segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Ciclismo na Ilha!

Oi!

Nossa, to que não consigo caminhar, sentar ou deitar sem gemer de dor!
Ontem, domingo, fomos passear por uma ilha aqui de Cingapura, a Pulau Ubin. Pra conhecer a ilha, alugamos bicicletas e pedalamos por quase 4 horas. Imagino se seja isso que esteja fazendo meus músculos doerem agora... provavelmente.
No barco!
(Benjamin; José-Chile, Daniel-Austrália, eu, Laurie-Holanda)





Conseguimos visitar realmente toda a ilha (pedalando a mil)! Foi muito divertido, até porque decidimos pegar umas trilhas que não estavam no mapa e quase nos perdemos. Duas vezes. Mas nada de pânico, só parecia que ia chover e que o pântano onde estávamos ia transbordar. Sem falar dos bichos estranhos, cobras e etc. E do vento fazendo os galhos caírem na nossa cabeça. Na semana anterior uma turista tinha morrido ali porque caiu da bicicleta e bateu a cabeça. Bem legal. No total 40 pessoas morreram na ilha esse ano. Agora eu sei porque. A gente não deve sair da trilha marcada pelo governo.


Distância segura!








A cidade em si é bem tipo interior. Dizem que refletem a cidade de 1960. Casas simples, de madeira. O resto da ilha (90%) é mata nativa e uma reserva do exército (descobrimos depois de pedalar 4km e chegar no portão, sem saída. Voltamos...). Foi muito legal mesmo! Toda aquela natureza, os lagos, a beira do mar (com vista pra Malásia)...

Na volta tivemos que passar pelo raio-X pros policiais verem se a gente não tinha nadado até a Malásia pra comprar drogas. Morrendo de fome, compramos sorvete de casquinha por S$1. Na verdade, aqui a casquinha é tipo um Waffel, e o sorvete fica no meio. O meu era de menta.



Em seguida, fizemos a longa viagem de volta à civilização: barco (sim, é uma ilha), ônibus, metro linha verde, linha laranja, outro ônibus, elevador. Cheguei! Exausta. O melhor era o pessoal no metro nos olhando. 5 gringos suados, melecados de protetor solar, mala nas pernas e um rastro nas costas (por causa da roda da bicicleta), ficadas de mosquito por toda parte (que bom que fiz a vacina contra febre amarela), cabelos cheios de folhas, mãos cortadas por causa dos galhos que invadiram a trilha. Acho que estávamos assustadores. 3 pessoas perguntaram se a gente estava bem ou se precisávamos de ajuda. "Não, senhora, não fugimos do Vietnã, a gente só estava fazendo trilha".

O melhor de tudo é que foi um passeio barato (menos de S$20). Pobre... mas estou guardando dinheiro pro resort Spa (3º mais votado!).

Foi isso!
Só emoção pra variar!

Beijos!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Casamentos e Velórios

Então eles tão velando uma pessoa/corpo há 3 dias aqui na entrada do prédio e... hum... espera.

Oi, gente! Tudo? Foi mal aí, to meio revoltada com a história.

Voltando. Tem um corpo na entrada do prédio. Há 3 dias.
Aqui é comum as pessoas fazerem casamentos, festas de criança e etc na parte de baixo do prédio, que é o primeiro andar. Ninguém mora ali, em geral é só uma área coberta justamente pra esse tipo de evento. Tem umas mesas e bancos onde os idosos costumam se reunir de tarde pra jogar cartas.
Aí eu estava chegando bem feliz em casa e vi que tinham meio que fechado o lugar com uns TNTs bagaceiros, colocaram umas flores, umas estátuas, uns cartazes em (tamil, hindu, mandarin, malaico??). Bah, né, passei por ali pra pegar o elevador (não tem outra entrada) e vi um corpo no caixão ali do lado, cheio de lenços, coisas dourados, deuses, etc. Cruz credo! Que loucura gente. Não tinha ninguém lá, só umas cadeiras de plástico e o corpo. À noite acho que eles vão lá rezar e ficam entoando uma reza bizarra. Poxa, façam silêncio! Os vivos também querem descansar!

