Oi pessoal! Hoje vamos conversar sobre como fazer uma viagem internacional de avião com 3 gatos persas na cabine do avião e somente 2 adultos. Como eu tive muita dificuldade para achar todas a informações, achei válido escrever uma matéria sobre isso. Aproveitem. 😄
Aviso: eu não recebo
comissão por nenhum produto indicado nesse blog. São somente sugestões de
produtos que funcionaram bem para a nossa viagem. A escolha é sua.
CONSIDERAÇÕES GERAIS:
- Viagens de avião com gatos devem ser feitas somente se extremamente necessárias.
- Esse será provavelmente a viagem mais estressante da vida do seu gato. Ele pode até morrer. Não coloque seu animal (inclusive cachorro) em risco desnecessariamente.
- Não leve seu gatinho consigo se for passar as férias longe de casa: encontre uma babá de gatos ou um amigo para cuidar dos seus bichanos. Estávamos nos mudando por muitos anos para os Estados Unidos e somente por isso trouxemos os gatos.
ANTES DO VOO:
- Ligue para a companhia aérea: muitas companhias não aceitam transportar
gatos persas na cabine ou no compartimento de carga pelo risco de sufocamento.
A Delta é uma dessas companhias. A Lufthansa é uma das poucas que aceitam levar
persas como carga. Gatos e cães de nariz achatado podem morrer durante o voo
por causa da baixa pressão de oxigênio dentro da cabine. No compartimento de
carga então as chances de morte são ainda maiores! Eu não recomendo de maneira
nenhuma despachar um gato persa como carga.
Pergunte para a
companhia quantos animais podem viajar no mesmo voo e se o voo que você quiser
reservar não está “lotado” de pets. Alguns aviões comportam somente 4 animais
por voo, enquanto outros podem levar até 8. Se você tiver muitos animais, como
eu, vale a pena ficar de olho nisso. Pergunte se você precisa fazer algo diferente
no momento da compra da passagem. Normalmente você procede como sempre. Cada
passageiro ADULTO pode levar até um animal na cabine, que deve ficar embaixo
da poltrona à sua frente. Crianças não podem levar animais, mesmo se um adulto a
estiver acompanhando. Se você tiver mais pets que passageiros, pergunte à
companhia o que fazer. A United Airlines autoriza você a comprar uma passagem
extra de adulto para o terceiro pet. A Delta não, então fique atento.
- Reserve o voo: reserve o voo normalmente para os dois
passageiros e compre um assento extra se você tiver um pet a mais. Use os dados
de um passageiro para comprar o assento extra, mas coloque o primeiro nome como
“Extraseat”. O sobrenome, data de nascimento, etc, deve ser o mesmo de um dos
passageiros. Sempre que possível, compre um voo direto, ou com o menor número
de escalas possíveis, mesmo que seja mais caro. Seus pets agradecem.
Além disso, lembre-se
que animais de nariz achatado podem ter problemas para respirar por causa da
baixa pressão de oxigênio na cabine. Os novos Boeing 787 Dreamliner têm consideravelmente
mais oxigênio na cabine que outros aviões. Nós tomamos o cuidado de escolher
esse avião para transportar os nossos gatos persas e correr o menos risco
possível de perde-los durante o voo.
- Reserve o lugar dos pets: após comprar as passagens, ligue dentro
de 24h para a companhia aérea para reservar os lugares dos bichanos. Você não
precisa necessariamente ligar em 24h, mas se o voo tiver alcançado o limite de
animais na cabine, você ainda pode
cancelar sua passagem sem problemas, desde que dentro de 24h da compra.
Isso serve para qualquer tipo de passagem! Fica a dica. Você vai ter que pagar
uma taxa para embarcar com os animais. Essa taxa varia com a companhia aérea e
com o trajeto. Quanto mais escalas, mais cara será a taxa, então leve isso
também em consideração quando comprar sua passagem. A taxa pode geralmente ser
paga na hora da reserva, por telefone, ou no balcão da companhia quando fizer o
check-in. Eu prefiro pagar adiantado para agilizar o processo no aeroporto.
