sexta-feira, 15 de março de 2013

Boarding School

Oi, povo!!!
Finalmente notícias! Prometo que no final desse post vocês vão entender o porquê de eu não aparecido em nenhuma rede social, blogs, tumblr, facebook, e até e-mails. 

Depois do final do semestre e de ter recebi o resultado das provas, foi hora de mudar de casa. Finalmente consegui um studio/kitnet só pra mim. É tão bom não ter mais ninguém andando de salto alto dentro de casa, cozinhando às 4h da manhã ou fumando na porta do seu quarto. Eu prefiro morar sozinha, e realmente admiro quem consegue viver em casas de estudante por anos a fio. 
A mudança foi bem estressante. Eu tive que limpar todo o apartamento (meu quarto, cozinha, congelador, geladeira, armários, banheiro, sala, corredor, lixo, etc), então comecei fazendo por partes. Além de tudo isso tive que empacotar todas as minhas coisas. Meu, eu tenho muita tralha. Não sei como cheguei aqui só com 2 malas. Graças a deus os meninos me ajudaram a limpar a casa no dia antes da minha partida, se não eu não tinha terminado. 

No dia seguinte às 8h, o pessoal dono das casas de estudante vieram checar a limpeza do apartamento. Se não estivesse impecável eu ganharia uma multa. Passei no teste!

A minha amiga Laura veio me ajudar a levar minhas malas. Ela veio da França, no meio das férias, pra me ajudar. Pegou o barco às 7h da manhã no meio da neve. Sim, claro que fez 2 semanas inteiras de tempo bom e bem no dia da minha mudança começou a nevar pra caramba. 
Eu tinha o equivalente a 5 malas de bugigangas pra levar pro novo apartamento, então eu levaria "pra sempre" pra terminar a mudança. A Laura me ajudou bastante nesse sentido. Pegamos metade das coisas e carregamos tudo até o metrô e depois escada acima no meu novo prédio. Foi realmente uma mão. Acho que inconscientemente a Laura usou isso contra mim pra me convencer a correr meia-maratona com ela. Vamos ver né. 

A Sophie também disse que ia me ajudar na mudança, o que seria ótimo porque ela tem um carro. Acontece que ela só poderia vir à tarde e se não estivesse nevando, por isso a Laura e eu começamos a mudança de metrô mesmo. Por sorte, a Sophie ainda conseguiu pegar o carro (da mãe dela, na real) mesmo com neve, então a segunda parte da mudança foi motorizada e muito mais rápida. 
As meninas ainda me ajudaram a organizar a casa, colar adesivos na parede, etc. 

Sophie conseguiu "recriar" minha flor
adesiva depois de várias tentativas.

Laura  fez questão de colocar a capa no meu edredom.
Foi hilário.

Pra encerrar a mudança: lanche no McDonalds! A Laura ainda tirou uma raspadinha da sorte na batata-frita e ganhou um cheeseburger grátis!

No final do dia, eu saí pra uma entrevista de emprego numa escola internacional. Como eu não tenho bolsa de estudos durante o verão e todos me diziam pra arranjar um emprego, eu resolvi tentar, mesmo com meus instintos dizendo que tendo aula/laboratório todos os dias das 8h às 18h isso não ia dar certo. 

Eu levo 1h pra chegar na escola, mas a viagem de trem é muito bonita. A escola é interna ("boarding"), então eu poderia trabalhar de noite, depois das minhas próprias aulas e ajudar os alunos no dever de casa. Depois da entrevista com 2 professores e o diretor da escola, fiquei de fazer uma semana de experiência. 

Minha rotina era a seguinte: saí do laboratório/aula às 17h, pegava o metro e o trem das 17h27. Chegava na escola às 18h15 e fazia a chamada pra janta no alto-falante às 18h25. Das 18h30 às 19h10 era a janta. Isso era realmente muito bom porque era a única refeição balanceada e decente que eu fazia por dia, e tinha até sobremesa! Das 19h30 às 21h era hora de estudar para as provas. Os alunos ficam em 2 salas estudando. Minha função era ajudá-los com os deveres e cuidar pra que eles não começassem a fazer bagunça. Todos os alunos da escola devem estudar nesse horário, mesmo sem ter tema-de-casa. Eu também podia estudar nesse período se ninguém precisasse da minha ajuda. 
Das 21h às 21h30 é hora do banho. Não tinha o que fazer exceto mandá-los pro chuveiro (o que podia ser bem difícil em alguns casos).  Às 21h, era hora de cama pros alunos de 7 a 10 anos de idade. Às 21h15 os alunos de 11 a 12 anos tem que ir dormir. Às 21h30 é hora dos alunos de 13 e 14 anos. 22h: 15 e 16 anos. 22h30: 17 e 18 anos. Essa era a parte mais complicada. Tínhamos que confiscar os computadores, ipads, laptops, celulares, tocadores de música e colocar num armário específico para cada aluno. Claro que eles nunca entregavam as coisas numa boa. Alguns até escondiam, então a gente tinha que checar várias vezes. Fazê-los dormir também era difícil. Já viu uma criança de 14 anos ir pra cama às 21h30 sem reclamar? Não, né. Ainda mais porque elas ficavam conversando, indo umas pros quartos das outras (principalmente pro quarto das meninas mais velhas, que podiam dormir mais tarde). Então era uma bagunça, mas geralmente levava 20-30 min pra colocar cada grupo de idade pra dormir. Por volta das 23h o trabalho acabava, então eu podia ir dormir também, na escola mesmo, já que não tinha mais trem a essa hora. 
Acordava às 6h45 pra pegar o trem das 7h33. Eu não conseguia tomar café da manhã porque esse começava só às 7h50. Chegava em Lausanne por volta das 8h30, ia direto pro laboratório/aula só pra terminar o dia e voltar pra escola de novo. Fiz isso por alguns dias e fiquei bem cansada. Não fosse por isso, eu adorei o trabalho. As crianças era uns amores e muito queridas, apesar de algumas birras, eu podia estudar, comer bem, fazer passeios com a escola nos finais de semana e ainda era muito bem paga pra isso (o salário seria em torno de 3 mil francos pra trabalhar 25h por semana).

Alguns alunos da escola: todos comportados e engravatados, como sempre.
Não coube na página, mas dane-se. Estou tentando superar meu TOC. u_u

Depois dessa experiência, a escola tentou me contratar, mas não conseguiu por causa do meu visto de estudante. Eu até poderia ser contrata por volta de setembro, mas aí já não vale mais a pena se eu terminar meus estudos já em Janeiro. Vamos ver. Por enquanto vou me focar na pequisa, o que não deu pra fazer com o nível de cansaço que eu tinha. Mas valeu muito a experiência. Eu nunca tinha visto a rotina de uma escola internacional antes e agora eu sei melhor sobre os meus próprios limites. Só realmente não sei como as pessoas da universidade esperam que eu estude, pesquise e trabalhe (além de manter um blog!) ao mesmo tempo. Talvez eu tenha que me clonar.   o.O 

Um comentário:

  1. Se você descobrir como faz pra clonar pessoa, sou candidata! Mas com consciência compartilhada, óbvio.

    Adorei a experiência na escola! Seu relato é ótimo.

    Beijo grande! Contate-me por Facebook pra eu me ligar de ir pro Skype falar contigo. Vou ver se amanhã eu entro pra gente se falar, se tu puder. Só dá um toque!

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