Não tirei fotos do velório porque não achei muito apropriado, mas tá bem bonito. Só que já tão nessa há 3 dias, vai começar a cheirar...

E tem um monte de formiga aqui na minha mesa! Como pode? Estamos no 13º andar! Será que tem a ver com o velório ou com o fato de eu comer cereal aqui? Não, já sei! Ontem vi um anúncio de que iam pulverizar o prédio por causa das formigas. O engraçado é que antes disso eu nunca tinha visto formigas aqui. Hoje é a 1ª vez. Possibilidades:
a. eles começaram a pulverizar e as formigas estão migrando pro meu quarto.
b. a empresa jogou um monte de formiga escondida aqui pra gente achar que o serviço valeu a pena.

Semana passada, voltei do Brasil muito sequelada. Fuso horário totalmente desregulado, vivendo de comida de avião por 3 dias, mala pesada cheia de chocolate.
Isso é que é refeição! Só na Qatar mesmo! Na TAM a gente passa a água.  Esquerda pra direita: frutas com iogurte, pavê de chocolate em cima, bombom, geleia e manteiga, suco de laranja (no potinho, embalada a vácuo), refri ( XD), pãozinho integral. Refeição central: batatas com molho, arroz e carne de panela com legumes - cenoura e brócolis. Depois eles ainda passavam com chocolate quente.

Quase (na metade)! Bom é que eu entendia TUDO na legenda da figura... (não...)

Oooh, beleza!

O mais importante! [Por favor, me acorde para as refeições]

Além disso eu percebi que agora sim eu vou ficar quase 5 meses vivendo com os japinhas. Bah, bateu uma mini baita-depressão. O caso se agravou quando eu disse "não, vou sair nesse sábado e fazer alguma coisa com os outros brasileiros que estão no hostel! Não vou ficar só dormindo" (apesar de que eu queria descansar). Tá, tudo bem, vamos pro Hot Park. Eles vão de ônibus, eu de metro. Deu a maior preguiça de sair, mas aí eu realmente fiquei com medo de ficar sozinha naquele sábado. Tomei coragem e fui. Chegando na estação perto do parque, saí e vi que se armava o maior temporal (saí de casa com sol, mas depois de 1h30 de viagem no subsolo, eu perdi a noção das coisas). Mandei uma mensagem pros meninos perguntando onde eles estavam (detalhe, eles disseram que iam sair às 9h, então eu acordei às 8h pra esperar eles me dizerem onde a gente se encontrava. Lutando contra o sono, esperei até eles acordarem às 10h30! Eu já queria matar um...). Acontece que eles estavam no outro lado do parque! O parque é, na verdade, uns 20 parques juntos (Kent Ride Park é o nome geral). Cada um tem seu portão. Eu fui pro portão do Hot Park, onde era pra gente ir, eles foram pro Telong, simplesmente há 9 km de onde eu estava! Agora eu queria matar dois. Meio totalmente emputecida, já que meu dia não estava dos melhores e já era 13h, decidi voltar (até porque não sabia como chegar onde eles estavam). E começou a chover. E eu me molhei toda, morri de frio no ar condicionado do metro, voltei na chuva de novo pra casa. Agora eu queria matar os quatro.
No fim, gastei uns 6 dólares pra ficar 3h congelando no metro e só esperava não ficar doente no final da brincadeira.
Vê se aprende, Patrícia!

