domingo, 13 de outubro de 2013

Memórias de Infância

Papai, eu e boné do vovô em 1991.

Como ontem foi dia da criança no Brasil, eu tirei um tempo pra tentar relembrar algumas coisas da minha infância. É realmente difícil. Você não sabe o que foi real e quais partes foram inventadas pelo seu cérebro pra preencher lacunas.

Mas alguma coisas eu lembro muito bem:

Eu tinha um carimbo em forma de galo pra brincar de carimbar papéis. Quando eu batia a cabeça e minha mãe dizia que eu tinha um galo na cabeça, eu imaginava o carimbo do galo na minha testa. Eu ia pro banheiro tentar ver o tal do galo, sempre sem sucesso.

Bisa, eu e um chimarrão!
 Quando eu tinha um pesadelo à noite, eu morria de medo de cruzar o corredor gigantesco (2 metros) entre o meu quarto e o do meus pais.

Eu acreditava que meus brinquedos criavam vida à noite pra me proteger dos monstros no escuro.
Depois que eu assisti Chucky, eu comecei a trancar o meu boneco Fofão no armário antes de dormir.

A história infantil que eu mais lembro era a de um mosquito. Ele ficava voando muito perto do ouvido das crianças e, uma noite, foi atingido pelo braço de uma delas. Aí ele quebrou a perna e os outros mosquitos construíram uma tala pra ele com um fósforo. Sabem por que eu lembro dessa história? Porque não faz sentido nenhum! Olha a proporção mosquito-palito! Não funciona! E a aerodinâmica? Simplesmente não ia dar certo.

Formatura de pré-escola. ^-^

Algumas noites eu esperava acordada na cama até meu pai chegar do trabalho. Aí eu levantava e ia sentar com ele na sala enquanto ele comia a janta. Ele gostava de comer ovo frito com arroz, e eu também. Acaba comendo junto com ele, e muitas vezes acho que comia mais da metade da janta dele. Certo que ele tinha que refazer o jantar dele quando isso acontecia. 

Eu lembro que eu nunca conseguia guardar o presente do dia dos pais ou das mães. Sempre acabava dando antes da hora, tamanha era a ansiedade e expectativa. 

Eu gostava quando minha mãe fazia massagem/carinho em mim pra eu pegar no sono. Era tão bom que eu lutava pra não dormir. ^-^

Lembro da manhã do meu aniversário de 7 anos. Eu acordei e fui pra cama dos meus pais, me enfiando debaixo da coberta. Aí uma coisa quentinha começou a subir pelas minhas pernas. Olhe no escuro em embaixo das cobertas e parecia um bichinho de pelúcia que se mexia! Peguei-o e perguntei pra minha mãe "É de verdade?" e ela disse surpresa "É!". Eu tinha ganhado meu primeiro cachorrinho! Naquele dia, fomos visitar minha vó. Durante o caminho todo (50 min) eu fiquei pensando no nome do bichinho. Minha tia Bel, então, sugeriu chamá-la de Nala, como a leoa do filme Rei Leão. Como eu queria ser "diferente e criativa", inverti as sílabas e surgiu a Lana. 

Eu gostava de subir nos móveis de casa puxando todas as gavetas até que elas fizessem uma escada perfeita. 

De manhã, minha mãe acordava a mim e meu irmão com mamadeiras de leite achocolatado morninho! Era uma delícia! Admito que tomei mamadeira assim, pra acordar, até uns 7 ou 8 anos de idade. Confere, mãe? Acho que mais era porque meu irmão de 3 anos também tomava, então eu ganhava uma também pra não dar briga.

Gremista desde sempre.

Durante a tarde, entre o programa do Chaves e da sessão de filmes da tarde, tinha um programa muito tedioso com o Serginho Groisman. Eu odiava aquele programa, mas ficava entre minhas duas coisas favoritas. Então eu virava a mesa de centro da sala e brincava que aquilo era um barco e eu um pirata! Altas aventuras naquela mesinha.

A garagem de ferramentas do meu pai era um lugar mágico. Todas aquelas ferramentas e coisas legais que eu não podia tocar eram demais. Naquela garagem também a gente pintava os pneus velhos e depois brincava de vê-los deslizar pela lomba da subida de carros.

