Então a Wei Theng me abandonou pra ir pros EUA participar de
uma conferência. Tudo bem, o povo da escalada está se revezando pra poder
escalar comigo nas terças (já que nas quartas estou tendo aulas de francês).
Agora estou escalando muito mais, já que geralmente estamos escalando de duplas
ou trios, não tem fila pra escalar. Descobri que existe um ciclo de destruição
das mãos: na primeira semana, dói a valer, parece que a pele vai se soltar da
carne, forma umas bolhas gigantes, etc. O fator limitante na escalada são
juntamente essas bolhas. Na segunda semana, as mãos estão uma maravilha pra
escalar. Uma camada grossa de proteção se formou nos locais de atrito e você
pode escalar bem feliz por horas. O fator limitante é a dor que você no resto
do corpo, incluindo músculos em geral, os pés e os ligamentos das mãos. No
final da escalada, você percebe que sua mão está completamente destruída. Não
dói, mas a camada de proteção foi arrancada durante as escaladas e sua mão está
muito perto de sangrar. Na manhã seguinte, sua mão está macia, super-esfoliada
e perfeita. O que significa que na próxima semana você vai morrer pra escalar
de novo! Ótimo.
Bom, o Kasim voltou da viagem. Percebi que estava sentindo
falta dele. Isso durou 3 horas, até quando ele começou a reclamar do que (não)
tinha feito (e do que deu errado). Meu, eu estava realmente acabada nessa
semana toda (e na anterior). O que me deu uma salvada foi um almoço muito
brasileiro com a Rejane (arroz, feijão delicioso e bife a milanesa). Mas eu
estava cansada, desanimada, o povo do trabalho perguntando se eu estava bem e o
povo de casa dizendo que eu parecia um zumbi. Não sei por que na real. Bom,
talvez eu saiba. Fora ter dado tudo errado no trabalho (contribuiu 90%), eu estava
meio estressada, não conseguia dormir bem, acordava como se não tivesse
dormido, e estou de saco cheio desse povo asiático. Sério, o povo de Cingapura
é o pior. Eles furam a fila, te atropelam, te empurram, fedem (principalmente
os indianos), comem umas comidas horríveis e... o pior... não olham pra onde
andam nas ruas porque estão brincando no iPhone. Isso quando não ficam jogando
angry birds com o volume no máximo. Aí dá aqueles barulhos irritantes dos
bichinhos se matando. Sério. No metro o povo simplesmente não anda, eles se
lerdeiam nos corredores pra ficar mandando mensagens e ficam trancando as
escadas rolantes, as passarelas, tudo! Isso quando não cruzam contigo do nada e
ainda ficam brabos que tu não previu que eles estavam cruzando o lobby do metrô
num ângulo que vai do nada pro nada. Ótimo. Um dia eu vou me irritar com um
deles e ir presa. Aguardem.
Recentemente saiu uma lei num estado dos EUA que andar e
mexer no celular dá multa. Não vai dar 1 mês pra pegar em Cingapura (espero).
As aulas de francês. Tem um povão na aula. Umas 50 pessoas.
O livro é bagaceiro, um xerox do original. Eu são não desisti e pedi meu
dinheiro de volta por causa da professora, que é muito boa. Ela realmente sabe
ensinar. Estou aprendendo devagarinho, vamos ver no que vai dar.
E quarta-feira, eu estava bem feliz pegando meu primeiro
café do dia (no meu estado zumbi) quando começou a soar um alarme irritante e
uma voz dizendo que o prédio estava em fogo. Corram por suas vidas! A primeira
coisa que eu pensei foi “será que posso tomar o café primeiro? Posso pelo menos
levar o café?”. Com as pessoas correndo enlouquecidas resolvi, muito relutantemente,
abandonar o café. Que dor.
Encontrei o povo do lab no corredor, descemos as escadas
(enquanto tinha uns trouxas ainda se perguntando por que o elevador não estava
funcionando) e fomos pra área de encontrando designada pra nós. A polícia da
Biopolis agiu rápido. Fechou as ruas pros pedestres, armaram uma barraca de
primeiros socorros nos pontos de encontro, enfim, tudo muito organizado. No
final, foi só um teste. Sem graça. Voltamos e, quando eu entrei no escritório,
o Kasim estava bem belo no computador, como se nada tivesse acontecido. Ele
chegou logo depois do alarme tocar, e, portanto, viu que era um ensaio. “Eu
acho que você esqueceu isso” disse, tomando meu café. “Me servi pra não esfriar”.
Que amor. Mas tudo bem. Ia fazer outro mesmo.
E minha colega de quarto se mudou! Graças aos deuses (porque
eu precisei pra ajuda de todos eles pra sobreviver ao secador de cabelo tornado
de madrugada)! Agora tenho pesadelos com o secador. Vou precisar de terapia.
Eu sei que vocês querem saber sobre a viagem pra Tailândia,
mas agora eu cansei de escrever. Posso dizer que está sendo uma aventura e
tanto. Estou um camarão, num hostel com outras 3 meninas (Cris, uma guria da
Rússia e outra da Holanda). Mas antes a gente estava num lugar que... bem,
conto depois. E conto sobre nossa entrada escondida num resort. E sobre nadar
com os peixes. E sobre nosso passeio de lancha. E sobre a vida noturna nada
normal de Phuket. E sobre a panqueca de Nutella. E sobre nossa viagem de avião
na última classe (literalmente). E o taxista doido. E as vans com luzes
piscantes dentro. E sobre como o trânsito (não) funciona quando as pessoas
andam de moto na contramão das rodovias sem capacete (e não precisa ter
carteira de motorista).
Beijos! (não me odeiem) Amo vocês!
Semaninha agitada heim????? Bjus
ResponderExcluirCom o nome Phuket, não deve ter uma vida noturna normal mesmo.
ResponderExcluirBeijos