No outro dia, eu estava mal. Essa brincadeira toda me cansou e eu acordei de mau-humor às 7h da manhã de um domingo pra ir num casamento indiano que:
a. eu não tinha roupa pra ir. Nem saberia o que usar.
b. eu não tinha bolsa pra levar.
c. eu não tinha um casaco decente pra carregar (ar condicionado bomba nesses lugares)
d. eu não sabia onde era.
e. eu não sabia quem ia.
f. eu não tinha comprado presente (recém cheguei de viagem!)
g. eu não sabia se era aceitável chegar em cima da hora (e eu certamente ia me atrasar).
h. eu não sabia se tinha sido convidada porque a pessoa (colega de trabalho) realmente queria que eu fosse ou se fui convidada só por educação (provável)
i. eu esqueci de confirmar que eu ia (estava escrito bem grande no convite).
Viram, eu estava de muito mau-humor! Não queria ir nesse treco! No final, decidi ir, meio contrariada por mim mesma.

Chegando (graças a deus lembrei que a Wei Theng tinha posto um mapa na minha mochila -eu tava meio dormindo - sobre como chegar --> Ônibus + metro + ônibus) fui mandar um SMS pra Wei Theng perguntando onde ele estava (não queria chegar sozinha do nada). Antes de eu pegar o celular ela me cutucou. Nossa, vocês não imaginam o alívio!
Na cerimônia, eu me senti meio deslocada. Todo mundo com aquelas roupas chiques indianas, o povo do lab bem arrumado e eu... de vestido de verão. Ótimo.
Fotos!:

Noivado (o "padre" é o sem-camisa sentado no chão).

Templo onde foi a cerimônia civil e religiosa.

Colegas de trabalho adequadamente vestidas,
Vanessa e Vythia.


Ah, na verdade, foi a cerimônia religiosa de noivado e a de casamento civil. Pela lei eles são casados, mas pela religião ainda não podem ter filhos. Muito complexo.

Me diverti bastante, mais do que imaginava.
Depois da cerimônia, que levou umas 2 horas, todo mundo tirou os sapatos e subiu no altar pra tirar fotos com os noivos e entregar os presentes. Assim que tiraram a foto, as pessoas desciam pro térreo, onde havia um buffet. As pessoas simplesmente sentavam, comiam e iam embora. Saímos antes dos noivos terminarem de tirar as fotos. Acho que acontece assim porque se não ia faltar espaço. A comida foi a parte ruim. Comida indiana realmente não me apetece.
Quero só ver como seria um casamento mesmo. Dizem que são mais de 1000 convidados sempre (o da minha colega de trabalho vai ter 3 mil x.x). Como se conhece tanta gente??? Mas você pode levar quem você quiser também, não sei como funciona isso. Como se calcula a quantidade de comida pra janta?
Muito complexo [2].

Acho que estou engordando. Fiquei meio sedentária (mais sedentária) quando descobri que pegar o ônibus na frente de casa dá no mesmo que caminha até a estação e trocar de linha de metro em termos de tempo. E só custa 2 centavos a mais. Péssimo.

Os ônibus têm 2 andares! Eu sempre sento na parte de cima.


E hoje aconteceu algo muito engraçado no trabalho. Pelo menos eu achei. Postei no facebook e vou citar aqui pra quem não viu, pai:

"Da série "Pérolas do meu mentor":

Eu: Kasim, subi pro 7º andar com os materiais, mas não consegui fazer o FACS funcionar.
K: Huum... (lendo alguma coisa no PC). Por que tu desceu?
E: Pra te perguntar a senha.
K: Por que tu não ligou? (ainda olhando pro PC)
E: Porque eu não tinha como...
K: Tu não leu a lista dos materiais que eu fiz pra ti?
E: sim, levei tudo que precisava...
Kasim me entrega de novo a lista de materiais: Lê o item 24, abaixo de "Pipeta 1mL", se não me engano.
...
21. Becker 2 Litros
22. Rack
23. Pipteta LabMate 1mL
24. iPhone

Eu: Hum... tá...
K: volta pra cima e me liga. Aí eu te ajudo.

X_X
EU MEREÇO"

Foi bem assim! Muito engraçado. Claro que eu não ri na hora, ia ficar chato.

Gente, também descobri que tenho uns vizinhos muito estranhos na frente: 

Ache o puteiro. Achou? Luzes vermelhas!

Tá, eu não sei se é um puteiro, mas é no mínimo suspeito.