- Organize uma boa caixa de transporte: veja no site da companhia aérea quais as
dimensões máximas para a caixa de transporte caber embaixo das poltronas do
avião. As regras dizem que o animal deve poder ficar de pé e se virar
confortavelmente dentro da caixinha. Entretanto, as dimensões aceitas pelas
companhias estão longe de serem confortáveis para os bichanos, a menos que você
viaje com um porquinho da índia. A Lufthansa, por exemplo, não aceita caixas
mais altas que 23 cm! Mas calma. Não entre em pânico. Essas medidas são somente
para caixas duras e inflexíveis, de plástico ou metal. Se você escolher uma
caixa de transporte de tecido, que pode ser moldada para caber embaixo do
assento, ela pode ser um pouco maior e não há problema algum. Como fizemos uma
viagem muito longa, escolhemos uma caixa de transporte que podia ser estendida
nos lados para dar mais conforto aos nossos gatos.
A caixinha na sua menor configuração, que deve ser usada durante o voo. |
A caixa totalmente expandida. |
A caixa fica bem compacta para ser guardada depois da viagem. |
- Acostume os animais à nova caixa de transporte: deixe-os explorar a caixa e leve-os várias
vezes para passear que carro nas caixas novas. Comece devagar (somente 15-20
min) e depois leve-os para passeios mais longos. Eu não tive muito tempo para
acostumar os meus gatos, mas os levei pelo menos 3 vezes para passear de carro
antes do voo nas caixas novas. Se você tiver mais tempo, é bom levar os animais
para rodoviária ou estação de trem para que se acostumem com a correria do
aeroporto. A caixa que usamos estende-se em ambos os lados,
mas nunca chegamos a usar os dois lados abertos simultaneamente. Por isso, acho
que compraria uma com expansão somente em um lado na próxima vez se fosse mais
barato. Lembra-se que pode demorar várias semanas para a caixa chegar pelo
correio, então compre com antecedência.
(Se quiser que eu faça uma review dessa caixa de transporte, deixe um comentário!)
- Organize a documentação dos animais: Verifique as exigências do seu país de
destino e da companhia aérea quanto a vacinas e outros documentos de viagem
necessários para embarcar e desembarcar sem problemas. No nosso caso, só
precisamos comprovar que os gatos tinham vacinas contra a raiva em dia. A
vacina deve ter sido feita não menos de 21 ou 30 dias antes da viagem, mas não há
mais de 11 ou 12 meses. Atenção:
para viajar para a Europa, os animais precisam também ter um microchip (do
tamanho de um grão de arroz) implantado sob a pele. O implante deve ser feito
antes da vacina da raiva. É bom também ter um certificado da saúde de um
veterinário (nem sempre obrigatório). Esse certificado normalmente é valido
somente 7 ou 10 dias, então deve ser feito próximo à viagem. Como nossos gatos
nasceram na Europa, eles também tinham passaportes europeus, onde todas as
vacinas estão registradas. Para viagens para e do Brasil, verifique o site do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
- Visite o
veterinário: mesmo que
você não precise de um atestado veterinário para seu bichinho, é sempre bom
verificar se eles estão saudáveis antes de uma viagem de avião. Pergunte ao
veterinário se ele/ela recomenda algo para ajudar o seu bichinho durante a
viagem. Nós usamos um fitoterápico chamado Adaptil e o Anxitane (recomendado
pelo veterinário) por alguns dias antes de voo e colocamos o spray Feliway (Ferormônio felino) nas caixas dos gatos logo antes da viagem.
Misture as pílulas com uma pasta que seu gato gosta para não o estressar ainda
mais ao dar o medicamento. Outra opção é dar a ração Royal Canin VeterinaryDiet Feline CALM. Tem para gatos e cachorros e deve ser
dada por uma ou duas semanas antes do voo. Você vai achar essa ração à venda
online no Brasil.
Atenção: nunca dê
calmantes para os animais sem consultar um veterinário pois eles podem causar
uma diminuição na frequência respiratória que pode levar à morte no avião.
