobre o parlamento. Essa cúpula serve para 3 coisas: 1) diversos espelhos transmitem a luz solar para dentro do parlamento a fim de minimizar a energia gasta com iluminação. 2) usar o calor do sol e o ar quente produzido pelas pessoas para gerar energia e água quente. Essa energia é armazenada 300 metros abaixo do parlamento em uma manta isolante térmica. 3) colocar as pessoas no seu devido lugar: acima dos parlamentares. O local é cheio de turistas e cidadãos que vão apreciar a vista e assistir os parlamentares trabalhando lá embaixo. A ideia é representar que os cidadãos controlam os parlamentares e que os parlamentares controlam o governo.
-Parlamentar que falta um dia de serviço tem 100 euros
descontado do salário (por dia). Que não votar em uma decisão importante,
também ganha 100 euros de desconto.
-Existem 3 formas de voto no parlamento: 1) levantar a mão de acordo com a sua opinião. Se não estiver claro qual a opinião da maioria, outros métodos são usados (claro que ninguém vai contar quantas mãos estão levantadas). 2) As portas. Existem 3 portas para entrar ou sair do câmera de votos do parlamento: uma diz “Sim”, outra diz “Não” e outra diz “Abstenção”. Um sensor conta quantos parlamentares saíram ou entraram por cada porta. Então no final da sessão eles só escolhem uma porta pra sair e votam assim. 3) votos importantes possuem cartões digitais com 3 cores (sim/não/abstenção) e um código de barras que deve ser lido por um scanner de acordo com a sua opinião.
Muito divertido.
Por enquanto vou ficar por aqui, antes que vocês entrem em coma com posts gigantes.
Mais atualizações em breve.
Beijos!
Puxa, Pati, não sabia que os transportes em Berlim eram assim tão desorganizados!
ResponderExcluirParabéns pelo estágio, parece tão legal!! Os ossos das suas células tronco ficaram bonitinhos ou é um tecido meio desorganizado? Fico pensando nas aplicações práticas no futuro... E como estão as pesquisas sobre essas células-tronco no coração? Funciona mesmo? Nunca segurei um coração vivo, na cardio eles não nos deixavam nem chegar muito perto :(
Gostei das curiosidades sobre os bunkers e o parlamento. Me deu arrepios imaginar as velas e as mulheres ganhando medalhas pelos filhos... Imagina agora as criaturas saberem que seu padrinho era Hitler?
Beijos!!
Oi Aninha!
ExcluirEntão, as células tronco endoteliais viram músculo liso bem organizado na placa de cultura. Bem bonitinho!
Depois a gente trata com BMPs (bone morphogenic proteins) pra transformá-los em ossos. Uma ótima aplicação disso é tratar osteoporose e fraturas que não curam nunca. Ou reverter o processo naquela doença FOP (em inglês).
Sobre as células tronco no coração, funciona mesmo. A melhora dos pacientes é incrível nos primeiros 6 meses. A área infartada se recupera muito mais rápido. Quem sabe fazemos algo parecido no HCPA?
Beijos!