Fomos escalar de novo essa semana! Meu músculos doem como se fizesse 3 semanas que não escalo. Não, espera... é faz sentido.
Além disso, descobri um centro de treinamento secreto (muito FBI isso) atrás das paredes. Tinha colchonetes, pesos, escadas penduradas e argolas. Aí eu coloquei toda minha ginástica-olímpica em ação e ensinei uns movimentos pro pessoal! Acho que nossas escaladas nunca mais serão as mesmas! Adoramos!







Ah, aconteceu outra coisa muito engraçada essa semana. Segunda-feira eu perguntei pra Wei Theng se ela gostaria de ir fazer skydiving comigo. Segundo ela mesma, ela não muito dessas coisas radicais (exceto escaladas perigosas e praticar tiro ao alvo), mas disse que ia pensar. Terça apareceu um anúncio no grupon pra 2 skydivings! Cheguei no lab tri feliz e disse: "Bom dia, Wei Theng. O destino está ao nosso lado! Nós vamos fazer SkyDive!" e expliquei a história do grupon. Incrivelmente ela me deixou comprar! Nossa, se ela não me odiar até o final do semestre, será uma façanha...
Todo mundo adorou os bombons brasileiros e as pulseiras de golfinho, a propósito! Eu estava me sentindo mal por ganhar um monte de coisa de ano-novo chinês e não retribuir com nada XD
E a barra de chocolate da garoto que eu deixei perto do café não durou 2 horas (geralmente as coisas ficam incubando ali por um tempo).

Era isso por hoje!
Beijos, gente!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

( )


Oi!

Eu abri uns parênteses no blog, Perdidos em Cingapura, porque essa postagem é, na verdade, sobre o Brasil. Apesar de parecer loucura, eu voltei para o Brasil só pra minha formatura. Claro que eu também voltei por causa da festa, pra ver os amigos, apertar a família e matar a saudade da Clér, minha Cocker muito linda e maravilhosa.

Enquanto na vinda pra Cingapura eu gasto o equivalente a 3 dias, na volta eu praticamente cheguei antes de sair de Cingapura. É sério! Na verdade, de alguma forma, eu cheguei no mesmo dia. Me senti naquele filme “De volta para o Futuro”, mas acho que, nesse caso, seria “De volta para o passado”, sei lá. Só espero que essas viagens no tempo não acabem me desintegrando no final.

Cheguei muito sequelada em casa, depois de umas dezenas de horas dentro dos aviões. No último vôo longo (Qatar-SP) eu dei MUUUITA sorte. Peguei um assento na janela, numa parte do avião que só tinha 2 lugares por fileira. E o cara do meu lado foi embora depois que o avião decolou! Ah, fiquei tão feliz, vocês não imaginam! Depois de estar viajando dentro de caixas de fósforos, me senti dentro de uma caixa de sapatos! Dava pra tentar se deitar (eu era meio grande, mas no último caso eu me compactava e cabia ali mesmo), pra botar os pés em cima do outro banco, pra se esparramar, etc. Vi vários filmes, inclusive Invasores e uma série de filmes da Disney, como Rei Leão 1 e 2. A comida estava ótima, mas tinha umas refeições muito apimentadas. Fizemos sempre 3 refeições e 3 lanches. Agora eu peguei um vôo da TAM, mais longo e nós só ganhamos 2 refeições muito pobres e suco de laranja! Quase morri de fome! Gente sem noção!

Voltando, (literalmente) eu cheguei em casa e minha mãe tinha feito um brigadeiro gigante pra eu comer! Bah, muito bom! Mas eu estava cansada e fui direto dormir. Era de noite no Brasil, mas de dia em Cingapura, então tive problemas pra descansar de verdade. Acordei às 4h morrendo de fome e tive que atacar a geladeira (e o brigadeiro, mas isso fica entre nós). O mesmo se repetiu nas outras noites. Cheguei a comer feijão de madrugada. Ah, e como é boa a comidinha do papai e da mamãe! Arroz com sal, feijão que não é caramelizado, BIFE de verdade! Nossa, que saudades. O que eu não tinha engordado em 45 dias na Ásia, engordei num fim-de-semana em casa...