- Analise o mapa do aeroporto de partida: procure uma sala silenciosa (“Quiet
zone”) onde você possa levar os gatos para esperar pela partida do voo, caso
chegue com bastante antecedência. Se você for viajar com um cachorro, procure
os “Pet Relief Zone”, que são salas com grama artificial (geralmente) onde os
cães podem fazer suas necessidades e esticar as pernas. Se não houver nada
parecido no aeroporto, procure um local escuro e tranquilo para esperar com os
gatos.
"Quiet zone" no aeroporto de Frankfurt. Foto do site do aeroporto. |
-Se for ficar em um hotel, verifique se
aceitam pets e quanto custa. Alguns hotéis cobram por dia por pet e outros
cobram uma taxa fixa por quarto. Fique de olho. Muitos hotéis também limitam a
quantidade de pets a dois. Nós mandamos um e-mail para o hotel antes e
perguntamos se poderíamos levar 3 gatos.
O que levar na mala para os gatos?
Como compramos 3
passagens de avião, podíamos despachar 3 malas de 23 kg também. Deixamos uma
dessas malas somente para as coisas dos gatos. O que levamos:
- Uma caixa de areia que coubesse no fundo da mala
- 5 kg de areia à qual os gatos estão acostumados (levamos porque não sabíamos se acharíamos a mesma marca no destino e para já ter areia quando chegássemos no hotel)
- 0.5 kg de areia que já estava sendo usada pelos gatos, mas claro que sem xixi e fezes. O objetivo é fazer com que os gatos se sintam mais confortáveis no local de destino por causa do cheiro da areia antiga.
- 3 kg de ração (pelos menos motivos pelos quais trouxemos tanta areia)
- 20 latinhas de comida húmida à desde que sejam esterilizadas na produção e lacradas não há problema, mas verifique com o Ministério da Agricultura do país de destino.
- Potinhos de água e ração.
- Brinquedos favoritos
- Escovas e pentes
- Um removedor de pelos para as roupas.
O que levar para os gatos dentro do avião?
Em uma viagem tao
longa, tudo pode acontecer.
- Caso os gatos fizessem xixi ou coco dentro da caixa de transporte, colocamos uma fralda ou tapete higiénico dentro das caixas (compramos o menor tamanho possível). Levamos também 3 tapetes extras casa houvesse algum acidente.
- Cortamos um pano velho em vários pedaços casa tivéssemos que lavar algum gato no avião por causa de vomito ou diarreia. A ideia seria levar o gato ao banheiro, coloca-lo sobre o trocador de fralda para bebes, humedecer e usar os paninhos, e depois descartá-los.
- Todos os documentos dos gatos.
- Um potinho de silicone para dar água aos gatos (embora eles se recusassem a beber no avião, levei caso tivéssemos atrasos no voo ou outra situação inesperada).
- Alguns snacks (eles também não quiseram comer no avião, mas trouxe caso tivéssemos atrasos).
- Os medicamentos para ansiedade.
A nossa jornada da Alemanha aos Estados Unidos
Nossos gatos:
- Lee, gata persa, 4 anos
- Lola, gata persa, 3 anos
- Cowboy, gato persa, 1 ano
NO AEROPORTO:
Como o nosso voo
era durante o dia, meu marido e eu saímos cedo pela manha e chegamos com 3h de antecedência
no aeroporto. Não conseguimos fazer nosso check-in online por causa dos gatos e
tivemos que fazer tudo no balcão da companhia no aeroporto.
Lembre-se que os
gatos devem ser as últimas coisas a entrar no carro. Deixamos tudo pronto,
demos as pilulas calmantes para os gatos, e partimos para 1h de carro até o
aeroporto. A ideia era chegar cedo, evitar filas longas e ficar tranquilos com
os gatos na zona silenciosa do aeroporto até o momento do voo. Mas...