Um dos melhores presentes que meu pai me deu foi uma casa de bonecas. Ela era de madeira, gigante, com telha, janela e tudo. Passa horas brincando lá e tentei acampar lá dentro algumas vezes. Sempre acabava desistindo da ideia por ter medo. 

Eu acreditava que a gente tinha dois estômagos, um pra líquido e um pra sólidos (claro, um ia virar xixi e outro cocô! Olha que óbvio!). Quando eu me engasgava e minha mãe falava "Opa! Foi pro lugar errado!" eu imaginava a comida indo pro lugar das bebidas ou vice-versa. O problema foi a sopa. O que era afinal? Pra onde ia? Aí me pareceu muito lógico que existe uma peneira na entrada do estômago dos líquidos. Quando a peneira enche, ela joga as coisas pro estômago dos sólidos! Olha que beleza! Tudo faz sentido!

Depois que eu vi o filme do pinóquio, eu comecei a rezar com todas as minhas forças pra que uma boneca específica minha virasse uma pessoa de verdade. 

Um dia eu deitei no chão da nossa casa velha, de madeira, e jurei que consegui ouvir um tic-tac vindo debaixo da casa. Obviamente alguém tinha posto uma bomba de baixo da casa. Peguei minhas coisas preciosas e saí correndo pra casa da minha vó. Fiquei esperando algumas horas pra ver se a casa explodia, mas nada. 

Eu lembro do dia em que minha vó Herta colocou meu rosto entre suas mãos e disse como meus olhos brilhavam pra ela. Eu tentei ver algo diferente no espelho, mas não entendi o que ela queria dizer.

Quando uma das minhas vós fazia pipoca, eu gostava de imaginar que eram sons de tiro, como no Velho Oeste, e sair pulando e correndo pela casa. 

Ah, eu lembro dos fogões à lenha. Todos eles! Coisa boa!

Lembro das aventuras com meu primo Pedrinho. Ele vivia perto da minha outra vó e pra mim ele era destemido, corajoso e muito destemido. Grandes férias e finais de semana juntos, incluindo construir pistas de skate, fazer um enterro pra um passarinho (tumba, flores e tudo!), fazer downhill de bicicleta e quase morrer, banho de rio, etc. Um incidente interessante foi quando estávamos explorando as margens do rio que passava perto da casa da minha vó. A gente achou umas roupas presas nas árvores (provavelmente trazidas pela cheia) e na nossa imaginação aquilo eram roupas penduradas de um mendigo que morava alí e que estava naquele mato esperando pra nos atacar. Nunca corremos tão rápido nas nossas vidas. Que medo gente! Péssimo dia pra morrer.

Quando meu pai me ensinou a jogar xadrez, nós jogamos juntos a mesma partida todos os dias durante 1 ou 2 semanas. Ele chegava tarde e eu ficava com sono cedo, então tínhamos que dar uma pausa na partida toda noite. No final, eu ganhei o jogo (tenho quase certeza de que ele me deixou ganhar, já que eu tinha 6 anos). 

Polenta com queijo era sempre uma coisa que tinha o cheiro melhor que o gosto. Eu sempre me arrependia de pedir pra comer um pouco quando minha mãe cozinha isso pro meu irmão. 

Eu gostava de subir em árvores, de dar nomes pras galinhas, de brincar na nossa caixa de arreia e de plantar flores. Mas eu tinha medo dos patos. Eles mordiam.

Eu gostava de deitar abraçada com a minha mãe. Eu encaixava direitinho nos braços dela. :)

Olha que beleza! Um dos raros momentos em que a gente comia porcaria.
Detalhe pras mechas rosas no meu cabelo.
Rafael Meyer, maninha, eu e pacote de Fandangos.

Meu irmão e eu fingíamos estar dormindo no banco de trás do carro quando a gente chegava tarde de uma viagem. Dessa forma, a gente era carregado pra cama e não precisava tomar banho! \o/ 

Enfim, essas são só algumas das muitas memórias que eu tenho de criança. Muita coisa boa, divertida e interessante aconteceu e tenho muitos memórias queridas daquela época, mas a gente cresce, e o mundo adulto é também uma grande aventura!

Beijos!

Um comentário:

  1. Ah, que fofa, Pati! A gente tem tanta lembrança boa, né? Me identifiquei com várias!

    Feliz Dia das Crianças (atrasado)!

    Beijos!

    ResponderExcluir

Deixe o seu comentário e seu nome aqui.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.