Bom, terminamos os últimos preparativos pra minha formatura, como o vestido e etc, nada muito importante. Eu estava nervosa na cerimônia, não tinha ido aos ensaios e não sabia o que fazer e pra onde ir. Graças a deus eu tenho uns amigos me empurrando e me cochichando o que fazer.

Correu tudo bem na formatura. Fotos, beijos, abraços, etc. Depois fomos pra festa. Estava muito legal, música ótima e, o mais importante, muita gente que eu amo estava lá. Obrigada pela presença e, praqueles que não puderam vir, sei que foi por um bom motivo (ou por preguiça). Adorei também os comentários sobre o blog! Agora eu aviso que estou encerrando minhas atividades no blogger, já que ouvi muito comentários do tipo “me mato de rir”, mas isso não vai ser bom pra mim aqui em Cingapura. Não quero ser cúmplice de suicídio.

Pensando bem, dane-se. A partir de agora, ao acessar o blog você concorda com os termos e condições que me isentam de qualquer crime relacionado a suicídio ou morte por engasgamento com a própria saliva (vulgo, baba). Obrigada.

(x) aceito.
(x) continuo aceitando porque não tenho opção.

Voltando, no outro dia fui visitar a Mary (e a Nina, consequentemente, minha quase afilhada vira-lata)!
Antes de eu piscar já estava dentro do avião de novo. Como pode? Que absurdo! O tempo voa quando a gente se diverte. Fui com a TAM pra Alemanha (porque é quase no caminho – só 10 mil km ao norte...), a comida é ruim, mas, ainda mais preocupante, ESCASSA. Quase morri de fome e de tédio (o entretenimento abordo era tão ruim que eu não me surpreenderia se o Domingão do Faustão fosse uma opção). Mas, não tinha ninguém do meu lado no vôo!!!

Em Frankfurt, quase morri de frio. Estava -1ºC! Que bom que eu “peguei emprestado” o cobertor da TAM, já prevendo essa situação (fica entre nós). Levei umas 2 horas pra achar meu portão de embarque. Tive que pegar um trem (sim, um trem) pra chegar ao outro terminal. Lá, descobri que todas as coisas legais do aeroporto estavam no terminal em que eu tenha desembarcado. Deu preguiça de voltar (e estava quase na hora do meu embarque, só faltavam 5 horas), então eu resolvi dar uma banda pela cidade. Saí do aeroporto. 27 segundos depois eu voltei correndo contando meus dedos pra ver se não tinha perdido nenhum congelado no caminho. Me restou vegetar pelo aeroporto e esperar o embarque.
Finalmente no portão de embarque, eu estava bem feliz lendo um livrinho quando meu nome foi chamado. Aimeudeus. Medo. Fui lá no controle da emigração pra descobrir que meu passaporte estava na lista do governo de Cingapura. Fui transferida pra outra sala. Gelei. Mas aí foi só eu mostrar meu visto, explicar que eu não sou vendedora de drogas e que não fugi de Cingapura por ter matado alguém. Eles escanearam meu visto e meu passaporte foi liberado. Vida com emoção. Assim que eu gosto.

O avião pra Cingapura estava cheio (cheio de gente indo pra Austrália, ninguém viaja pra Cingapura, só eu). E tinha 2 bebês do meu lado. DOIS bebês. E eles choravam. JUNTOS. Paguei meus pecados.
Na cidade-estado-país, peguei o trem pra cidade e, depois, pra não caminhar 25 min até meu quarto (minha mala estava pesada. Não sei do que, só levei chocolate. Bah, acho que foi muito chocolate), resolvi pegar um ônibus. Meu amigo Google me disse que era só eu descer na estação 43 e pegar o ônibus A147. Fácil. Mas vocês sabem quantas paradas de ônibus existem ali? Sete. Eu não tinha a menor idéia de onde ir. No final, caminhei mais que os 25 min pra pegar o ônibus. Pobre é foda. Falando em pobre, descontaram mais de 10% do meu pagamento por causa do feriado público do ano-novo chinês. Mesmo que eu tenha trabalhado no feriado. Agora a expressão “trabalho de chinês” faz sentido pra mim.