Os gatos no carro, prontos para partir! (ou não) |
Embora tenhamos
chegado com 3h de antecedência no aeroporto, quase perdemos o voo. O aeroporto
estava cheio e a fila do check-in já estava gigante. A equipe de solo da United
foi super desorganizada, nos mandou para as filas erradas (você provavelmente
terá que ir para um balcão de necessidades especiais), esqueceu de verificar
nossos passaportes antes de fazer o check-in no balcão e nos mandou para outra
fila de novo. No balcão de atendimento certo, os funcionários não sabiam
preencher os documentos dos gatos ou fazer o check-in do assento extra que
compramos para o terceiro gato. E nós indo de um lado para o outro com 3 malas
pesadas, 3 malas de mão, mais 3 gatos! Depois de mais de 1h30 de confusão,
pesaram todos os gatos (o
peso do gato com a caixa não pode ultrapassar 8 kg), conferiram a
documentação e fizeram uma etiqueta amarela que deveria ficar na caixa de cada
gato.
Saímos correndo,
desesperados, com gato voando para tudo quanto é lado, cruzando o aeroporto
para chegar no controle de imigração. Graças a Deus não tinha fila e passamos
sem problemas pela imigração.
Já a verificação
de segurança (raio-X) foi mais demorada. Havia uma fila média, mas havia
somente uma máquina de raio-x operando. Porém, eu vi que havia uma fila
separada para famílias, idosos e necessidades especiais. Perguntei para o
segurança se podíamos entrar nessa fila por causa dos gatos e ele nos disse que
sim. Os outros passageiros ficaram furiosos e vários passaram também para a
nossa fila (alguns nos empurraram e passaram na nossa frente).
No final, os que
saíram da fila regular para ficar atrás do nosso comboio se deram mal. Nossa
verificação de segurança demorou horrores. Primeiro porque tínhamos 3 malas de mão
com 4 computadores (um profissional e um pessoal cada para mim e meu marido)
que tinham que ser retirados das malas e passados separadamente pelo raio-x. Segundo
porque meu marido trazia equipamento de fotografia profissional, que também
teve que passar separadamente pelo raio-x. E por último, por causa dos gatos.
Eu logo já avisei
ao pessoal da segurança que tínhamos animais vivos. Eles então me instruíram a
passar pelo raio-x sozinha, voltar e ir com os gatos à uma sala separada. Os
seguranças foram muito gentis e compreensivos. Fomos à uma sala fechada,
silenciosa, onde retirei cada gato da caixa e eles verificaram manualmente se
não havia nada proibido dentro das caixas. O processo foi mais tranquilo do que
eu esperava: achei que ia ter que tirar os gatos das caixinhas no meio da
muvuca mesmo. Enquanto eu estava com os gatos nessa sala, o meu marido estava
passando com o resto das nossas malas pelo raio-x.
Saímos novamente
correndo para chegar até o portão de embarque. O embarque já havia começado!
Porém, nos deparamos com mais uma verificação de passaporte, dessa vez feita
pela própria companhia aérea. Quando finalmente passamos por mais isso e
estávamos quase no portão de embarque, os seguranças nos chamaram para uma
verificação de segurança aleatória. Passamos junto com uma outra senhora de
mais idade para um canto separado próximo a um portão de embarque não
utilizado, onde havia uma estrutura para verificar a presença de vestígios de
drogas nas nossas roupas, sapatos e mãos. Claro que passamos nos testes, mas eu
estava furiosa com a demora.
Saímos de novo
correndo com os gatos e chegamos ao portão de embarque, onde havia mais uma verificação de passaporte antes
de podermos apresentar nossos cartões de embarque e passaportes para finalmente
embarcar. Acho que fomos quase os últimos a entrar no avião, mas chegamos a
tempo! Uffa.
DENTRO DO AVIÃO:
Entrando no
avião, achamos nossas poltronas, logo atrás da asa do avião.
Fica a dica: os assentos próximos ou em frente às asas do
avião são os locais onde haverá menos turbulência, o que é melhor para os
bichinhos.