Voltando. Cheguei no ape e ainda lembrei que tinha que lavar roupa. Maldita hora. Mas tudo bem. Dormi razoavelmente depois.
O trabalho foi mortal. Eu estava que nem um zumbi e meu mentor pegou pesado com as tarefas hoje. Sem dó da pobre estagiária. Meu chefe ainda disse que eu nem devia estar cansada, tive umas 30h pra dormir no avião... Cheguei 20h30 em casa. Isso só pra descobrir que o toque do celular da minha colega de quarto é “Baby”, do Justim Bieber. Queria me jogar pela janela, mas eles têm aquelas telas de proteção pra bebês. Tentei desamarrar o negócio, mas é à prova de crianças. Fica pra próxima.

Me voy.
Beijos!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Chingay Parade

Então, eu estou morrendo de preguiça de atualizar o blog, mas vamos lá. Vocês merecem.

Estou quase me acostumando com o box do banheiro sem cortina nem nada (sim, o chuveiro é só um jato d'água que cai no meio do banheiro, entre a pia e o vaso. Fica tudo alagado depois). Na verdade, tá até legal de tomar banho com toda aquela liberdade. O único problema é que não tem como trancar o banheiro, então alguém pode entrar e ter ali fazendo aquele tour musical com a esponja.
Minha colega de quarto á legal, mas ela acorda bem antes que eu pra se arrumar, então ela tem que ligar a luz e fazer um monte de barulho às 6h30 da manhã. Quando ela finalmente termina de se arrumar e vai embora, são 8h e EU tenho que levantar. Ótimo.
No mais, o quarto é legal, consegui organizar minhas coisas (mais ou menos, né, tem uma gaveta que não fecha direito...) e a net é melhor que a do hostel.
Falando em hostel, roubaram a câmera da Laurie semana passada em Clark Quay (bairro bohêmio da cidade). Ela colocou a câmera do lado e ela se foi. Viram, tem crime em Cingapura! Não é o paraíso! (tá que no Brasil ela ia ter sido sequestrada, estuprada e morta quase todos os dias u_u, mas não vem ao caso).
Sábado eu queria ter feito um monte de coisas, mas eu dormi e assisti seriados. Ah, eu fui dar uma caminhada pelo bairro. À noite eu fui na Chingay Parade com meu chefe. Estava muuuito legal! É perfeito! Foram 2,5h de desfile na água, com luzes, cores e sons fantásticos! A platéia era de 200 mil pessoas, mas tudo perfeitamente organizado. A rua do desfile era dividido em 3 setores, que tocavam músicas diferentes de acordo com qual grupo estava desfilando e se apresentando naquele setor (porque nenhum grupo tinha pessoas suficientes pra lotar 600m de avenida). Só em Cingapura eles conseguem tocar uma música na sua direita, uma na sua esquerda, uma no meio e só te fazerem ouvir a que eles querem que você ouça. Não sei como fazem. Além de toda a infraestrutura, ganhamos capas de chuva (caso o tempo mudasse do nada) e cataventos pra montar (tinha umas horas no show em que a gente podia usar os cataventos pra criar efeitos com as luzes pra platéia da frente assistir. Eles faziam o mesmo pra nós, parecia uma comunicação divertida). Também ganhamos pom-pons pra acompanhar os lideres de torcida da arquibancada (umas pessoas que ficavam animando a galera e fazendo gritos de guerra). Segundo meu chefe, isso é "organizar a felicidade" do público. A que ponto chegamos.
No final do show, todos os 6 mil artistas fizeram uma apresentação juntos, segurando balões gigantes sobre ser caridoso, gentil, flexível, etc. Uma lavagem cerebral total. Pior que funciona. O governo diz seja feliz e todo mundo é. Medo.
Na saída, foi um pequeno caos. Na verdade, o problema foi eles terem deixado 200 mil pessoas saírem ao mesmo tempo. Em qualquer outro lugar do mundo as pessoas seriam empurradas, pisoteadas e mortas no meio da multidão, mas aqui estava todo mundo calmo, esperando paciente por 30 minutos pra chegar ao portão principal. E tinha aqueles voluntários (2 mil no total) com os pom-pons abanando e um sorriso enorme pra nós. Meio macabro, na verdade.
Na volta pro centro da cidade, passamos por uma ponto construída em forna de dupla hélice (DNA) e no chão tinha uma sequencia de pares de base. Não descobri ainda qual o gene que ela deveria codificar, mas achei isso muito nerd (e adorei!).
Fotos do desfile estão disponível aqui

 http://www.facebook.com/media/set/?set=a.10150749829074657.496046.638444656&type=3&l=96568c90e4

Domingo fui me dessedentariar na piscina do bairro. Botei meu biquini, meus óculos, meu chinelo e me fui! Bem legal a piscina desse bairro, não é tão funda, mas tem uma piscina a mais.
Mais tarde fui no Mustafa Center (tipo um mercado Big gigantesco) e comprei um travesseirinho pro pescoço (já que está na hora de tomar chá de aeroporto de novo).
Hoje no lab foi tranquilo. Saímos para comer porque o artigo do meu mentor foi aceito. Fomos num restaurante indiano. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa... sentiu? Eu ainda estou soltando fogo pela garganta de tão apimentada que era a comida! O chefe também pediu um arroz branco pra mim, mas acho que era pior, porque não tinha sal nem nada. Como eu sinto falta de um Sazon!

Ontem também catei uma ex aluna do meu mentor (a Katrin, que ficou 6 meses ano passado aqui). É bom ver que ela sobreviveu. Ela me disse que demora de 2 a 4 meses pra entender o que meu mentor (Kasim) quer dizer e se ele está ou não brincando. Fiquei mais tranquila.

Falei com a Priscilla nesse finde também! Ela está muito bem, mas morrendo de frio lá em Cleveland. A Mary me mandou uns e-mails perguntando detalhes sobre que tipo de cartão que ela tem que me dar de formatura. Mary, é um cartão! Pode ser de papel higiênico! (ia ser muito útil aqui, já que cada um tem que comprar seu próprio estoque).

Acho que não mencionei, mas estou morando no 13º andar. Medo.

Como o povo do lab daqui não vai na minha formatura (acho que nem eu iria...), eles escreveram mensagens de parabéns pra eu colocar no meu quadro de formatura *.* Tão queridos!

Gente, eu estou voltando nos próximos dias! Preparem a festa surpresa.
Beijos!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Me puxei


Eu nasci
Eu cresci
Eu andei
Corri
E cai.

Eu brinquei
Eu amei
Adorei
Odiei
Mas experimentei.

Eu errei
Machuquei
Sofri
Me arrependi.

Eu amadureci.

Aprendi
Ensinei
e me surpreendi.

Compartilhei
Troquei
Abracei
Beijei
Chorei
E sorri.

Esperei
Me pilhei
Abandonei
Viajei
Me diverti.

Eu joguei
tentei
ganhei
e perdi,
mas eu nunca desisti.

Para encerrar só falta o "eu vivi".

\o/

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Dessa para uma melhor

Oi, gente!