Colocamos os 3
gatos embaixo dos assentos à nossa frente. As caixas de transporte eram um
pouco maiores do que o permitido pela companhia e de fato havia uma barra no
meio das poltronas que nos impedia de colocar as caixas até o fundo. Aí você
tem duas opções: deixar a caixa mais para fora (e consequentemente ficar com
menos espaço para as pernas) ou abaixar um pouco a caixa com as mãos e forçar
sua entrada embaixo da poltrona. Fizemos a segunda opção, principalmente para
a decolagem.
Os gatos
detestaram a decolagem. Cowboy teve um ataque de pânico. Começou a se debater
dentro da caixa como se estivesse morrendo. As outras duas gatas também miaram
bastante, morderam a caixa e tentaram sair a qualquer custo.
Para quem está preocupado com os miados dos gatos no voo,
pode ter certeza de que ninguém vai ouvir. O avião é realmente ensurdecedor.
Não tem muito espaço para as pernas... |
Depois da
decolagem, quando os sinais para atar os cintos foi desligado, começamos a
fazer carinho nos gatos para acalmá-los. Eles demoraram muito para se
acalmarem. Ficavam respirando com a língua para fora (sinal de estresse),
miando e tentando escapar. Somente depois de várias horas eles se acalmaram,
mas continuavam sem dormir.
Expandimos a
caixa da Lee, que tentou escapar no processo, mas não conseguiu. Cowboy entrou
novamente em pânico com a expansão da caixa e, consequentemente, do seu campo
de visão. Então, logo fechei sua caixa novamente. Tiramos a caixa da Lola de
debaixo da poltrona, mas não conseguimos expandi-la por falta de espaço.
Lee em sua caixinha. |
A Lee continuava
ofegante e miando. Depois de 4h de voo, colocamos sua caixinha no assento livre
e eu fiquei horas fazendo carinho nela. Enquanto eu a acariciava, ela dormia ou
deitava relaxada. Com Cowboy já mais calmo nesse momento, expandimos sua caixa
também e ele dormiu. Lola também ficou mais calma no meio da viagem, mas miava regularmente.
Lee no assento do avião. |
Tivemos que
colocar todas as caixas fechadas nas suas posições originais para a
aterrissagem. Os gatos, que tinham ficado mais tranquilos, começaram a miar e
tentar escapar desesperadamente de novo. Cowboy novamente teve um ataque de
pânico e ficou se debatendo na caixinha. Morri de pena. Eu tentava acalmá-lo fazendo
carinho sempre que possível.
NO AEROPORTO DE DESTINO:
Saímos do avião
quase por último, com uma aeromoça nos ajudando a carregar todas as malas.
Fomos então o mais rápido possível para a fila de imigração, que estava muito
longa. Não havia nenhuma fila preferencial, somente para diplomatas e membros
de tripulação. Ficamos uma hora ou mais na fila. Cowboy dormiu, exausto.
Dica: Achei que ficou melhor quando cobrimos as caixas
dos gatos com um cobertor, assim eles ficavam mais tranquilos. Não é o ideal,
já que diminui o fluxo de ar, mas os gatos agradecem.
Passando pela
imigração, pegamos as malas despachadas e passamos pela alfândega. Como
estávamos trazendo comida enlatada para os gatos que contém carne, tivemos que
declarar que trazíamos essa carne. Passaram as malas pelo raio-X. O oficial de
fronteira abriu nossas malas e olhou se as latinhas estavam vedadas como
originalmente compradas e quais eram os ingredientes. Carne enlatada pode entrar nos EUA, exceto se for de
origem caprina ou ovina.
Como trazíamos
uma quantidade grande, expliquei espontaneamente que era para consumos dos meus
gatos em um período de adaptação e não para venda. Não nos fizeram nenhuma pergunta
adicional e nos liberaram sem problemas.
Saímos aliviados
da alfândega e prontos para pegar o transporte terrestre para o hotel. Na minha
felicidade, fiz uma curva mais rápida com o carrinho de bagagens e a caixa de
um dos gatos caiu no chão. 😧 O Cowboy levou um susto, mas não se machucou.
Não façam isso...