Mudei de casa! Na verdade, acabei de chegar, minha mala está jogada no meio do quarto porque eu desisti de tentar arrumar meu armário. Quase não consegui fechar a mala no hostel! Sério, e eu não comprei nada. Mãe, nunca mais arruma minha mala. Quando você arruma cabe uns 10 quilos de roupas a mais e depois eu não consigo voltar pra casa sem abandonar metade dos meus calçados.
Meu deus, não vai caber todas essas bugigangas no armário! Mas não vou pensar nisso agora. Eu estou muito cansada. Trabalhei até morrer o dia todo (ou até eu dizer pro meu mentor que eu não aguento mais e ele que termine os experimentos. Bem revoltadinha eu hoje. Mas foi culpa dele. Eu cheguei de manhã às 7h, quase dormindo (porque eu tinha ido escalar até quase meia-noite), preparei todas as células e coisa e tal. Às 11h meu mentor chega, bem na hora que eu peguei um café pra dar uma respirada (aí parece que eu estou só coçando). Ele olhou pra mim e a primeira coisa que disse foi: "Você está diferente..." Talvez fosse minhas olheiras, as lacerações novas nos braços, as mãos vermelhas de tanto álcool ou a roupa totalmente amassada que simplesmente foi a primeira que apareceu na minha frente às 6h da manhã. "Acho que é o seu cabelo..." disse ele. "Ah, eu dividi ele do outro lado dessa vez. Gostou? :)" - "Não" (concentrado, olhando pro computador).

Eu:

o.o

(...)


o.o


Vários minutos depois ele disse "Só tô brincando." (e fez uma espécie de sorriso) E eu "ah, tá..." o.O
Eu ainda não sei ler as expressões dele. Ontem eu achei que ele estava de muito mau-humor, mas ele me levou pra comer sopa num shopping na hora do almoço. E ele pagou. Sei lá. Hoje eu comi num restaurante indiano com o povo do lab. Nossa, saí chorando de lá, meu lábios latejando e ainda não sinto minha língua por causa da pimenta. Isso que eu só comi o que não era apimentado... Certo que os indianos perdem várias papilas gustativos, receptores e neurônios até se "acostumarem" com os temperos.
Falando em comida, anteontem (ou foi antes de anteontem? tanto faz) fomos (eu, Wei Theng e outra pessoa da escalada) jantar com um casal brasileira-escocês. Sabe o que nós comemos? Intestino de porco. INTESTINO. Visualizou? Dá pra sentir as pregas e as vilosidades na boca. Muito nojento. Eu lembrava das aulas de anatomia e dos livros de histologia enquanto mastigava. Meu trato gastrointestinal já não sabe mais qual intestino digerir. Segundo a Alessandra eu vou ter autoimunidade (eu acho que ela me chamou de porca, mas quero não acreditar nisso...) Depois eu pedi uma costela de porco e tudo ficou bem. Também tinha uns chazinhos que a gente mesmo fazia. Tinha uma torneira, um aquecedor de água e as folhas de chá. Cada um fazia seu chá na concentração que queria. Muito bom.







Então ontem nós fomos escalar de novo, mas dessa vez em outra academia. Eu ganhei um cinto de escalada de uma das pessoas escalantes. Ela tem um extra pra esse tipo de coisa (acho que vou ter que devolver no final ;_;). Tinha umas paredes mais altas lá e eu estava bem enlouquecida. Fui tentar as rotas mais difíceis. Pra quê? Pra quê??? PRA QUÊ, PATRÍCIA? Não basta fazer as 5 ou 6, tem que tentar as 7 em diante. Eu me odeio algumas vezes. Foi legal, mas eu caí várias vezes, me esfolei toda, ganhei mais alguns hematomas (graçasadeus meu vestido de formatura é longo). Na volta pro hostel percebi que meu braço tinha até sangrado. Mas não tem problema, EU ME DIVERTI MUITO. Nada que uma maquiagem da Natura não possa esconder.



Na minha nova casa moram 6 pessoas. Divido o quarto com uma. O problema é que eles só falam mandarim entre si. Aí eu fico boiando. Como na maioria das casas por aqui, temos que tirar os sapatos pra entrar. Estou vendo TV nesse momento, as novelas são péssimas. Pensa numa novela mexicana ruim... muito ruim. Pior. Mais um pouco pior... mais... tá quase... é! Bem assim!

Fico por aqui. Final de semana faço novos updates.
Beijos!