Atravessamos o
estacionamento com toda a bagagem e os gatos, até chegarmos ao carro que ia nos
levar ao hotel. Era um SUV bem grande e coubemos todos sem problemas. Cowboy e
Lee miaram pelo caminho todo (1h), mas Lola não aguentou e dormiu.
NO HOTEL:
Chegamos ao hotel
e colocamos todas as bagagens e gatos no saguão. Por incompetência do hotel,
que havia perdido nossas informações de reserva, tivemos que esperar muito
tempo para entrar no quarto (e os gatos miando). Depois de nos darem o quarto
errado e muita discussão, finalmente estávamos acomodados.
Deixamos os gatos
saírem das caixinhas. Cowboy ficou curioso, cheirando tudo. Lee correu para
ficar embaixo da cama. Lola explorou um pouco e foi para baixo da cama também.
Preparamos a caixa de areia, que eles não usaram imediatamente, mas em poucas
horas.
Lee sobre a cama brincando com os outros dois gatos (embaixo do cobertor). |
Demos um sachê de
comida bem molhadinha (e colocamos mais água) para incentivar os gatos a se
reidratarem. Geralmente compramos comida em patê, mas havíamos trazido alguns sachês
com pedaços justamente porque sabemos que eles só gostam de comer o caldinho. A
Lola estava com uma sujeira branca no
nariz depois do voo. Acho que era um pouco de secreção nasal que secou no
ar com baixa umidade na cabine. Ela não me deixou limpar, mas havia
desaparecido no dia seguinte. Também oferecemos água e ração.
Eu achei que os gatos
estariam cansados à noite e que dormiriam bem, mas eles estavam bem ativos,
explorando o quarto, miando e caminhando por tudo. Durante o dia, dormiam embaixo da cama ou no sofá. Nós estávamos exaustos, já que não dormimos no avião.
As noites ficaram mais tranquilas depois de uma semana, mais ou menos.
Curiosidade: mesmo
que os gatos tivessem saído da Europa no verão e chegado no verão, eles ainda
começaram a trocar de pelos para a pelagem de inverno (em julho!),
provavelmente por causa do fuso horário. A pelagem de inverno diminuiu um pouco
depois de um ou dois meses e voltou novamente em dezembro.
CONCLUSÃO:
Ficamos felizes
de ter conseguido trazer os 3 gatos sem maiores problemas. Foi uma viagem difícil
e muito mais cansativa que o normal, mas a saúde e bem-estar deles é o mais
importante. Planejamento e informação foram essenciais para o bom andamento da
viagem. Se tivermos que fazer tudo de novo, faremos igual, mas chegaremos com
mais antecedência no aeroporto. 😅
Esqueci de alguma coisa? Deixe a informação nos comentários!
Espero ter
ajudado! Beijos!
Adorei as dicas! Não conhecia essa área de descanso para pets no aeroporto e gostei muito de saber como me informar. O tipo de avião aparece na reserva? Confesso que nunca prestei atenção.
ResponderExcluirImagina se os gatos pesassem mais de 8 kg... Teriam de fazer um cruzeiro à la Titanic!
Muito legais as curiosidades sobre a troca de pelagem também. Amei as fotos dos fofos brincando embaixo das cobertas.
A Di está tomando banho agora porque se atirou na parte mais suja do espelho da Redenção...
Ah! Vocês ficaram em hotel até acharem um lar ou foi só um pit-stop?
Beijão!
Oi Ana! :)
ExcluirRespondendo às perguntas:
- Sim, geralmente o tipo de aviao aparece no momento da reserva. Se nao aparecer, coloque o numero do voo no Google ou no SeatGuru.com.
- Se o pet pesar mais de 8kg com a caixinha, ele deve ser despachado como carga. ;_; (exceto se for um animal de serviço - nao ha restriçao de peso para eles)
- Ficamos nesse hotel por 3 semanas, até conseguirmos um apartamento permanente. Pegamos o maior quarto disponivel, mas ainda assim era pequeno. Os gatos gostaram de mudar para a casa nova.
Beijos!